segunda-feira, 19 de agosto de 2013

ROSA MOURA NA ABERTURA DO II SIMPÓSIO DE ESTUDOS URBANOS

Ótimo início de semana na Unespar/Fecilcam/Campus de Campo Mourão.

Começou hoje (19/08/13) no Teatro municipal de Campo Mourão o SEURB -  II Simpósio de Estudos Urbanos: A dinâmica das cidades e a produção do espaço, com uma bela atuação do Mestre de Cerimônias jornalista Cássio Henrique Ceniz.
 
O SEURB é um evento conhecido nacionalmente e que mais uma vez,  teve trabalhos inscritos de vários Estados do Brasil, como foi muito bem relatado na fala do Coordenador do evento professor Marcos Bovo.

O diretor da Unespar/Fecilcam campus de Campo Mourão , professor Eder Rogério Stela deu boas vindas à todos, destacou a importância do evento e aproveitou a presença na mesa de autoridades, do professor Frank Antonio Mezzomo - pró-reitor de pesquisa da Unespar, para parabenizá-lo pela aprovação do curso de Mestrado (2º da Unespar e 1º do campus de Campo Mourão) do qual o professor em questão é o coordenador dos trabalhos.

A estrela da noite foi a Dra Rosa Moura, geógrafa aposentada do IPARDES com a palestra "Metropolização e Redes de Cidades: o papel das pequenas e médias centralidades".

Eu já tinha tido o prazer de assistir uma fala dela no próprio IPARDES em Curitiba. Estavam comigo na ocasião, os professores Adalberto Dias de Souza, João Marcos Borges Avelar, Paulo Roberto Santana Borges, Ricardina Dias.

Na palestra  de hoje, aprendi muito, e me senti muito confortável , porque comungo com vários pontos de vista da palestrante.

Sou professor de formação econômica do Brasil  e gostei da confirmação, de que as primeiras grandes cidades brasileiras surgiram  no litoral brasileiro, voltadas para o mar, pois nossa produção era sempre destinada para fora do país. E também da transformação do Estado de São Paulo que praticamente não existia, por exemplo, em relação a Salvador-BA  e que depois transformou-se pelo processo industrial.

Sou professor de economia política e com ela meus alunos aprenderam no primeiro semestre, que o economista nesta linha, deve tratar e fazer pesquisa, considerando toda a dinâmica da sociedade e que devemos "beber" do conhecimento de outras ciências, e uma delas é justamente  a  geografia. Tenho dois colegas do meu dpto de economia (professores Paulo Borges e Ricardina Dias, já citados acima) que estão terminando doutorado nesta área e estão se dando muito bem, porque são ciências que têm muita afinidade.

Eu mesmo já cursei disciplina de doutorado (aluno especial) em geografia na UEM  e escrevi alguns artigos ligados à economia e geografia com a professora geógrafa Ivonete de Almeida Souza.

Na palestra, com muita competência, a dra Rosa Moura destacou várias vezes questões econômicas ligadas à ocupação territorial que atualmente intensificou o processo de acumulação de capital e que desemboca em  concentração de renda. 

Destacou a banalização de "regiões metropolitanas" que muitas delas, teoricamente não fazem sentido, mas economicamente, são viáveis para obtenção de benefícios dos governos.

Salientou que nossa região teve muita perda populacional nas últimas décadas.Que Campo Mourão se beneficiou dos pequenos municípios da região, mas em contrapartida não contribuiu para a evolução dos mesmos. 

Destacou que a Coamo, por um lado ajudou no desenvolvimento da região em alguns aspectos, mas prejudicou em outros, porque a cidade permaneceu por muitos anos dependente única e exclusivamente da referida empresa e que felizmente, outras grandes empresas estão surgindo e a característica econômica de Campo Mourão está mudando, com o fortalecimento de outros setores como a área de serviços.

Ela salientou que nossa região só conseguirá amenizar o processo de perda populacional, com união e planejamento regional.

Destacou que a melhora do IDH-M de municípios da região cresceu, em função de uma política direcionada pelo governo Requião, que tinha por objetivo investir recursos públicos nos municípios de menor IDH, para diminuir a concentração de renda da região metropolitana de Curitiba.

Informou que Cascavel está em um nível de desenvolvimento tão grande que já está equiparado a Maringá e Londrina e que se estas duas cidades não ficarem atentas  poderão ficar para trás.

Disse que Foz do Iguaçú deveria ser estudada com mais atenção, pois tem uma dinâmica impressionante por fazer fronteira dos com dois outros países.

Destacou que infelizmente a concentração de renda ainda é muito forte na região metropolitana de Curitiba.

Salientou que no Brasil não há planejamento regional.  

E finalmente, destacou de forma avessa ao neoliberalismo, que deve existir um Estado forte para coordenar políticas de reversão de desigualdades regionais. Com a referida informação eu senti nas nuvens, porque sou economista intervencionista de carteirinha.

Um comentário:

  1. Bela análise contextual professor Maybuk. Isso demonstra seu senso crítico e apreciador de um bom assunto. Abraços, Paulo Borges

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