domingo, 4 de agosto de 2019

V FEMUC E A RESISTÊNCIA






Entre os dias 31/07 e 04/08/19 realizou-se o V FEMUC - Festival de Música de Campo Mourão-Pr, com shows, oficinas e práticas musicais.

A realização foi da FUNDACAM, Casa da Música e Prefeitura Municipal de Campo Mourão-Pr, com os valorosos  patrocínios da UNICAMPO, PERUILLE (água mineral), VISOCLINIQUE, BENN Comunicação, Pedreira ITAIPU, TONELLO Hotel, Comercial e Agropecuária Rio Grande, PC Adventure, Fecomércio - SESC, Deles'Arte, Conecta, GC, UNESPAR, Dr. Lairton Legnani - Cirurgia Plástica, CONCEITUAL SEG, EXPRESSO NORDESTE, MAX Profissões, Auto Escola MENON e Ponto Musical. 

O evento teve o apoio total do Prefeito Municipal Tauillo Tezelli, da Secretária de Cultura Marley Formentini e teve a Direção Artística e Pedagógica de Everson Luiz Salazar Silva e a Direção Executiva e Produção Cultural Débora Soares e na Comissão Organizadora Cesar Leandro Miguel, Elton Aurélio Alves, Leidi Daiane Davini e Pedro dos Santos. o Mestre de Cerimônias foi o radialista Gerson Maciel. 


Entre as Práticas Musicais aconteceram: Prática de BIG BAND - Maestro Everson Salazar, Prática de Conjunto - Thiago Ueda, Prática de Canto/Coral - Mariana Ferraz Simões Hammerer .

Entre os cursos aconteceram: Bateria - Cuca Teixeira, Guitarra - Djalma Lima, Violão - Diego Salvetti, Teclas - Gustavo Bugni, Sopros - André Luiz de Mattos e Gilberto de Queiroz, Canto e Corpo - Cíntia Santos Vinícios Romano, Música, Ritmos e Vivência - Paulo Ostapechen e Cícero de Souza, A Estética da Arte - Marcelo Zarske, Conceitos Básicos da Música - Giovanna Longo Olah, Percussão Brasileira - William Versori e Saulo Giovane, MUSICALIZAMAR - Cristina Prevedel.

Eu tive o prazer de comparecer em quase todas as noites e vi a qualidade das apresentações. Senti o quanto é importante a participação, tanto para quem se apresenta e especialmente para quem assiste, pois é uma oportunidade de se tornar mais humano e sensível diante de tantas aberrações que a vida ao redor muitas vezes nos oferece.

Na primeira noite, a Unespar a que faço parte, contribuiu com a riqueza da apresentação  da BIG BELAS ARTES composta por professores, alunos e ex-alunos da UNESPAR/EMBAP e entre os artistas estava nosso querido diretor do campus de Curitiba, professor Marco Aurélio Koentopp e que inclusive antes da apresentação, fez um pronunciamento muito importante, destacando a importância da nossa Universidade em todo o Estado do Paraná.   

Na ocasião, o nosso Reitor professor Antonio Carlos Aleixo no seu pronunciamento, destacou que tem percorrido todo o Paraná pelo cargo que ocupa e sempre tem divulgado Campo Mourão, pelo belo Teatro que possui e pelos grandes e permanentes eventos culturais. No final da sua fala, ressaltou que fazer cultura no Brasil de hoje é fazer resistência. 

O prefeito municipal fez questão de afirmar que apesar dos recursos escassos, o V FEMUC estava se realizando. Fez certo e isso é resistência. Afinal de contas "a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão, balé".

Na segunda noite, teve Marcelo Cigano (ele que é filho de cigano, se apresentou com o pai e o filho), num país em que atualmente, infelizmente,  vêm se aumentando  o preconceito contra as minorias, Campo Mourão receber no seu belo Teatro, três ciganos para se apresentar é ótimo e é resistência. Também se apresentaram e empolgaram o público, o Quarteto Boldrini.

Na terceira noite, a belíssima apresentação de Patrícia Borges e Banda com repertório formado por canções escritas exclusivamente por mulheres. Tudo sobre a ótica feminina. Num país em que assustadoramente tem se aumentado o feminicídio, as agressões de todas as formas contra as mulheres e atualmente inclusive, deboches e estupidez contra  jornalistas mulheres que não podem questionar certos absurdos, é uma forma de resistência. Por coincidência a Patrícia cantou a música Tá? (aquela que diz "prá bom entendedor meia palavra bas" e que trata da destruição do planeta, inevitavelmente me fez lembrar da destruição da amazônia no Brasil e do libera geral nos agrotóxicos. Tal música é uma forma de resistência.  

Na quarta noite, não pude comparecer mas se apresentou o Quarteto Unknown. Segundo o folheto de apresentação, seria de um som criativo, livre de rótulos ou preconceitos, sobre forte influência do jazz dos anos 70. 

Na quinta noite, eu estava lá e teve Show das práticas musicais e teve coral, teve bela apresentação de BIG BAND com o Maestro Everson Salazar e uma participação especial da nossa estudante da Unespar e grande cantora Cintia, cantando Rita Lee, a nossa eterna rebelde isso é uma forma de resistência. E também uma bela apresentação ao piano com o professor Thiago Ueda e uma banda, com duas músicas da rica cultura nordestina, que por sinal, num país em que a discriminação contra os nordestinos está a todo vapor, em que o nordeste com seus vários Estados de riqueza e cultura singulares, agora foram transformados todos em "Paraíbas"´é também uma forma de resistência.

Enfim, num momento sombrio que vive o país, em que todas as pesquisas científicas verdadeiras que trazem resultados que não agradam o governante,  são desconsideradas e que a cultura em geral está sendo descartada e que a intolerância e a estupidez são a bola da vez, fazer eventos maravilhosos como o V FEMUC é uma forma de resistência.

Que venha o VI FEMUC . Parabéns a todos e todas que se envolveram e se comprometeram com o evento.  



                         

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