sexta-feira, 3 de março de 2023

LIVRO "QUANDO EU CONTAR ... ERA UMA VEZ" ESCRITO PELA SILVANIA MARIA COSTA



O Blog do Maybuk sempre que possível, publica algumas considerações que seu editor, o professor Sérgio Luiz Maybuk faz quando termina de ler algum livro de escritores da região.

As considerações da vez, se referem ao oitavo livro da escritora Silvania Maria Costa. Ela que está na presidência da Associação Mourãoense de Escritores e também é imortal da Academia Mourãoense de Letras. Registre-se que o Blog já fez considerações de outra publicação da autora. 

A obra da presente publicação é intitulada "Quando eu Contar ... Era uma vez" publicada pela Nova História Editora e Gestão Cultural. 

Além do antelóquio (apresentação), há 12 histórias interessantíssimas e ainda um curioso Dicionário Paraibanês. A escritora que também é poeta/poetisa, atriz, cantora, contadora de causos etc e etc é natural da Paraíba mas mora no Paraná desde a década de 1970.

A escritora afirma que desde que se conhece por gente e até hoje, gosta de ouvir histórias. Com essa qualidade rara nos dias atuais de tanta correria, também com a facilidade como escreve relatando as histórias, como se estivesse contanto pessoalmente para a pessoa, leva o/a leitor/a a entrar no "acontecido" tanto nos fatos que realmente aconteceram, quanto naqueles estilo fábula e até naqueles em que ela mesmo confessa (fez isso no lançamento do livro), que não tem bem certeza se é fato ou invenção.

Ela com certeza daria uma excelente roteirista de filme. Tamanha é a riqueza de detalhes e os "floreios" que utiliza para amarrar o/a leitor/na história.

Todas as histórias têm uma ilustração antes do título (na maioria da vezes bem estranho). Na junção  de ilustração e título estranho, inevitavelmente já atiça a curiosidade para a leitura.

"Férias pra que te Quero", "O menino cinza", "Comeram o Papai", "Lívida Lívia", "Floriano e Floriá", "Bora dormi, Gerardo", "Vai uma Coxinha Aí?", "Quem tem medo de Assombração?", "Riacho A cima", "Zé Massalino", "A colheita", "Barulho de Carriola".

Tem de tudo e sempre intrigante, estilo "rir da própria desgraça", crianças inocentes fazendo coisa absurda e de estrago irreversível, casamento frustrado e final trágico, tem fábula, tem disfarce quase perfeito descoberto por uma fala imprevista, história de arrepiar os cabelos, natureza imprevisível, paixão, posse,frustração e tragédia, casamento doloroso para a mulher e a conquista da liberdade de forma inusitada, história de papai e percepções e memórias de crianças.

O estilo das histórias são variados, as vezes o desfecho é claro, as vezes é claro e com aquela lacuna proposital para envolver o/a leitor/a. E as vezes como aqueles filmes maravilhosos em que o final fica à escolha de quem assistiu, artimanha de quem escreve bem e sabe instigar.    

A leitura do livro lembra um pouco duas extraordinárias figuras contando causos, inventando, floreando com bem fazia o Rolando Boldrin (exemplo cavalo partido ao meio pelo raio e amarrado com maestria com cipó bem forte rsrs) e o Ariano Suassuna naquele vídeo em que diz que está "cultivando" um mentiroso da terra dele. O tal contou a ele que era o maior produtor de mel porque fez uma cruza de abelha com vagalume (trabalho dia e noite rsrs), Suassuna arremata dizendo que não existiu o fato mas é tão interessante que deveria existir. 

A leitura também lembra que tem mais de 40 anos de idade e que ficava ouvindo causos nas festas e até nos velórios (passar a noite reunido do lado de fora da casa e escutando história). Dois exemplos: Determinado local era assombrado e quando a pessoa passava sozinha montado no cavalo, de repente sentia que havia alguém na garupa pegando na cintura ...   e o  causo dos amigos que saíram de casa sem almoçar, andaram um monte chegaram de noitinha na casa do compadre de um deles, foram bem recebidos, conversaram muito e a uma certa altura, no tempo que o banho era mais difícil, o dono da casa, todo solícito diz que vai arrumar duas bacias d'água para eles se higienizarem e aí a resposta veio na lata, mas compadre não fará mar nóis lavá os pé em jejum? Imagina o constrangimento e o rebuliço para arrumar comida para as visitas rsrs.                

4 comentários:

  1. Parece ser um ótimo livro e a forma que o descreveu nos deixa com vontade de ler. Parabéns!

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  2. Sou encantada pelas obras da Silvania. E tua maneira de escrever, me deixa também encantada, Sérgio.
    Parabéns pela bela publicação e também parabéns a nossa talentosa escritora 👏👏👏👏

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