No dia 10 de abril de
2021, aconteceu a cerimônia de posse de modo virtual, da nova diretoria da AML
– Academia Mourãoense de Letras - Biênio 2021-2023 – com os seguintes membros: Presidente DALVA HELENA DE MEDEIROS,
Vice-Presidente MARLENE KOHTS, Secretário Geral JAIR ELIAS DOS SANTOS JÚNIOR, Primeiro
Secretário HERMÍNIA CAMARGO PERDONCINI, Tesoureiro Geral ANDRÉ PINTARO,
Primeiro Tesoureiro LEANDRO MOREIRA, Orador ARLÉTO ROCHA, Coorador SILVANIA
MARIA COSTA, Dir. do Acervo Bibliográfico GILSON MENDES DE GÓIS.
O evento foi muito rico
e emocionante do início ao fim, mas antes dos registros e as impressões do
editor do Blog do Maybuk, é necessário ressaltar um detalhe sobre as fotos, as
primeiras e de ótima qualidade, foram disponibilizadas pela própria presidente Dalva Helena de Medeiros e as outras foram
tiradas no momento da transmissão. Em alguns registros de fotos observa-se
comentários do público de casa, e há fotos de pessoas com máscaras, para se adequar de forma responsável em virtude da pandemia. O Blog que não está alheio à situação do país, registra
que o novo corona vírus, já tirou a vida, só no Brasil de 350 mil pessoas (citado pelo Fábio Sexugi no seu discurso) e em Campo
Mourão-Pr 157 pessoas. Neste ato, respeitosamente, presta uma homenagem a
todas estas pessoas que se foram, e se solidariza com a dor de todas as famílias
enlutadas. Também condena veementemente os brasileiros e as brasileiras que
criminosamente, ainda insistem em frequentar lugares públicos sem máscara,
colocando a vida de outras pessoas em risco e estimulando outras a fazerem o mesmo.
Seguindo sobre o
evento, registra-se que a secretaria da posse foi conduzida pela acadêmica Marlene Kohts e a Mestre de
Cerimônia foi a acadêmica Edcleia Basso Didyk, que conduziu os trabalhos
brilhantemente, apresentando a sequência de falas, apresentando o Hino Nacional Brasileiro sempre emocionante e o Hino da AML de autoria da acadêmica Silvania Maria Costa e muito bem interpretado pelo Anderson Brito “Skema”. Ela também leu especiais textos e poesias.
Entre os textos e poesias , citando partes ou todo o
conteúdo, foram apresentados “ Nada fica de nada. Nada somos” de Fernando
Pessoa, “Resíduo” de Carlos Drummond de Andrade, “Sinfonia da vida – Quem vai
cantando ... Quem pintará a voz e a canção? Para quem viaja ao encontro do sol
... Quando sonho sou outra ...” Helena Kolody, “Durante a nova vida: ... texto
de Charles Chaplin, “Sou como você me vê ...” de Clarice Lispector, “O tempo” de Mário Quintana.
Nos momentos musicais
ocorridos intercalados entre outros da cerimônia, foram muito bem interpretadas
três lindas canções, uma delas tão significativa “Pais e filhos” composta pelo Renato
Russo e que na composição cita “é preciso amar as pessoas como se não houvesse
amanhã” muito válido no momento atual. Outra canção do cantor e compositor Djavan “um dia frio”,
que faz referência ao livro e finalmente outra canção do cantor e compositor Martinho
da Vila com a música “Devagar, devagarinho” (devagar e sempre). Os dois últimos
artistas são negros. Que bom a presença de negros em eventos importantes por
meio da música. Que bom seria se nas Universidades (no corpo docente e discente),
nos espaços decisórios políticos, nos cargos de diretorias nas empresas e nos
espaços diversos das Letras, estivessem presentes mais negros e negras,
considerando que indiscutivelmente, não lhes faltam capacidade.
Ainda no momento
cultural do evento, a acadêmica Silvia Fernandes com aquela voz encantadora,
interpretou uma de suas centenas de poesias, sempre muito lindas, intitulada UM
DESTINO DESEJADO em que se publica na íntegra aqui:
O tempo é agora e o
momento é meu!
Em minha frente se abre
um caminho colorido, desconhecido, por onde passo.
Mas sem receio
prossigo.
Tenho às mãos a minha
rota traçada, detalhada, e uma bússola na mente.
Quero a surpresa da
hora a cada passo que dou.
Vou seguindo seguro ao
destino sonhado, planejado, escrevendo minha história:
autor e personagem saboreando
a vitória que com certeza irei ter.
É importante destacar a presença no evento, do
Secretário da Cultura do município de Campo Mourão Roberto Cardoso. É imprescindível
para um município, Estado ou país que governantes ou representantes apoiem tudo
o que se refere à educação, cultura e arte.
Finalmente para
registro histórico o Blog publica os discursos do presidente que sai e da
presidente que assume.
Discurso do
ex-presidente Fábio Sexugi:
Caríssimos Acadêmicos,
Caríssimas Acadêmicas,
Prezados amigos que nos
prestigiam virtualmente nessa noite especial,
Ilustríssimo Secretário
de Cultura, Sr. Roberto Cardoso,
Querida Profª Dalva
que, com sua equipe, liderará a AML pelo próximo Biênio,
É
com muita alegria que transmito a Presidência a essa grande colega, de
guarda-pó e de pelerine, que nossos confrades e confreiras escalaram para
conduzir a Academia Mourãoense de Letras até 2023, nesses tempos que nos
desafiam e que pedem de nós coragem e empenho redobrados.
O
júbilo que sinto nesse momento reflete, sobretudo, o sentimento de dever
cumprido. Devo dizer que, em 2018, quando aceitei reiterados convites dos
colegas, mesmo sendo de Peabiru, para presidir uma das principais instituições
mourãoenses, confesso que essa capa acadêmica se tornou bem mais pesada aos
ombros: “se já é grande a incumbência de integrar a Academia, bem maior –
pensava – será a de presidi-la”. Mas, apesar disso, devo dizer, essa enorme
responsabilidade nunca nos amedrontou: certamente porque o apoio e o auxílio
recebidos nesses anos por parte dos colegas da diretoria e do Colegiado nos
impeliam a seguir em frente, com destemor, balizando ações que intensificaram a
abertura da AML e a sua presença na comunidade. É que, como disse Beatriz a
Dante, no Paraíso da Divina Comédia:
“La spada di qua sù non taglia in fretta
né tardo, ma’ ch’al
parer di colui
che disiando o temendo
l’aspetta.”
“Do céu a espada pune
sem tardança,
Mas sem pressa,
conquanto o não pareça
A quem no medo aguarde
e na esperança”
Assim,
na opinião do “Poeta da misericórdia de Deus e da liberdade humana”, como
chamou a Dante Alighieri o Papa Francisco na Carta Apostólica Candor Lucis
Aeternae, publicada no mês passado, a ação divina independe do medo ou da
esperança dos homens. A ação dos mortais, porém, inevitavelmente, fundamenta-se
em uma dessas duas dimensões.
É
nesse sentido, aliás, que a Compadecida – personagem da obra do grande Ariano
Suassuna inspirada na obra dantesca – lamenta, ao advogar pelos réus diante do
divino Tribunal, que “os homens começam
com medo, coitados, e acabam por fazer o que não presta, quase sem querer. É medo!”
E, um a um, são elencados os receios que os colocaram naquela posição digna de
pena: “Ah, senhor, medo de muitas coisas”, “medo do sofrimento”, “medo da
solidão” e, no fundo de tudo, “medo da morte”...
Felizmente,
ao chegarmos ao desfecho dessa gestão – que, como a vida de João Grilo no mesmo
Auto nordestino, ganhou uma prorrogação inesperada –, podemos dizer que foi a
esperança, e não o medo, a pautar nossas ações até aqui.
Pela
esperança de que todos tenham acesso democrático aos bens culturais é que
fizemos, juntos, tantas coisas: abrimos as portas da Academia à comunidade e à
diversidade, com sessões públicas, nas quais aprendemos, por exemplo, um pouco
mais da cultura indígena, ouvindo os próprios índios; ou dando espaço a
pesquisadores e pesquisadoras que nos detalharam, com entusiasmo próprio da
juventude, a importância e as particularidades da literatura de autoria
feminina.
Essa
mesma esperança nos fez intuir a necessidade de não apenas trazer a comunidade
para dentro de nossas portas – cujo ingresso, ao contrário daquele umbral
aflitivo que Dante descreveu, clama por “toda a esperança” –, impeliu-nos a
levar a Academia lá onde estão as pessoas. Por isso, criamos o “Café com
Letras”, projeto que divulga o trabalho de nossos acadêmicos num espaço
comunitário, como a Feira Criativa de Campo Mourão... Por isso, lançamos o I
Concurso de Poesias Prof. Rubens Luiz Sartori, que mapeou e aplaudiu inúmeros
poetas de vários municípios da Região da Comcam, difundindo e premiando seus
trabalhos... Por isso aprofundamos, como nesse momento, nossa presença na
Internet – espaço democrático por natureza –, divulgando literatura e os
trabalhos de nossa Academia no Facebook, no Instagram e, mais recentemente, no
nosso novo portal, totalmente reformulado, modernizando nossa Academia... Por
isso, criamos o Troféu José Moser, honraria coletiva e popular que coroa o
trabalho de gente simples que, como o grande escultor austro-brasileiro de
Peabiru, colabora no desenvolvimento sociocultural da nossa região... Por isso
lançamos o livro “Ad Immortalitatem”, colocando nas mãos das pessoas a história
da Academia e de seus membros...
Ao
mesmo tempo em que tal abertura se intensificava, ancorando nossas ações na
esperança de ver nossas letras escrevendo mais equidade e apagando, pouco a
pouco, a injustiça social que aparta as pessoas dos livros – separação
intensificada por uma pandemia assustadora que já vitimou quase 350 mil
brasileiros, num cenário de embrutecimento que prioriza a ignorância, em
detrimento da ciência, privilegiando superstições em prejuízo da vacina –,
tivemos de nos adaptar: essa live e os demais eventos virtuais, inéditos à
Instituição até então, provam a capacidade de a nossa Instituição ler e
interpretar as vicissitudes desses tempos em que é chamada a tomar parte.
Não
tivemos medo também de atualizar-nos internamente: propomos a alteração de
nossos documentos norteadores; criamos um uniforme próprio para o trabalho;
firmamos parcerias com outras instituições literárias; completamos a galeria de
nossos símbolos.
Também
não tivemos medo de, institucionalmente e no momento oportuno, posicionar-nos
diante de temas sensíveis à sociedade, sempre de modo democrático e plural. É
que, como dizia o grande pastor e ativista Martin Luther King, inspirado em
Dante, “os lugares mais quentes do Inferno estão reservados para aqueles que
permaneceram neutros em tempos de crise moral”. As notas oficiais que
publicamos darão testemunho, no futuro, que de a indiferença e a inércia não
nos dominaram nem quando o silêncio nos era mais conveniente.
Agradeço
de coração a todos aqueles e aquelas que, generosamente, colaboraram para o
sucesso dessa gestão, que também é o sucesso da própria Academia. À Tesoureira
Cristina, que sempre nos encorajou, tendo atuado com excelência, minha gratidão
especial! À Vice-Presidenta Profª Dirce, igualmente nosso reconhecimento
sincero pelo suporte e amizade. Às Secretárias Marlene e Nelci, minha admiração
e apreço pela valiosa contribuição. À ex-Presidente Ester, muito obrigado por
apoiar concretamente nossas ações de modo tão generoso, assim como à Acadêmicas
Giselta e Sílvia! Agradeço também aos Acadêmicos Ilivaldo e Sid Sauer, pela
divulgação dos trabalhos da Instituição, assim como aos veículos de comunicação
de Campo Mourão, que sempre repercutiram, gratuitamente, nossos trabalhos...
Muito obrigado, queridas professoras Edcleia, Hermínia e Sinclair, por
aceitarem, com bom ânimo e muita paixão, todos os desafios que lhes foram
apresentados nesse período! Agradeço de coração aos Acadêmicos Helder e
Robervani, que nos deram suporte jurídico para conduzir nossa AML! Gratidão ao
Acadêmico Leandro Moreira que, antes mesmo de empossado, já dava sua
contribuição musical e voluntária à Academia. Reconhecimento também ao
ex-Presidente Jair Elias, pelas sugestões, amizade e parceria, assim como aos
colegas João Lara, Gilson – ex-Presidente – e Prof. Maciel, que nos deram um
grande suporte, e igualmente aos acadêmicos Arleto, Profª Rita, Profª Cida –
ex-Presidente –, Benedita, Pe. Jurandir, Profª Silvânia, Prof. Frank, Márcia,
Gilmar e a todos os colegas que, de alguma maneira, contribuíram, do seu jeito,
para que tivéssemos êxito em nossas atividades. Entre eles, e já concluindo o
discurso, nosso agradecimento especial à Prof. Dalva, sempre presente em todas
as iniciativas, e a quem terei a honra de, dentro de instantes, transmitir esse
colar presidencial.
A
ela e aos integrantes da Gestão deixo o mesmo conselho que Virgílio deu a
Dante, no Capítulo XXVII da Divina Comédia:
"Pon giù omai, pon
giù ogne temenza; volgiti in qua e vieni: entra sicuro!”
“Deixa já, deixa o
temor: volta-te para cá e vem: entra seguro!"
Desejo sucesso e muitas
realizações!
Muito obrigado!
Discurso da presidente Dalva
Helena de Medeiros:
Boa noite Acadêmicos e
Acadêmicas da nossa querida Academia Mourãoense de Letras
Boa noite amigos,
familiares e público em geral que nos acompanham pelo Facebook.
Em primeiro lugar,
agradeço meus predecessores, na pessoa do presidente Fábio Sexugi, que
representa sua Diretoria, pelo belíssimo trabalho desenvolvido durante a sua
gestão, no sentido de democratizar a cultura e dar visibilidade à Academia
Mourãoense de Letras como uma instituição, que não somente congrega
intelectuais, mas que possui ações que repercutem na comunidade local e
regional.
Em respeito, relembro
os patronos de todas as cadeiras da AML, no total de 40, os quais por seus
feitos, em relação à edificação da cultura, atuação nas áreas político-social e
comunicação, têm seus nomes imortalizados.
Hoje é um dia muito especial na minha vida e
na vida dos demais componentes da nova diretoria. Dia de assumirmos um grande
compromisso que nos faz sentir um pouco de insegurança e, ao mesmo tempo, uma
certa euforia por significar um novo desafio. São sentimentos que vão tomando
forma, à medida que tomamos consciência da monumental responsabilidade que
assumimos frente à possibilidade de contribuir com uma instituição de caráter
literário e cultural cujo objetivo maior é cultivar, preservar e divulgar a
Língua Portuguesa e suas literaturas em seus aspectos científico, histórico e
artístico.
Assumir essa tarefa em um tempo tão
conturbado, repleto de aflições e instabilidades, predominantemente na área de
saúde, mas que lança tentáculos no campo sócio-político, gerando fome de
alimentos, de paz, de justiça, aumenta o nosso compromisso e cautela em relação
às metas propostas e meios para atingi-las.
Vivemos em um país, em que, infelizmente, as
diferenças sociais, determinam, em grande parte, o acesso aos bens culturais,
constituídos historicamente por toda humanidade, mas apropriados de formas
distintas e muito desiguais.
Frente a esta constatação, buscamos arrego
nos versos do poeta Drummond de Andrade quando diz: “Não serei o poeta de um
mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho
meus companheiros. Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles,
considero a enorme realidade”... Com ele, podemos dizer que não estamos presos
ao passado, nem conhecemos o futuro, vivemos no hoje, circunscritos na
realidade que nos desafia. Com este quadro em mente, pusemo-nos a buscar o que
sentimos ser essencial, de modo a balizar nossos projetos e ações para nossa
gestão que acontecerá no biênio 2021-2023.
Estamos plenamente convictos de que o
conhecimento não é dádiva entregue a poucos e que o desenvolvimento humano não
é inato, logo, precisa do outro. E é,
justamente, nesta necessidade do outro, para o desenvolvimento, para o
conhecimento e para acesso aos bens culturais de uma sociedade, que entra a
nossa querida AML. Desta forma, o nosso papel enquanto acadêmicos não é, e nem
poderia ser, apenas uma distinção de personalismo no mundo, mas, sim, de
divulgar, disseminar conhecimentos, de dar acesso à cultura, por meio,
principalmente da leitura e da literatura. Nesta perspectiva, temos uma função
social, enquanto membros da Academia Mourãoense de Letras.
Assim como eu, a maioria dos confrades e
confreiras acadêmicos, descende de famílias simples, e teve sua formação básica
e superior em escolas públicas. Além disso, muitos dos acadêmicos da AML, inclusive
eu, são profissionais da educação. Devotaram sua vida à esta causa, mormente,
em escolas públicas. Outros, atuaram ou ainda atuam em variadas profissões, em
diversas instâncias, como no comércio, na prestação de serviços, no direito, na
imprensa e comunicação, em instituições educacionais públicas e privadas, em
instituições religiosas, de forma que cada um de nós dedica-se a contribuir com
o desenvolvimento social no seu cotidiano.
Por esta, entre outras razões, a AML torna-se
o espaço que congrega e envida esforços para que, ao nos identificar com a luta
da maior parte dos brasileiros e brasileiras, possamos lutar pelos seus
direitos de ter acesso aos bens culturais de uma sociedade. Assim, para além de
nossas diversidades de atuação profissional e de distintas formas de pensar e
de escrever, temos também sonhos e tarefas comuns.
Para este biênio, em que a AML estará sendo
guiada por uma nova Diretoria, propomos metas e ações como: atividades
literárias e científicas, publicações de livros e revistas, projetos de
divulgação dos patronos, fundadores e
acadêmicos ocupantes das cadeiras, projetos de literatura e poesia, projetos de
incentivo à leitura nas escolas básicas, participação em eventos culturais com
associações e órgãos congêneres, parcerias com outras academias, com
universidades e escolas e ampliação da participação nas redes sociais, entre
outras. Desta maneira, estamos certos de estarmos realizando a função social da
academia.
O
respeito às diferenças, interna e externamente, se expressará pelo diálogo,
respeito às liberdades democráticas, aos princípios expressos na missão da
instituição, tais como: o apreço à
fraternidade universal, à liberdade e igualdade, aos direitos individuais e
coletivos, contidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A
Arte e a Cultura, nossas matérias primas e resultado de trabalho em todos os
momentos, em especial neste da pandemia, tem um papel importante, de trazer
esperança, alegria, superação. Temos, mesmo diante da dor, diante da diferenças
de classe, de gostos díspares, algo que nos une, acadêmicos e público
participante, que é a nossa cultura, a
crença em um mundo melhor, a solidariedade, que nos permitirão, em breve,
estarmos juntos, nas escolas, nas ruas, nas praças, nos auditórios, para ler,
rir, dar um abraço, um aperto de mão, cantar, ler ou declamar poesia, contar
histórias.
Encerro
minha fala, com um poema de Helena Kolody, grande poeta paranaense:
Meus
olhos estão olhando
De
muito longe, de muito longe,
Das
infinitas distâncias
Dos
abismos interiores.
Meus
olhos estão a olhar do extremo longínquo
Para
você que está diante de mim.
Se
eu estendesse a mão, tocaria a sua face.
Helena
Kolody