O CUSTO DA EMANCIPAÇÃO
Poesia
dedicada ao meu filho Giordano Bruno que completa hoje 21 anos
Quando seu filho nasce, quem
manda é ele.
Embora seja totalmente frágil,
todos em sua volta estão dominados.
Porque querem um simples contado dele.
Podem estar preocupados ou
simplesmente por ele apaixonados.
Você percebe cada momento da sua
evolução, meio em êxtase.
Fica feliz pelo fato dele ter
avançado na evolução da vida.
Mas ao mesmo tempo, já tem
saudades do que passou e de nada se esquece.
E já tem problema de consciência
por alguma fase não acompanhada.
Do nascimento aos sete anos uma
baita evolução.
Quando não é especial, sai do
zero, fica em pé, anda e fala.
E você pensa que já tem amor
bastante no seu coração.
Mas ledo engano, ainda vai
fabricar amor de montão.
Quando ele desponta para a vida
rumo à liberdade, ninguém agüenta.
Já sai sozinho para brincar com
os colegas, tem que enfrentar o colégio.
É uma preocupação sem fim e um
certo ciúme na gente, que arde igual pimenta.
Mas tudo é para a evolução do
vivente, o tempo passa seguindo as
batidas do relógio.
E no crescimento dele, vem as curiosidades, os desafios e as
pequenas confusões.
É preciso acompanhar, torcer,
rezar, sem sufocar, sempre estar de olho.
É necessário estar preparado para
as pequenas conquistas e para as decepções.
Cada dia um batalha, há prazeres
e também dores para se criar um filho.
Dos oito aos quatorze anos,
normalmente você vai ganhar muito beijo e abraço.
Embora a freqüência vá diminuindo
e diminuindo com a fase da vergonha.
É uma sequência de alegrias, risos, algumas tristezas e choros com muito
cansaço
Mas você faria tudo de novo,
porque a vida sem filhos deve ser meio enfadonha.
Daí para frente carinho recebido
já vai ser raro, com raras exceções.
Ficam as preocupações e cobranças
por parte da gente, elevados ao cubo.
Há problemas de consciência pela
parte que se erra e vêm as decepções.
Mas também há satisfação quando
se acerta, ao fim e ao cabo.
Aumenta a nossa torcida para os
acertos, e se reza um monte para não ter equívocos.
Normalmente, queremos ter uma
cópia do que somos e vem a frustração.
Somos egoístas e normalmente
cobramos o que odiávamos ser cobrados.
Vamos tomando consciência que
filhos, não são para nós, mas por nós para o mundão.
Dos quinze aos vinte e um anos, é
o momento seu e dele para se preparar.
Ele deve se fortalecer para
diminuir a dependência conosco, porque está em evolução.
Você deve mandar menos, orientar
mais, rezar bastante, amá-lo muito e se conformar.
Afinal, mesmo que para você ele
seja seu eterno menino, para ele é a emancipação.
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