Ontem um encontro bonito no Programa Altas Horas.
Bate papo entre:
Serginho Groisman um jornalista íntegro e carismático.
Mateus Solano um ator que admite que nasceu em berço de ouro, que trabalha com seriedade e é ativista ambiental.
Renato Sorriso ,aquele gari do sorriso largo que virou celebridade no carnaval.
Ontem o Renato respondeu que mantém seu sorriso largo, porque faz seu trabalho com dignidade mas dasabou a chorar quando falou sobre o pai, mãe e os dez irmãos.
Ele falou das dificuldades e cravou uma frase que deveria ser refletida por todos nós.
Disse que há um ditado em que onde come um, comem 10, é mentira. "Onde come um nove passam fome".
Desabou quando lembrou que sua mãe tirava dinheiro da comida para pagar o aluguel.
Ainda teve que passar a vida toda provando que é uma pessoa honesta.
Ele entra no cerne da brutal concentração de rendas e riquezas no Brasil. Um dos países mais desiguais do mundo. E ainda um país racista.
Ele disse que leva o sorriso, porque a duras penas tem uma vida um pouco melhor que a dos seus pais e não quer a vida que levou para seus filhos.
Diante disso algumas considerações:
Um país das rachadinhas em que se compram imóveis valiosos em dinheiro vivo, para esconder a podridão dos seus atos e continuar rindo da cara de todos e todas e ainda passar por honestos usando Deus acima de todos.
Um país em o fisiologismo continua à todo vapor no Congresso Nacional e vai piorar com o novo líder de governo.
Um país em que super faturam respiradores em plena pandemia.
Um país que temos um Ministro interino da saúde há mais de dois meses, diante da pior crise de saúde das últimas décadas.
Um país em que 100 mil pessoas morrem e outras tantas mil vão morrer e as frases que aparecem de quem também deveria ser responsável são, "e daí", "não sou coveiro", "vamos tocar a vida e tentar se safar".
Um país nessa batida, precisa erguer uma estátua ao Renato Sorriso por manter seu sorriso largo o tempo todo.