A
VIDA – por João de Deus (Poeta português nascido em 1830)
A vida é o dia de hoje,
A
vida é ai que mal soa,
A
vida é sombra que foge,
A
vida é nuvem que voa.
A
vida é sonho tão leve
Que
se desfaz como a neve
E
como o fumo se esvai:
A
vida dura um momento,
Mais
leve que o pensamento;
A
vida leva-a o vento
A
vida é folha que cai!
A
vida é flor na corrente,
A
vida é sopro suave,
A
vida é estrela cadente,
Voa
mais leve que a ave:
Nuvem
que o vento nos ares,
Onda
que o vento nos mares,
Uma
após outra lançou;
A
vida – pena caída
Da
asa de ave ferida -
De
vale em vale impedida
O TEMPO - por de Laurindo Rabelo (Poeta brasileiro nascido em 1826)
Deus
pede estrita conta do meu tempo
É
forçoso desse tempo já dar conta
Mas
há, como dar em tempo tanta conta
Eu
que gastei sem conta tanto tempo?
Para
ter minha conta feita a tempo
Dado
me foi bem tempo e não fiz conta
Hoje
quero fazer conta e falta tempo
Hó
vós que tendes tempo sem ter conta
Não
gasteis o vosso tempo em passa tempo
Cuidai
enquanto há tempo em fazer conta
Mas
há se os que contam com esse tempo
Fizessem
desse tempo alguma conta
Não
chorariam sem conta o não ter tempo
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