Tempos estranhos estamos vivendo,
um juiz de primeira instância (Moro) em despacho, querendo interferir nos votos de juízes
da suprema corte. Dito pelo Ministro Marco Aurélio de Melo.
Concordo com o Ministro e tais
tempos estranhos começaram com a queda da presidenta Dilma, comandada pelo
bandido Cunha, atualmente preso e seus liderados na câmara dos deputados, que
iniciaram o impeachment por causa de uma manobra contábil que todos os
ex-presidentes desde FHC e todos os governadores sempre praticaram e que
segundo o atento senador e estadista Roberto Requião disse certa vez: essa
manobra, no máximo daria uma multa, não para Dilma, mas para o Secretário do
Tesouro Nacional.
A maioria do senado federal
consumou o ato, mas envergonhado por saber que estavam cometendo uma injustiça,
a pedido da senadora Kátia Abreu antes de ser expulsa do PMDB (um prêmio para
ela) mantiveram os direitos políticos da “criminosa”. Tanto é que segundo as
últimas pesquisas que acompanhei, a Dilma deve se eleger senadora na terra do
Aécio que nem candidato deve ser, ontem ela inclusive, transferiu seu título de
Porto Alegre para Belo Horizonte.
Concluída a primeira parte do
golpe, a segunda seria tirar o maior líder político da América Latina e o atual
líder absoluto de todas as pesquisas o ex-presidente Lula do processo eleitoral.
E o processo seguiu por meio de
absurdos atrás de absurdos, mas começou anteriormente pela gravação e divulgação
de conversas telefônicas entre a ainda presidenta da república Dilma e o ex-presidente
da república Lula. Fosse nos EUA, de acordo com grandes juristas que se
pronunciaram, o Sérgio Moro que autorizou tal crime seria preso e perderia o
cargo. Simples assim.
Depois todos os vazamentos
seletivos e que milagrosamente, a rede globo tinha todos os áudios para divulgar
no jornal nacional, nos trechos que fossem interessantes para os envolvidos no
processo.
Depois veio o ridículo e
vexatório (motivo de piadas)o Power point do Dalagnol, aquele que outro dia disse
que faria jejum para que o STF julgasse de acordo com ele desejava porque era o
anseio da população. Coisa estranha, partindo de alguém da área do direito,
pois julgamentos sérios não dependem de desejos nem dele que é um “poço de
pureza”, nem de ninguém da população e sim do que reza a constituição
brasileira que desde a lava jato vem sendo rasgada, pedaço a pedaço.
Depois veio o processo, o
apartamento triplex que de acordo com uma testemunha, sem comprovação, era para
ser do Lula. E seria por um benefício de alguma obra da Petrobrás. Como assim?
Alguém monta um processo (com milhares de páginas, pois quantidade impressiona)
para tentar incriminar uma pessoa que “ia anhar” um apto que depois ficou
comprovado que estava penhorado pela Caixa Econômica e pertencia a OAS. O Outro
absurdo, que diabos tem que um ex-presidente da república seja incriminado pela
Petrobrás da qual ele diretamente não tem nada a ver, pois ela é regida por um
Conselho e tem uma diretoria. Só no Brasil uma coisa dessas.
Mas os absurdos continuariam. O Sérgio
Moro que deveria pela lógica do direito vigente arquivar o processo, aceitou a
denúncia, condenou o Lula a nove anos de prisão. E quando os advogados recorreram,
ELE MESMO, afirmou que não havia ligação com a Petrobrás. O que já era frágil
como uma casca de ovo ficou mais frágil ainda.
Bom, mas existe a segunda
instância. Há uma justiça no Brasil e há fila de espera, porque é assim que as
coisas funcionam. Tem um histórico garantindo isso. Eis o que foi a surpresa,
na velocidade de “míssil”, atropelando outros processos que estavam na frente o
relator, que segundo o maior sociólogo brasileiro Emir Sader (e que bombou na
internet) “o revisor do processo do Lula leu 250 mil páginas em 6 dias. Isto é,
ele leu 2 mil páginas por hora, sem dormir, durante 6 dias”. Vamos combinar,
esse desembargador é bom leitura.
Antes disso, é bom lembrar que o
presidente do TRF4 tinha declarado que a sentença do Moro era irrepreensível.
Caramba, como é que pode um desembargador, presidente de um colegiado de
justiça fala isso em entrevista? Qualquer pessoa, qualquer jurista poderia
comentar a sentença, mas jamais, ele poderia, na condição de presidente emitir
um juízo assim, no mínimo, poderia causar a impressão de interferência junto aos
três desembargadores que iriam julgar o caso. Mas tudo bem não é, afinal de
contas espera-se que um juiz julgue baseado nos autos do processo e não leve em
consideração, absolutamente nada que ouvir de outras pessoas.
Bom, tudo bem, o revisor ficou 6 dias sem
dormir lendo, porque ele é um abnegado servidor público, mas havia a
expectativa do julgamento em si, as sentenças e era sabido que primeiro, se
fosse ao menos de 2 a 1 contra o Lula, haverá recursos mais substanciais e o
processo demoraria mais tempo. Está na Constituição isso. Se bem que não sei se
esse instrumento ainda pode ser levado a sério, mas continuemos, mesmo que
fosse 3 a 0 contra o Lula ainda poderia existir recursos, quando há divergência
da pena, afinal de contas são três desembargadores que votam pelas próprias
cabeças e sem interferência.
No dia do julgamento estava
presente devidamente autorizado pelo TRF4, a pedido da defesa, o advogado dos
Direitos Humanos da ONU e nada menos que o conselheiro da Rainha da Inglaterra
o britânico Geoffrey Robertson. O julgamento sinceramente foi um teatro. O observador
citado disse depois que ficou horrorizado. Os desembargadores apesar de
permitirem os minutos a que o advogado de defesa tinha, nem levaram em
consideração porque já estavam com o votos prontos e além dos 3 a 0 contra o
Lula ainda subiram a pena, os três juntos (isso que é sintonia de pensamento,
afinal de contas os votos são individuais) para 12 anos.
“Isso foi feito com o objetivo
claro de não prescrever a pena, de acordo com o ex-juiz federal Flávio Dino e
atual governador do Maranhão”. Para mim isso aparenta ser mais um nós três contra
ele do que um julgamento sério.
Espera aí, três a zero para não permitir
recursos mais demorados, os três atribuíram uma mesma pena aumentada para que o
processo não prescreva e querem me fazer acreditar que isso tudo é uma simples
coincidência? Eu posso ter a cara de idiota, mas penso que só sou um pouco.
No meio do caminho, veio a
história da votação do habeas corpus preventivo julgado pelo STF que Lula perdeu e que nem necessitaria de ser
solicitado e foi denunciado pelo Ministro Marco Aurélio no dia do julgamento.
O ocorrido foi que a presidenta
Carmem Lúcia propositadamente e agindo não como juíza, mas como política,
engavetou desde dezembro do ano passado as duas ADCs - Ações Declaratórias de Constitucionalidade
e que se tivessem sido votadas, salvo nova mudança da Rosa Weber, daria 6 a 5 pró nova mudança para atender a
constituição e Lula não estaria preso agora.
Com relação à nova votação das
ADCs que podem ocorrer já na quarta-feira, não pela vontade da Carmem Lúcia
(amiga do Aécio e aliada da Rede Globo), mas porque o Marco Aurélio já perdeu a
paciência com ela e disse que vai pautar o assunto e ele pode fazê-lo, é uma discussão
que não era nem para estar acontecendo, porque a mudança ocorrida em 2016 é uma
afronta à constituição brasileira e só ocorreu pelo oba oba da lava jato, porque
é uma cláusula pétrea e sendo tal, não pode ser alterada e mesmo que fosse
alterada por mais absurda que seja, deveria ser realizado pelo Congresso Nacional
porque para o bem ou para o mal é lá a instância adequada.
E quem está dizendo aos quatro
ventos e criticando abertamente todo o processo de perseguição que o Lula está
sofrendo e que até fora do país tem juristas indignados, é nada mais, nada menos
que um jornalista político Reinaldo Azevedo que odeia o PT.
Com a devida vênia, aos que não
concordam comigo e sem ódio no coração porque gera uma série de doenças, é o
que eu tinha para relatar no final de um domingo ensolarado em que no momento o
Corinthians (time do coração do Lula) está vencendo o Palmeiras.
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