As considerações da vez, se referem ao oitavo livro da escritora Silvania Maria Costa. Ela que está na presidência da Associação Mourãoense de Escritores e também é imortal da Academia Mourãoense de Letras. Registre-se que o Blog já fez considerações de outra publicação da autora.
A obra da presente publicação é intitulada "Quando eu Contar ... Era uma vez" publicada pela Nova História Editora e Gestão Cultural.
Além do antelóquio (apresentação), há 12 histórias interessantíssimas e ainda um curioso Dicionário Paraibanês. A escritora que também é poeta/poetisa, atriz, cantora, contadora de causos etc e etc é natural da Paraíba mas mora no Paraná desde a década de 1970.
A escritora afirma que desde que se conhece por gente e até hoje, gosta de ouvir histórias. Com essa qualidade rara nos dias atuais de tanta correria, também com a facilidade como escreve relatando as histórias, como se estivesse contanto pessoalmente para a pessoa, leva o/a leitor/a a entrar no "acontecido" tanto nos fatos que realmente aconteceram, quanto naqueles estilo fábula e até naqueles em que ela mesmo confessa (fez isso no lançamento do livro), que não tem bem certeza se é fato ou invenção.
Ela com certeza daria uma excelente roteirista de filme. Tamanha é a riqueza de detalhes e os "floreios" que utiliza para amarrar o/a leitor/na história.
Todas as histórias têm uma ilustração antes do título (na maioria da vezes bem estranho). Na junção de ilustração e título estranho, inevitavelmente já atiça a curiosidade para a leitura.
"Férias pra que te Quero", "O menino cinza", "Comeram o Papai", "Lívida Lívia", "Floriano e Floriá", "Bora dormi, Gerardo", "Vai uma Coxinha Aí?", "Quem tem medo de Assombração?", "Riacho A cima", "Zé Massalino", "A colheita", "Barulho de Carriola".
Tem de tudo e sempre intrigante, estilo "rir da própria desgraça", crianças inocentes fazendo coisa absurda e de estrago irreversível, casamento frustrado e final trágico, tem fábula, tem disfarce quase perfeito descoberto por uma fala imprevista, história de arrepiar os cabelos, natureza imprevisível, paixão, posse,frustração e tragédia, casamento doloroso para a mulher e a conquista da liberdade de forma inusitada, história de papai e percepções e memórias de crianças.
O estilo das histórias são variados, as vezes o desfecho é claro, as vezes é claro e com aquela lacuna proposital para envolver o/a leitor/a. E as vezes como aqueles filmes maravilhosos em que o final fica à escolha de quem assistiu, artimanha de quem escreve bem e sabe instigar.
A leitura do livro lembra um pouco duas extraordinárias figuras contando causos, inventando, floreando com bem fazia o Rolando Boldrin (exemplo cavalo partido ao meio pelo raio e amarrado com maestria com cipó bem forte rsrs) e o Ariano Suassuna naquele vídeo em que diz que está "cultivando" um mentiroso da terra dele. O tal contou a ele que era o maior produtor de mel porque fez uma cruza de abelha com vagalume (trabalho dia e noite rsrs), Suassuna arremata dizendo que não existiu o fato mas é tão interessante que deveria existir.
A leitura também lembra que tem mais de 40 anos de idade e que ficava ouvindo causos nas festas e até nos velórios (passar a noite reunido do lado de fora da casa e escutando história). Dois exemplos: Determinado local era assombrado e quando a pessoa passava sozinha montado no cavalo, de repente sentia que havia alguém na garupa pegando na cintura ... e o causo dos amigos que saíram de casa sem almoçar, andaram um monte chegaram de noitinha na casa do compadre de um deles, foram bem recebidos, conversaram muito e a uma certa altura, no tempo que o banho era mais difícil, o dono da casa, todo solícito diz que vai arrumar duas bacias d'água para eles se higienizarem e aí a resposta veio na lata, mas compadre não fará mar nóis lavá os pé em jejum? Imagina o constrangimento e o rebuliço para arrumar comida para as visitas rsrs.
Parece ser um ótimo livro e a forma que o descreveu nos deixa com vontade de ler. Parabéns!
ResponderExcluirObrigado pelo comentário Elaine.
ExcluirSou encantada pelas obras da Silvania. E tua maneira de escrever, me deixa também encantada, Sérgio.
ResponderExcluirParabéns pela bela publicação e também parabéns a nossa talentosa escritora 👏👏👏👏
Obrigado pelo comentário.
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