O Brasil perde Dom Paulo Evaristo Arns.
Um dos maiores representantes da ala progressista da Igreja Católica que sempre defendeu a democracia, lutou pelos direitos humanos, enfrentou os militares, não se acovardou em nenhum momento.
Por ironia do destino, um homem que lutou tanto pela democracia e direitos humanos, morreu aos 95 anos, exatamente no ano que a democracia brasileira foi totalmente abalada.
Ano em que foi retirada do poder uma governante legitimamente eleita, em um processo rasteiro disfarçado de legalizado, promovido pela maioria dos congressistas brasileiros, da pior leva de parlamentares da história, por serem reacionários, entreguistas, que só pensam no próprio umbigo e parte significativa deles inclusive composta por corruptos notadamente conhecidos.
O processo foi tão constrangedor que no final não retiraram os direitos políticos da presidenta porque sabiam que foi um julgamento político sem existência de crime.
Ano que após o golpe, o país foi entregue a um grupo de homens brancos e carregados de suspeitas por vários atos de corrupção, e que a cada mês cai um homem forte do alto escalão e hoje inclusive, caiu mais um (José Yunes assessor direto da Presidência da República).
Ano em que a repressão dos policiais e militares aumentou contra os civis, especialmente estudantes como aconteceu ontem na esplanada dos ministérios em que vários deles foram presos no manifesto contra a PEC 55 conhecida com PEC da morte, pasmem, pela lei de segurança nacional.
Ano em PEC 55 conhecida com PEC da morte foi aprovada e que vai causar um estrago generalizado na imensa população brasileira, inclusive sendo condenada até pela ONU.
Ano em que um governo não eleito e sem apoio popular envia a para o congresso a reforma da previdência que é simplesmente uma verdadeira aberração.
De qualquer forma apesar da triste coincidência não devemos deixar de lutar e devemos seguir o exemplo do grande Cardeal Dom Paulo, por tudo o que fez e por tudo que representa.
Conheci sobre Dom Paulo ao ler o livro organizado por ele chamado "Brasil Nunca Mais" que trata das torturas na época dos governos militares e que todos os brasileiros, especialmente os mais jovens deveriam ler.
Conheci Dom Paulo pessoalmente quando tive o prazer de, na época de grupo de jovens, financiado pela paróquia de Roncador-Pr comandada pelo Padre Ademar de Oliveira Lins, de ir até São Paulo e assistir a uma missa de Primeiro de maio na Catedral da Sé. Estavam comigo os companheiros Antonio Minuk e Luzia Gonçalves.
A seguir uma matéria sobre a vida e a morte do grande Cardeal. CLIQUE AQUI para ler.
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