Diap prevê que PT terá mais deputados que o PMDB
Sérgio Lima/Folha
O Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) levou à sua página na web um novo prognóstico para as eleições à Câmara federal.
Em sua segunda versão, o estudo prevê que o PT sairá das urnas de 2010 com uma bancada de deputados maior que a do PMDB.
O Diap leva em conta dados qualitativos e quantitativos. Atribui a cada legenda um prognóstico máximo e uma previsão mínima.
No caso do PT, estima-se que conseguirá eleger no mínimo 85 deputados e no máximo 110. O PMDB elegeria entre 70 e 100 deputados.
Confirmando-se o vaticínio, o PT desbancará o PMDB e passará à condição de dono da maior bancada da Câmara.
Algo que deve influir na escolha do próximo presidente da Casa. Em acordo subterrâneo, as cúpulas das duas legendas firmaram um pacto.
Prevê que um deputado petê comandará a Câmara por dois anos e um pemedebê dará as cartas no outro biênio. Há um par de nomes na praça.
Pelo PMDB, o líder da bancada, Henrique Eduardo Alves (RN). Pelo PT, o líder do governo Lula, Cândido Vaccarezza (SP).
Discute-se agora quem virá primeiro. Por ora majoritário, o PMDB reivindica a primazia. Se for tonificado pelas urnas, o PT exigirá uma inversão.
Nas eleições de 2006, alquebrado pelo escândalo do mensalão, o PT elegera 83 deputados. Perdeu quatro durante a legislatura. Hoje, dispõe de 79.
O PMDB emergira das urnas de quatro anos atrás com 89 deputados eleitos. Hoje, sua bancada soma 90 cabeças.
Tomados pelos números do Diap, os dois maiores partidos da oposição correm o risco de ficar menores. Mas não serão forças negligenciáveis.
Em 2010, o PSDB elegera 66 deputados. Hoje, soma 59. O Diap prevê que, em 2011, terá entre 55 e 70 cabeças –a terceira bancada da Câmara.
A despeito do desejo de Lula, o DEM não será “extirpado”. Há quatro anos, elegera 65 deputados. Hoje, tem 56. Pelo Diap, passará a ter entre 38 e 53. Quarta bancada.
O Diap divulgara em julho um primeiro prognóstico para o Senado. Carece de atualizações.
Levava em conta, por exemplo, a candidatura de Orestes Quércia (PMDB), que renunciou para tratar-se de um câncer na próstata.
Embora desatualizado, o estudo é, por ora, o mais completo à disposição. Para consultá-lo, basta pressionar aqui.
Estima que o PMDB manterá o posto de maior bancada do Senado. Significa dizer que fará o presidente da Casa. Desde logo, cogita-se reeleger José Sarney.
Por esse levantamento, o DEM, que hoje divide com o PSDB a condição de segunda maior bancada, pode escorregar para o quarto lugar. Tucanos e petistas disputam a segunda colocação.
No caso da Câmara, ao fixar o piso e o pé direito de cada legenda, o Diap levou em conta as variáveis que interferem no resultado.
Entre elas as coligações partidárias e o quociente eleitoral. Numa explicação simplória, o quociente é uma norma que remete o voto para um caldeirão.
Nesse recipiente, misturam-se os candidatos de um mesmo partido ou coligação. Decodificadas as urnas eletrônicas, chega-se ao quociente eleitoral.
É esse quociente que estabelece o número de votos exigido para que os partidos obtenham cada cadeira na Câmara. Contam-se, então, os votos dos candidatos.
Pode suceder que um candidato com mais votos perca a vaga para outro que, embora menos votado, seja filiado a partido bafejado com quociente alto.
Daí a principal dificuldade para cravar, com precisão científica, o número de deputados de cada partido.
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