Para além da dívida com o FMI a dívida externa vem sendo paulatinamente reduzida. Em 2002, último ano do governo Fernando Henrique ela equivalia a 19,2% do PIB e hoje está em 3,0% do PIB.
Assim, que fique claro que a dívida externa nunca chegou a ser zerada, o que foi quitada foi a dívida com o Fundo Monetário Internacional. Apesar disto ela vem paulatinamente perdendo relevância e hoje é muito menor que nosso volume de reservas internacionais. Assim, pode-se dizer que a dívida é menor que o volume de recursos que temos disponíveis para quitá-la.
DÍVIDA INTERNA: Quando FHC deixou o governo a dívida líquida do setor público (união, estados, municípios e empresas estatais) era de 56,% do PIB. Hoje a mesma relação está em 34,8% do PIB, ou seja, proporcionalmente à nossa capacidade de geração de riqueza a dívida vem caindo ano após ano, e hoje está perto da metade do que foi num passado próximo.
Ocorre que quando se observa o valor nominal da dívida ela realmente parece ter crescido. Enquanto em dezembro de 2002 (fim do FHC) ela estava em R$ 892 bilhões, em maio de 2013 ela era de R$ 1.583 bilhões. Isto corresponde a um crescimento nominal de 77% ao longo dos últimos 10 anos. Somente a título de comparação, Quando Fernando Henrique assumiu o governo a dívida pública era de R$ 60 bilhões, oito anos depois a dívida chegou a R$ 892 bilhões, um crescimento de 1386%. Somente entre dezembro de 2001 e dezembro de 2002 a dívida do setor público passou de R$ 677 bilhões para R$ 892 bilhões, um crescimento de 31,7% em um ano. Esses números ilustram bem o que é de fato descontrole da dívida pública.
Mas a que se deve este crescimento nominal? Basicamente a dois fatores:
Primeiro, boa parte da dívida foi contratada no período FHC e com taxas de juros ainda elevadas, vale lembrar que a taxa básica de juros chegou a 45% no governo FHC. Assim, o pagamento dos juros eram elevados demais para pagar também o principal da dívida. A partir dos governos Lula e continuadamente no governo Dilma, a taxa SELIC vem caindo, tendo chegado à 7,25%, o que permitiu fazer com que ela tivesse uma queda real, tendo chegado hoje a 34,8% do PIB.
Segundo, ela não reduziu ainda mais e talvez até nominalmente porque o Brasil voltou a investir. Desde a crise da dívida, no início dos anos 80 o setor público brasileiro tinha perdido sua capacidade de realizar investimentos. Nos últimos 10 anos, o setor público voltou a investir em infraestrutura. Importantes investimentos vem sendo feitos em portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, prospecção de petróleo, dentre outros. Desde os anos 70 com o 1º e 2º Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), o Brasil não teve nenhum programa estratégico de investimentos públicos, isto foi recuperado com o PAC e PAC2.
É claro que investimentos desta magnitude implicam no dispêndio de vultosos volumes de recursos públicos. É evidente o atraso a que o país foi submetido por conta do abandono de nossa infraestrutura pelo Estado brasileiro. Optar por fazer esses investimentos é o mesmo que optar por não reduzir o endividamento num ritmo ainda mais avançado. Ao mesmo tempo, não realizar esses investimentos significava manter o país na direção de perda de competitividade internacional.
Concluindo, não é necessário ser um grande economista, matemático ou estatístico para perceber que uma dívida de 34,8% do PIB é mais fácil de ser administrada que uma dívida correspondente a 56,0% do PIB.
Estamos hoje assistindo o drama dos países europeus, onde a zona do Euro tem dívidas equivalentes a 90% de seu PIB. A dívida da Grécia está em 152,6% do PIB, enquanto a da Irlanda está em 117% do PIB. No caso de Portugal, 120,3% do PIB. Na Alemanha, economia mais sólida do velho continente, a dívida está em 81,7% do PIB, enquanto na França, a dívida está em 89,9% do PIB.
Oi pessoal!!!
ResponderExcluirSou contra os juros abusivos. Devemos pagar somente aquilo que realmente é justo.
Descobrir esse site http://www.masterbh.com.br/, ele me ajudou a renegociar minha dívida.
Não aceite mais os juros Abusivos de seu financiamento.
Fica a dica para vocês. Obrigado
Gostei do seu blog. O texto acima apresenta as referências vitais para compreender a questão. Virei seguidora.
ResponderExcluirEntendo Seu ponto de vista. Mas vejo uma comparqcao de cenarios distintos. No primeiro o Brasil vinha de varios anos de hiperinflacao. Neste cenario optou-se por uma politica dura de. Aumento de juros para atrair capital e, a partir daí cobseguir estabilizar a moeda. Com juros altos e pouco recurso financeiro no mercado a inflacao . Um remedio muito amargo, mas que curou a pior doenca do pais na epoca. Sem isto nunca teriamos conseguido sair do burraco.
ResponderExcluirOs tucanos aumentaram os juros, primeiro para atrair dinheiro de fora para ajudar a manter a paridade do real com o dólar, e depois para rolar as próprias dívidas impagáveis feitas por eles!!
ExcluirCom isso, jogaram fora as reservas internacionais e o dinheiro das privatizações! E não conseguiram fazer um único investimento consistente em nada!!!
Em resumo::: Faliram o país e o afundaram em dívidas mesmo tendo raspados os cofres, zerado os investimentos e vendido as joias da coroa!!!
Geniais esses tucanos, hein!!??!?!