sábado, 29 de julho de 2023

LANÇAMENTO DA OBRA CAMINHOS "IN" VERSOS E PROSAS VIII - ANTOLOGIA LITERÁRIA DE AUTORES MOURÃOENSES






























 

No dia 25 de julho de 2023 nas dependências da Biblioteca Municipal professor Egydio Martello em Campo Mourão-PR, a Associação Mourãoense dos Escritores  AME lançou a Obra “Caminhos “In” versos e prosas VIII – Antologia Literária de Autores Mourãoenses.  

É uma Publicação da Fundação Cultural – Município de Campo Mourão-PR. Correção ortográfica e revisão: Dalva Helena de Medeiros, Silvania Maria Costa e Silvia Novaes Fernandes. Diagramação/Projeto Gráfico/Capa: Moai Comunicação – Mauricio Pozza Rodrigues.

No interior da obra, contém “Agradecimentos” escrito pela Silvania Maria Costa – Presidente da AME – Gestões: 2019/2021 – 2021/2023. “Manifestações” do Prefeito Municipal de Campo Mourão – Tauillo Tezelli, do Diretor Presidente da Fundação Cultural de Campo Mourão – Roberto Cardoso. Prefácio: Fábio Sexugi – Escritor da Academia Mourãoense de Letras.

Textos publicados “in memoriam” Autores: Assabido Rhoden (“O(A) enfermeiro(a) participa da cura do enfermo”) Prescila Francioli (“A esperança tem nome”).

Textos dos Associados:

ANA APARECIDA CEOLA RIBEIRO (“Sentir-se amada” “Flor ignorada” “Filhos” “Ausência” “Sonhar poetizar” “Desventura”).

ARACELES ARAGÃO (“A cor de setembro” “Lua” “A guerra” “A passagem” “O João-de-barro” “O canteiro da praça”).

ÁUREA ASSUNÇÃO NESPOLO (“Por um mundo melhor” “Visões de amor”).

BENEDITA LIMA CRISTÓFOLI (“A casa da bruxa”).

CÍCERO PEREIRA DE SOUZA (“Eu queria ser um livro” “Geologia” “Sol debaixo d’água” “História”).

CRISTINA GLÁUCIA SCHREINER DA MOTA (“A madrinha: Áurea Margarida Carneiro” “O inesquecível professor Ephigênio José Carneiro” “Considerações: Associação Mourãoense de Escritores”).

DALVA HELENA DE MEDEIROS (“O sentido e o sentimento” “Rua” “O essencial”).

ESTER DE ABREU PIACENTINI (“Aproveita cada momento” “Adeus, palavra mágica”).

GISELTA SILVA VEIGA (“Intromissão” “Atrevida” “Amizade”).

MARIA DE FÁTIMA BRAGA (“Queria ser um pássaro” “Lua cheia” “Madrugada” “Chuva de verão” “Luto”).

MARIA DE FÁTIMA SARAIVA (“Alma leve” “Anjo sapeca” “Exótico” “É na solidão da noite” “Nua como a lua” “Tão belos”).

MARIA DOLORES CALEGARI (“Arte da poesia” “Regresso” “Viagem de sonhos” “Recordação” “O poder do elogio”).

MAURÍCIO CALDAS CARNEIRO (“Mulheres da minha vida” “Nosso amor” “Vida e sonho” ‘Classificados” “Inspiração” “Só para falar”).

MAX MORENO (“Dolores”).

NÉIA LAMBERT (“Pétalas” “Deixar-se brotar” “Cúmplice” “Lusco-fusco” “A lua do meu bem” “Suaves odores”).

NIVALDA SGUISSARDI (“Amor” “Acostumar?” “Amor para viver” “Escolhas” “Vida” “Pressa de viver”)

PEDRO NESPOLO (“Amor na separação” “O preço do carinho e do afeto”).

SILVANIA MARIA COSTA (“Nunca nós” “Sinal” “Até a última consequência” “Na carne”).

SILVIA NOVAIS FERNANDES (“Escritor” “A boneca na varanda” “Máscaras”).

SÔNIA UBELINA DE OLIVEIRA SILVEIRA (“Meus medos” “As vozes do silêncio”).

ZILMA ASSAD (“Recebemos o que vibramos” “A grande arte do desapego”).

O evento foi muito bem conduzido pela Mestre de Cerimônias e Coordenadora da Biblioteca Luciana Demetke Rocha.

Na mesa de autoridades e outras autoridades chamadas posteriormente que representaram instituições, além da atual Presidente da AME Zilma Assad, a ex-Presidente da AME Silvania Maria Costa, Marina de Freitas Barbosa e Paulina Feitoza – Secretaria Municipal de Educação, Gislaine Monteiro - representando a Fundação Cultural e Adalberto Dias Souza – Unespar.

Dentre as pessoas que fizeram as falas, destaca-se a da ex-Presidente da AME Silvania Maria Costa, quem fez parte última gestão dela, sabe o quanto ela trabalhou para que agora em julho de 2023 a obra fosse uma realidade. Ela inclusive disse que sua gestão somente foi concluída com o lançamento da obra.

Durante o evento, foram intercaladas leituras de poesias que emocionaram a todos e todas.   Silvia Novais Fernandes fez leitura da crônica de sua autoria “A Boneca na Varanda!”. Araceles Aragão fez leitura da poesia de sua autoria “A cor de Setembro”. Mariângela Pellizzer fez leitura das poesias “amizade” de autoria da Giselta Silva Veiga e “Nunca nós” de autoria da Silvania Maria Costa e Giselta Silva Veiga  fez leitura da poesia  “O preço do carinho e do afeto” de autoria do Pedro Nespolo.

Todas as poesias lidas foram emocionantes, cada uma das escritoras que estiveram lá na frente com suas características próprias, mas a de autoria do Pedro Nespolo teve um toque especial. O editor deste Blog estava atrás do autor e de sua mãe Áurea e foi nítido a emoção dos dois que terminou num carinhoso beijo da mãe no filho.

Dois momentos da saudade, o primeiro foi quando foi citado na obra os textos do querido professor Assabido Rhoden que partiu com mais de 90 anos, representou o autor sua esposa  Clotilde Rhoden. O segundo momento foi quando anunciaram Prescila Francioli que  partiu com pouco mais de 50 anos em plena atividade literária e foi representada pela sua filha Jhulia Alves Francioli.

A diferença de idades das partidas serve para reflexão, ninguém sabe em que “estação do trem” a pessoa desce. Então é necessário ser intenso e convicto em tudo o que se faz nessa vida como foram Assabido e Prescila.

Um momento de grande emoção foi a apresentação artística do sempre contundente Cícero Pereira de Souza, baseado na sua a poesia “Eu queria ser um livro” e com certeza todos e todas que possuem livros nas suas residências, refletiram quando ele repetiu várias vezes o verso “Eu queria ser um livro. Mas tenho medo da solidão dos livros, dos escuros dos armários, da poeira das estantes, do fundo das gavetas”.

A partir da apresentação do Cícero é possível pensar que cada livro nas nossas estantes tem um longo trabalho ali embutido. Tem uma grande manifestação de amor em dividir com outras pessoas o que foi escrito na solidão das horas, tem manifestações das mais diversas, alegrias, tristezas, paixões reais ou fictícias etc.

No documentário sobre a vida do Cantor e escritor Chico Buarque de Holanda “Chico – Artista Brasileiro”, ele chega a dizer que os escritores vão envelhecendo e de tanto ler e escrever as vezes chegam a confundir lembranças do que fizeram com situações que outros fizeram mas está ali no subconsciente.

Por tudo isso, a presença de amigos e familiares numa noite maravilhosa como foi essa ocorrida em 25 de julho de 2023, não é pouca coisa porque o evento foi extraordinário.

Parabéns a todos e todas que fizeram parte da Coletânia.    

ENCONTRO DA AME JULHO DE 2023



 

No dia 15 de  julho de 2023 reuniram-se no espaço AME/AML na Biblioteca Municipal Professor Egydio Martello integrantes da Associação Mourãoense dos Escritores – AME,  a presidenta Zilma Assad e demais membros Maria Dolores Calegari, Max Moreno, Nivalda Sguissardi, Sérgio Luiz Maybuk, Silvania Maria Costa. Justificaram ausência Ester de Abreu Piacentini, Marcia Dal Pasquale, Araceles Aragão, Ana Aparecida Ceola Ribeiro, Doroty Carneiro, Cristina Gláucia Schreiner da Mota, Silvia Novaes Fernanes,  Maria Umbelina Ferreira Geraldo e Izabelle Marrie de Carvalho.

Foram discutidas e aprovadas as temáticas, Preparação e organização do Lançamento da Coletânea Caminhos In Versos e Prosas VIII, Preparação de um livro de crônicas para 2024/2025, Oficina de gêneros textuais, Criação de email especifico para receberem os textos dos membros para posterior publicação, Realização de Ebook, Produção de Contos relacionados as historias de assombração contadas pelos avós, Relato sobre participação de membros da AME na 6ª FLICIA (Festa Literária de Cianorte), Sugestão para que a AME promova uma Feira Literária em parceria com a AML, Unespar em Campo Mourão e demais convidados, Regularização da conta bancária de acordo com os membros designados a partir da nova Diretoria eleita.

O encontro foi produtivo e agradável entre os presentes sendo vivenciados tamanha nostalgia e risadas gostosas, recordando e compartilhando inúmeras histórias de assombrações e fatos sobrenaturais. Também teve declamação de poesias, Zilma declamando uma poesia sobre agricultura (mês do agricultor) das associadas Mariângela e Dolores,  e Nivalda declamando a poesia recebida da Maria Umbelina.

Os encontros da AME são abertos ao público .

domingo, 23 de julho de 2023

ESCRITOR E RADIALISTA MAX MORENO É O NOVO IMORTAL DA ACADEMIA MOURÃOENSE DE LETRAS










No dia 22 de julho de 2023 nas dependências da Biblioteca Municipal professor Egydio Martello, tomou posse como novo imortal da Academia Mourãoense de Letras, o escritor e radialista Max Moreno.

Ele ocupou a cadeira 24 que teve como Patrono Edydio Martello, fundador Luiz Augusto  Mazzuchetti e primeiro ocupante Igor Fábio  Steinmacher.

Max nasceu em Mariluz-PR, tem várias obras publicadas e a primeira foi "A outra sombra"  

Um lindo evento presidido pelo atual Presidente Jair Elias dos Santos Junior e secretariado pelo acadêmico Gilson Mendes de Góis.

O novo acadêmico foi conduzido pelos acadêmicos Ilivaldo Duarte e Sid Sauer.

O diploma foi entregue pelo acadêmico  José Eugênio Maciel.

O momento mais emocionante foi ver a mãe do Max , dona Odete Nunes colocar nele o tão desejado Pelerine da AML.

A apresentação do novo integrante foi feita pela acadêmica da AML e ex-presidenta da Associação Mourãoense de Escritores - AME, Silvania Costa que não lê o que está escrito, atriz como é, interpretou o texto e foi muito gostoso ouvi-la. 

O discurso de posse foi curto mas emocionante, especialmente considerando as origens de vida muito difícil do querido Max Moreno.

O presidente da cerimônia Jair Elias dos Santos Junior nos agradecimentos, fez questão de ressaltar a presença dos membros da AME presentes, considerando a entidade como uma grande parceira de trabalho.

Pela AME estavam no evento Zilma Assad, Sérgio Luiz Maybuk, Mariângela Pellizzer, Gilberto Santana de Alencar, além dos/as acadêmicos/as que também fazem parte da entidade, Gilson Mendes de Góis, Silvania Costa, Silvia Fernandes, Ester de Abreu Piacentini, João Lara.   

quinta-feira, 20 de julho de 2023

PROJETO DE EXTENSÃO SOBRE PRODUTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR /ORGÂNICOS É DIVULGADO PELA UNESPAR

Foi publicado no site da Unespar, uma interessante matéria produzida pela jornalista Denise Ligmanovski sobre o projeto de extensão ligado aos produtores rurais especialmente de Acampamentos e Assentamentos, referente a produtos da agricultura familiar/orgânicos, coordenado pelo Professor do campus de Campo Mourão-PR Sérgio Luiz Maybuk (Editor do Blog). 

Com certeza, com a divulgação e com o contato disponível será possível a partir de importantes dados levantados, contribuir para a diversificação ainda maior na produção e efetivar uma nova alternativa de venda dos produtos chegando diretamente aos consumidores. 

CLIQUE AQUI para ler a matéria. 

 


segunda-feira, 17 de julho de 2023

ENTREVISTA NO MATECAST, COM A AUTORA DO LIVRO A CASA DAS SETE MULHERES

 

Foto: Carin Mandelli/divulgação

Uma delícia de entrevista no MATECAST, programa do "Guri de Uruguaiana" personagem do ator, cantor, humorista Jair Kobe com a escritora autora de mais de 40 livros Letícia  Wierzchowski, conhecida especialmente pela famosa obra "A casa das sete mulheres" que depois tornou-se Minissérie da Globo e foi para mais de 40 países. 

A conversa entre os dois tem três ingredientes fundamentais para agradar, inteligência, conhecimento e bom humor. 

Para quem escreve e não tem incentivo, a autora  serve de incentivo pela quantidade enorme de NÃOS que recebeu até receber uma chance e estourar no mundo da literatura.

Para quem já escreve ou está iniciando, ela mostra como que a profissão exige organização e muito trabalho e especialmente para quem sonha em ser roteirista.

Para quem adora romances, especialmente daqueles quê tem algum fundo de fatos reais é muito interessante saber como surgem personagens e como são retratados.

Para quem adora Minissérie adaptada a partir de livros e também a própria produção dela em si, percebe e imagina os bastidores e toda criatividade e trabalho envolvidos. 

Para quem gosta das coisas e histórias do Rio Grande do Sul a entrevista é um "prato cheio".

A entrevista também trata um pouco  dos escravizados (uma mancha na história brasileira) segundo a entrevistada e um fato curioso e triste do Massacre dos Porongos ou lanceiros negros da Revolução Farroupilha. E trata também de outros livros e trabalhos da autora, envolvendo guerras, nazismo etc e sobre um trabalho novo de uma gaúcha retratando uma grande personagem nordestina.

Assista a entrevista CLICANDO AQUI.     


quinta-feira, 13 de julho de 2023

HOMENAGEM DE SINCLAIR POZZA CASEMIRO A CARLOS RODRIGUES BRANDÃO



O Blog do Maybuk publica belo texto escrito pela ex-diretora da Fecilcam (atualmente Unespar campus de Campo Mourão-PR) para homenegear o grande professor Carlos Rodrigues Brandão (professor livre-docente da Unicamp) e que liderou um trabalho importante aqui em Campo Mourão em 1995.

Segue o texto.

In mmemoriam...

A 12 de julho de 2023 foi juntar-se às estrelas do céu, uma das estrelas da singular história da educação superior do Paraná. Assim, essa estrela e a educação superior do Paraná se juntam para lembrar a humanidade de que o tempo é o senhor da história, de que o tempo é real, é aqui e agora, mas é transcendente, é soberano e divino e que ela, a humanidade, como extensão desse tempo e da imensidão do universo, também o é. É tão só isso. E é, por isso, TUDO ISSO.

Carlos Rodrigues Brandão, nesse 12 de julho de 2023, se foi...sua alma repousa sobre uma história fantástica, plural, diversa e profundamente humana, que é a história da criação da Universidade Estadual do Paraná- a UNESPAR.

Carlos Rodrigues Brandão nessa despedida final faz brotar lágrimas. Lágrimas de luto por  uma perda incomensurável, amiga, acalentadora, acolhedora, amorosa, maternal, paternal e amiga...quantos qualificativos mais? Todos eles, nascidos do coração e da mente, da gratidão sem medidas daqueles que contaram com ele no momento único de uma aventura do conhecimento e da educação que se chama, hoje, Unespar. Eu sei disso, eu sinto isso. Nascidos do amor e da gratidão. Professor Carlos Brandão, querido amigo, querido Mestre, querido farol de tantos sonhos e sabedoria, ciência, educação e cultura, Professor Carlos, receba-nos, receba nosso carinho sem tamanho, nosso abraço dolorido e ao mesmo tempo feliz pelo encontro magnífico com o senhor, com que a vida nos presentou nos idos da década daquele ano de 1995. Sob lágrimas escrevo. Elas banham meu coração, minha memória, meu reconhecimento, mas tenho absoluta certeza de que não apenas de meus olhos elas brotam. Brotam de todos os que sonhamos juntos, na década do ano de 1995, quando o conhecemos e o ouvimos, pela primeira vez.

Elas banham quando ouvem, entre outras, palavras assim:

“Globalizar implica em abertura, claro. Mas implica também em alteridade, consciência do valor do outro para o qual não se abre. Ou seja, globalizar implica em não-unificar concepções, interações e procedimentos. Em nome e por causa do direito à diferença, conforme salientou Adriano Ruiz, temos visto algumas posturas de resistência: há pessoas, grupos e até etnias inteiras resistindo à globalização tal como esta tem se mostrado. Há resistências, consideradas, muitas vezes, como mero “atraso”, àquele trator aplastante” denunciado pelo Arguello. No decorrer desta nossa conversa pretendo aprofundar um pouco isso: a valiosa e possível contribuição dos excluídos...não como “mercado consumidor” é claro. Mas, antes disso, aquele companheiro que pediu a palavra...” 1. Nogueira, Adriano (Org.) Ciência para quem? Formação científica para quê? Petrópolis, Editora Vozes, 2000,p.46.

Palavras ainda hoje tão cheias de sentido, querido Mestre! Elas nos acompanharão por todas as nossas vidas, são humanas. São atemporais e justas, são transcendentes.

Siga seu caminho, sua Missão. Fazemos parte dela e nos sentimos orgulhosos de termos sido seus educandos, como prefere que nos consideremos, na prática libertadora de educação que pregou por uma vida inteira aqui entre nós. Prática da verdadeira liberdade, que respeita a si mesmo e ao outro, prática da alteridade genuína. Que respeita e que, portanto, por respeito mútuo, não agride o espaço do outro com palavras e/ou com práticas invasivas, desumanas.

Nos idos 1995, surgida de um sonho coletivo na gloriosa FECILCAM, a semente de Universidade Regional para a COMCAM é replantada com muitas mãos, dali, de seu interior, mas agora também de fora dela com toda a intensidade. Semeada tivera sido já por muitas mãos ali de dentro, mas um sonho majestoso e imenso, intenso como aquele não caberia mesmo ali. E em 1995 consolida-se um trabalho de muitas mãos, que se verá real na fundação da hoje Unespar, tempos depois, numa primeira etapa que se faz já consolidada. Uma etapa que nascera na gênese da instituição, quando se criou a Fundação Municipal de Ensino Superior de Campo Mourão, a  Facilcam, depois, Fecilcam, agora Unespar. Mas se trata de um sonho que jamais morrerá, pois assim acontece quando os sonhos merecem ser vividos, realizados. Eles florescem pelas sementes e cultivo bem feito pelas mãos de seus primeiros semeadores, mas nunca se fecham, as sementes são dadivosas, elas se propagam, perpetuam sempre também pelas mãos dos sonhadores herdeiros que fazem brotar para a eternidade a esperança plantada lá muito atrás. Começo que traz infinitos recomeços porque a vida é um eterno e saudável encontro, abençoada pelo poder universal do amor.

Em 1995 o novo começo venceu as resistências de seu tempo e convidou a história desse mesmo tempo a sonhar bem alto, a arregaçar as mangas, a acreditar no que se dizia e que fazia questão de se fazer, de fato impossível. E rompeu  fronteiras. Deram-se as mãos, os herdeiros intransigentes desse tempo. E o sonho recomeçou.

O sonho atingiu como protagonistas os professores e funcionários da Fecilcam. Como parceiros, instituições de além dela, como o Poder Público Municipal de Campo Mourão (Executivo e Legislativo) com toda a sua estrutura de funcionários, Secretarias, Fundações. Também o Cefet. Também a Associação Paranaense das Faculdades Isoladas. E como parceiros acadêmicos, pois o sonho exigia constructo acadêmico e científico de artilharia pesada, atingiu os núcleos Nupélia (da Uem) e o NIMEC, da Unicamp. Essa força rompeu as barreiras do Conselho Estadual de Educação do Paraná, cuja maioria quase absoluta negava às Faculdades Isoladas a condição de se estruturarem a caminho de Universidade, atingiu órgãos de fomento e pesquisa, como  CNPq e CAPES, atingiu finalmente o MEC. Hoje, tantas outras batalhas aparentemente invencíveis, foram vencidas. E o sonho continua pela união das outrora Faculdades Isoladas e outras instituições, na jovem e promissora Unespar.  Assim o sonho continua a fazer brotar a esperança nas vidas que pupulam para eternamente congraçar o amor por meio da ciência, da pesquisa , extensão, da cultura universal e diversa. Amor à Humanidade e mutuamente ao outro –outro que conosco vive nosso momento- todo o meio ambiente e o Universo que nós, como Humanidade, alcançamos conscientemente por meio da ciência e da cultura.

Obrigada, Mestre Professor Doutor Carlos Rodrigues Brandão! Leva consigo esse sentimento sem limites de reconhecimento e eterna lembrança!

Sinclair Pozza Casemiro

Maringá, 13 de julho de 2025.


quarta-feira, 12 de julho de 2023

ENTREVISTA COM FERNANDO LEÃO, CURADOR DA EXPOSIÇÃO DO ARTISTA BERNARDO MATOS EM CAMPO MOURÃO-PR

























O editor do Blog do Maybuk, professor Sérgio Luiz Maybuk, visitou a exposição do artista Bernardo Matos na Sala de Exposições do Teatro Municipal e fez uma matéria CLIQUE AQUI para ler.

 

Na visita conheceu o Curador da exposição Fernando Leão, pegou contato e trocou informações e verificando a empolgação e a paixão dele pela arte e especialmente pelo trabalho do artista Bernardo Matos, fez uma proposta de fazer uma entrevista em que foram enviadas as questões e a respostas chegaram com várias fotos muitos interessantes.


Optou-se por colocar as fotos na publicação sem ordem de tempo até para dar uma sensação de vai e vem da história e até momentos de descontração do artista.  Como destaques, há uma Foto da Montagem da Exposição Multiverso com a orientação do Artista e seu filho Ivens. Foto do Levantamento do conteúdo histórico da Exposição. Foto do Curador e o artista, mais jovens na Seleção da Exposição  do Acervo particular que realizaram juntos em 2006 e Fotos da atualidade. E duas Fotos muito especiais, uma da visita de Elvo Benito Damo (na entrevista é possível saber sua importância) na véspera de Multiverso ainda na montagem e outra Foto de entrega de um exemplar da bra Xilográfico "Navio Negreiro " do Elvo para nossa cidade.

A seguir a entrevista que nos revela também um artista de grande importância, com vasta experiência, com prêmios recebidos e um detalhe a mais, ele tem muita sensibilidade, demonstra ser um poeta em grande parte das respostas aqui publicadas.  

1) Comente um pouco sobre você, escolaridade, onde nasceu, morou e aspectos profissionais. E Quando e como foram os seus primeiros contatos com o Bernardo Matos?

Nasci nesta cidade no ano de 1972. Em 1980 conheci a Artista Plástica e Bailarina Srta. Marfísia Fernandes que aqui chegou no fim dos anos 70 e me ensinou os primeiros desenhos de observação, me ensinou a primeira e mais importante lição que todo artista deve ter, me ensinou a ‘Ver” as coisas, o mundo a minha volta, me mostrou a diferença das texturas das folhas, me ensinou a ler a natureza. Até então eu apenas enxergava as coisas como coisas... Marfísa tinha um estilo Impressionista cheio de cor e vibração e isso me encantou, o cheiro das tintas, do óleo de linhaça, o movimento das suas mãos preparando-as na paleta, aplicando na tela como uma se uma coreografia em “slow motion”... lembro das cores se transformando em outras cores quando se encontravam. Com ela tive as primeiras noções de cores e volumes e como compor o espaço, até então eu desenhava seres com arminhas de raio laser.

Dois anos depois conheci o Artista Plástico Joel C. Veiga que chegou nesta cidade e foi vizinho de cerca da casa de meus pais e ao ver meus desenhos me convidou para ajudá-lo com algumas artes para Campanha de Natal dos Supermercados Iguaçu e os painéis reproduzindo os cartazes dos filmes em exibição no antigo Cine Plaza. Com ele aprendi a ser objetivo, dinâmico, simples. Trabalhei muito com ele na comunicação visual quando ele se associou ao também Artista Plástico Renato Domanski  e abriram na Rua Roberto Brezezinski, a Visual Publicidades.

Fazíamos serigrafia, pinturas e tudo mais que envolvesse Artes, o feitio de imagens e letras. O Renato fazia transcrição de plantas hidráulicas e elétricas em plantas de arquitetura, eram folhas de papel vegetal por vezes com até dois metros e eu me apaixonei pelos materiais, as canetas a nanquim, os gabaritos. Ele me ensinou o “traço do arquiteto” e me introduziu ao Surrealismo, estilo em que me encontro até hoje. Lá trabalhávamos o dia todo com arte comercial,  desde a impressão dos pacotes de papel de compras dos supermercados, as Kombis de entrega até a decoração do Carnaval da cidade em 1984.

Foi quando conheci Bernardo por intermédio do Renato que foi até a Visual a pedido dele para nos ajudar a finalizar a decoração... Eu estava com 12 anos e ele gostou do enorme Arlequim que eu estava pintando e me convidou para ver os trabalhos dele no seu Atelier na Av. Capitão índio Bandeira, em frente a conhecida banca  de revistas e jornais do seu Jonas. Eu fui fisgado por seus Aliens de espinhos e ossos, seu calhambeque que era sua mesa de centro e tudo lá era Poesia e Cor! Desse dia até hoje caminhamos como Irmãos de Armas!!! No início dos anos 90 fui para Curitiba e montei um Atelier de Esculturas Equestres junto com Rogério Pugsley. Ele me ensinou o realismo na madeira, vendíamos nossos trabalhos em pedra fundida na XV e no Largo da Ordem. Em Curitiba tive contato com obras e artistas dos quais Bernardo sempre me falou. Fui beber na fonte, fui visitar os lugares, museus, obras que ele me indicava e sempre que voltava visitar minha família vinha ver Bernardo e trocar figuras.

Retornei para Campo Mourão em meados de 1998 e aqui abri meu Atelier, depois de  alguns anos uma escultura minha foi classificada em uma Seletiva de Artes para representar o Paraná no Circuito Internacional de Arte Brasileira que percorreria alguns países, dentre eles a Itália. No encerramento desse Circuito no MASP, eu fui agraciado com Menção Honrosa Internacional, prêmio que recebi em mãos do ex. Presidente Itamar Franco, na época recém saído da Presidência, havia assumido a Embaixada do Brasil na Itália. Com essa Menção o convite para participar do próximo Circuito que também me trouxe outra premiação...ao longo de alguns anos minhas obras chegaram a mais de 18 países, lugares aonde sequer um dia pude sonhar e com isso tive outras menções, medalhas de ouro, participações em Salões e Mostras aqui mesmo.

 

Algumas dessas obras hoje estão acervadas pela Fundação Cultural de Campo Mourão, outras foram acervadas em Embaixadas de outros países. Nesse mesmo período me formei em Artes Visuais, fiz especializações em Arte Educação e Docência no Ensino Superior, atuei nessas áreas de arquitetura, design de interiores, publicidade, comunicação visual e afins.  Antes da pandemia trabalhei no departamento de Comunicação e Marketing da Faculdade Unicampo. Após, decidi reabrir meu espaço de Artes que serviu de base de apoio para a exposição. Algumas das obras de Bernardo foram para lá para serem adequadas, pois estavam há alguns anos guardadas, algumas com 40 anos do seu feitio. As esculturas receberam acabamento em pátina e as bases revitalizadas, as demais obras adequadas ao tamanho, um ou outro detalhe. Bernardo acompanhou cada etapa desse processo de restauro, ele é muito criterioso e apegado com suas obras.

 

2)Como foi o processo de contatos, organização e convencimento que levaram até o dia da abertura da exposição?

Desde os primeiros contatos com a Equipe de Diretores da FUNDACAM, Silvio, Maurício e do Secretário de Cultura Roberto, fomos acolhidos e ouvidos em todos os detalhes. Adequação da Sala, da iluminação, dos expositores. As obras de Bernardo não seguem um padrão, ele utiliza suportes e bases diferentes o que exigiu muita flexibilidade e criatividade para dispor as obras como estão para apreciação.

 

A exposição MULTIVERSO não aconteceria sem a sensibilidade, dedicação e entrega desses profissionais a quem dedico todo meu agradecimento e respeito! Contribuíram para entregar ao público, uma das mais importantes Mostras de Artes que nossa Cidade dispôs. Sabedores da importância e influência da Arte de Bernardo, receberam esse conjunto de obras como uma Homenagem do Artista para a cidade que escolheu para viver e que tanto o inspira. Sentimo-nos honrados com essa atitude expor suas obras, algumas premiadas em tradicionais Salões de Artes do nosso País e que são tão importantes na vida e na trajetória do Artista. Fazer parte dessa história é motivo de honra, orgulho, muita emoção e alegria para todos nós que estivemos direta ou indiretamente conectados a ela.

3)Qual será a dinâmica envolvendo estudantes a partir da exposição?

Professor Sérgio, esta questão ainda estamos em tratativas. Certamente irá se realizar, entretanto preferimos neste momento deixarmos para divulgar essa segunda etapa tão logo o Centro de Criatividades Gurilândia adequar o espaço e estudarmos junto com a Secretaria da Educação o ajuste no calendário, horário, deslocamentos, autorizações dos pais, etc.. Temos ainda alguns detalhes para “alinhavar” mas fica aqui meu compromisso de entregar-lhe em primeira mão todo esse contexto.

4)O que esse trabalho está te proporcionando enquanto pessoa?

Esse é um momento único na história da nossa cidade. Nosso maior artista, maior incentivador, o “Guardião das Artes”, premiadíssimo em vários Salões, Coletivas, realiza a sua Primeira Exposição Individual após mais de 50 anos de dedicação às práticas artísticas. Aceitar partilhar suas criações foi um grande gesto de generosidade da parte dele, e a mim, coube a responsabilidade de fazer a ponte entre o Artista e a Fundação Cultural. Obviamente isso me chega como um gesto de carinho. Me senti lisonjeado por ser escolhido por ele para esse trâmite todo, sua confiança me encheu de orgulho mas também em posição de grande responsabilidade. Entramos em contato com professores e amigos do Escola de Música e Belas Artes do Paraná, pessoas que foram marcantes na sua trajetória.

 

A presença confirmada daquele que considera seu grande professor em escultura, Elvo Benito Damo, Coordenador do Centro de Criatividades de Curitiba, certamente a maior referência das Artes Escultóricas da América Latina, uma das maiores do mundo em atividade deu a dimensão da força que o nome de Bernardo Matos representa para as Artes do Brasil. Elvo prontamente atendeu nosso convite, trocamos correspondências e fotos e relembramos as histórias contadas pelo artista. Foi espetacular conversar com esse Maestro Escultor e sentir sua energia, seu ânimo e que ainda generosamente aceitou trazer em doação para Campo Mourão uma cópia da obra xilográfica “Navio Negreiro”.

 

Também com o Artista Plástico Vilmar Lopes, considerado o maior amigo de Bernardo da época de Faculdade. Vilmar trocava telas por discos de vinis da coleção do Bernardo (essa coleção hoje está estimada em 12 mil discos). Reencontrar o também Artista/fotógrafo/editor/coreógrafo, ufa... Fernando Nunes, que marcou uma geração desta cidade com a Companhia Verve, a V8 Comunicação entre outras atividades e que tanto contribuiu para que a Cultura da nossa cidade se destacasse e alcançasse um nível de destaque e que hoje  vive em Santa Catarina, veio prestigiar o Multiverso de Bernardo, isso deixou o Artista muito emocionado dado o carinho e admiração que têm por essa pessoas.

 

Essa atmosfera criada em um evento desse porte, após mais de 10 anos com nossa Sala de Exposição fechada, transformada em um depósito feria-nos na alma. Após uma Pandemia que levou pessoas queridas da nossa sociedade e instaurou o medo e angústia na humanidade, nesse momento tão duro para a humanidade, a Arte é lembrada como se um “remédio” para suportar a incerteza da vida. Não bastasse, ainda a ameaça de termos as Artes e a Filosofia descartadas da grade curricular das Escolas...Então amigos, acreditem, foi muito bom reencontrar os Artistas da nossa cidade, autoridades, escritores, músicos, comunidade, uníssonos nesse levante e amigos que em outra época estavam em alta efervescência criativa.

Artistas atuantes em mostras, salões, discussões, Fóruns, como Alessandro Costa e o Eder Umbelino, também reencontrar o “Ceará”, o Professor Edvaldo, nosso “Pixote”, a Marcela Lauber, Semeire Vecchi, a Juliana Martini e ver todo o grupo de escultores artistas da Fundação Educere presentes, novos nomes que certamente serão inspirados por tudo isso, me emocionou de diferentes formas, foi uma viagem no tempo e a perspectiva de que a Arte em nossa Cidade retoma seu lugar de importância.

No evento ainda foi anunciada a abertura de inscrições para Projetos na área da Cultura (FEPAC) e foi declarado aberta as inscrições para o Salão de Arte Contemporânea de Campo Mourão. Todas essa ações merecem aplausos para a Administração Pública que reconhece o valor e importância da produção cultural, da formação de plateia, da preservação do patrimônio histórico, do fomento à Cultura, da sua responsabilidade na construção do  ser através do saber, através de políticas culturais acessíveis a todos.  Ser testemunha de toda esse energia se reconectando tocou meu coração. “Multiverso“ é a mola propulsora para que movimentos lindos nas áreas das Artes nos surpreendam e  nos encantem ainda mais!

5)Quais seus contatos nas redes sociais e o que deseja dizer aos leitores do Blog do Maybuk?

Eu tenho poucos contatos nas redes sociais, assim como Bernardo também sou da velha guarda, pouco assíduo na Web, uso o elementar e isso é falho para dar a voz e o alcance que essa exposição e a obra que esse Grande Mestre da Artes merece, que todos merecem. Seria gratificante ver essa exposição alcançar a repercussão e destaque em lugares distantes, “A Arte é para todos”! Se fala muito em Metaverso, em realidades alternativas, mundo 3D. Nossos jovens conhecem artes, esculturas pelas telas dos celulares, dos tablets. A realidade que eu gostaria de apresentar a vocês é a de um Gênio que caminha entre nós, fazendo versos de formas diferentes das palavras...leve passeia e recolhe os “pedaços” de nós e os converte esteticamente em objetos originais, cheios de humor, movimento, cor, ARTE!

Que você venha ver as esculturas combinadas com mármore e aço industrial que “arrepiou” a crítica de Artes do Estado nos anos 80, venha se surpreender com a semiótica que desfila lindamente cheia de graça e humor em toda sua obra, a linguagem única de Bernardo. Embarque nas naves ou em suas motos e calhambeques feitos de materiais improváveis e desate os nós da sua mente, mergulhe no onirismo de seus desenhos mas se proteja dos guerreiros de aço e aliens feitos de espinhos, pois eles podem te pegar pelos olhos e pelo coração.

Levem seus filhos, essa exposição foi pensada neles. Apresentem-lhes o que é possível criar quando se desenvolve a criatividade, o olhar. Que se pode construir coisas bonitas e alegres com materiais alternativos e de baixo ou nenhum custo. Novas soluções para problemas antigos podem ser desencadeadas por sua dinâmica. Incentivem seus filhos a criarem coisas originais, a criarem novos conhecimentos e não apenas a repeti-los. A humanidade tem feito isso e há muito tempo e está previsível, “morno”. Está bem chato mesmo pra falar a verdade! Vamos para outro patamar, não dá mais para permanecer fazendo mais do mesmo.

Incentivem seus filhos a criarem coisas novas, a Arte tem esse poder. Deixem que risquem nos sapatos, nas paredes, aonde for, desmontem e montem coisas. Coisas tem preço, talvez precisemos rever o que realmente tem valor. Respeitem os Artistas, metade deles é amor e a outra metade também! Elevem as Artes, elas são talvez, as únicas coisas que realmente ainda nos mostram que somos humanos. Que somos seres criadores. Somos capazes de criar um dia de amanhã melhor que hoje, de estampar sorrisos nos olhos da pessoas! Viva a Arte... A vida sem ela não basta”. O Multiverso  de Bernardo Matos espera Você!!!