Quando olho para o horizonte, me
pergunto sempre o que devemos enxergar. Mas, atualmente, olhar para o horizonte
é também estabelecer o que nele reside enquanto incertezas, o porvir. Nesse
sentido, olhar para o horizonte, neste exato momento, configurou-se pra mim o
pensar no jovem e o que representa ser jovem. Não apenas numa condição temporal
do corpo e da mente simplesmente, pois,
para a sociedade moderna , o jovem é o alvo, é a mira, é aquele
que tem de ser condicionado aos modelos de consumo, aos modelos de
discursos opressores, aos mais radicais métodos e ações de exclusões. Ser jovem
na visão conservadora tem que ser engarrafado ao tomar o refrigerante preto, no
qual inscreve-se sua marca com letras em vermelho. Qual o nome dele mesmo? “Impossível
o lapso cocacólico”. Ser jovem é estar na mira das mais fortes organizações que buscam
imbecilizá-lo, com suas malhações televisivas, que os quer apenas como
consumidor dos lixos industriais (modas enlatadas, músicas enlatadas, comidas
enlatadas, notícias enlatadas...)
Não!!! Não!!! Esse é um horizonte turvo.
O que temos é outro horizonte. Temos jovens, em todos os espaços, com fome de
lutar. Com sede de Arte, de Justiça, de Direitos. Com gritos presos buscando se
libertar desse discurso opressor, moralista, fascista, hipócrita. Por isso, o
jovem na rua é uma grande ameaça aos modelos impostos. Os jovens organizados
imprimem e expõem as faces cruéis de uma sociedade que os querem apenas como
sujeitos silenciados, sem opiniões, sem senso crítico, mortos aos montes nas
periferias. Ver os jovens na rua com sua
típica energia, sua voz, reivindicando seus direitos é,sem dúvida, uma ameaça
aos capitães do mato de uma sociedade hipócrita e corrompida nos seus valores.
Olhar para os olhos dessa jovem e desse
jovem, que não reproduzem a fala dos opressores é, sem sombra de nuvens, rever
essa luz brilhante de sol no horizonte. O grito desses jovens é, sim, por uma
Escola de Qualidade desde a merenda aos seus mais múltiplos espaços. Desde o
transporte público até o direito aos investimentos na construção de mais escolas,
de educadores qualificados, a ter a perspectiva de, inclusive, poder ser um educador.
O movimento desses Estudantes
representa a mais legítima força que se mobiliza para dizer não aos mais
violentos ataques aos direitos humanos, ao direito à educação, à arte e à
cultura, ao direito à cidade, aos serviços públicos, ao direito de exercer a democracia
de fato. Ser jovem é, sim, estar organizando e organizados nas ruas, nas praças,
nas escolas, nas universidades, nos grupos, nos clubes, nas redes sociais, para
combater as opressões.
Acredito nesse horizonte de jovens
politizados, críticos, leitores e construtores de uma nova sociedade, mais
justa, digna, menos corrupta e corrompida. Então, “ não se avexe não, que nada
é pra já”. Mas sei, que novos caminhos se constroem caminhando. Avante, meninos
e meninas, com coragem, amor e conhecimento, contra aqueles que tentam vos
calar!
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