quarta-feira, 6 de março de 2019

O CUSTO DA EMANCIPAÇÃO



O CUSTO  DA EMANCIPAÇÃO
Poesia dedicada ao meu filho Giordano Bruno que completa hoje 21 anos

Quando seu filho nasce, quem manda é ele.
Embora seja totalmente frágil, todos em sua volta estão dominados.
Porque querem um simples contado dele.
Podem estar preocupados ou simplesmente por ele apaixonados.

Você percebe cada momento da sua evolução, meio em êxtase.
Fica feliz pelo fato dele ter avançado na evolução da vida.
Mas ao mesmo tempo, já tem saudades do que passou e de nada se esquece.
E já tem problema de consciência por alguma fase não acompanhada.

Do nascimento aos sete anos uma baita evolução.
Quando não é especial, sai do zero, fica em pé, anda e fala.
E você pensa que já tem amor bastante no seu coração.
Mas ledo engano, ainda vai fabricar amor de montão.

Quando ele desponta para a vida rumo à liberdade, ninguém agüenta.
Já sai sozinho para brincar com os colegas,  tem que enfrentar o colégio.
É uma preocupação sem fim e um certo ciúme na gente, que arde igual pimenta.
Mas tudo é para a evolução do vivente, o tempo passa  seguindo as batidas do relógio.

E no crescimento dele,  vem as curiosidades, os desafios e as pequenas confusões.
É preciso acompanhar, torcer, rezar, sem sufocar, sempre estar de olho.
É necessário estar preparado para as pequenas conquistas e para as decepções.
Cada dia um batalha, há prazeres e  também dores para se criar um filho.

Dos oito aos quatorze anos, normalmente você vai ganhar muito beijo e abraço.
Embora a freqüência vá diminuindo e diminuindo com a fase da vergonha.
É uma sequência de alegrias,  risos, algumas tristezas e choros com muito cansaço
Mas você faria tudo de novo, porque a vida sem filhos deve ser meio enfadonha.

Daí para frente carinho recebido já vai ser raro, com raras exceções.
Ficam as preocupações e cobranças por parte da gente, elevados ao cubo.
Há problemas de consciência pela parte que se erra e vêm as decepções.
Mas também há satisfação quando se acerta, ao fim e ao cabo.

Aumenta a nossa torcida para os acertos, e se reza um monte para não ter equívocos.
Normalmente, queremos ter uma cópia do que somos e vem a frustração. 
Somos egoístas e normalmente cobramos o que odiávamos ser cobrados.
Vamos tomando consciência que filhos, não são para nós, mas por nós para o mundão.

Dos quinze aos vinte e um anos, é o momento seu e dele para se preparar.
Ele deve se fortalecer para diminuir a dependência conosco, porque está em evolução.
Você deve mandar menos, orientar mais, rezar bastante, amá-lo muito e se conformar.
Afinal, mesmo que para você ele seja seu eterno menino, para ele é a emancipação.         

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