quarta-feira, 31 de março de 2010

31 DE MARÇO DE 1964

Ser ignorante em certos assuntos corriqueiros é normal, mas ser ignorante em determinados assuntos importantes para a nação pode ser uma alienação total.

Quando eu estudava o período (na época) Ginásio, no Colégio General Carneiro no município de Roncador-Pr, éramos obrigados a comemorar, de acordo com os livros didáticos, a chamada "Revolução de 31 de março", em que os militares tomaram o poder e "salvaram o Brasil do comunismo", mal sabia eu, o que de fato acontecia neste país, com artistas, professores, estudantes, religiosos etc nos porões da ditadura.

Por causa da maior crueldade sobre direitos humanos já acontecida no Brasil, o chamado AI5 - Ato Institucional nº 5, alguns artistas e políticos e possivelmente estudantes deixaram o país para fugir da ditadura dentre eles Caetano Veloso, Gilberto Gil, Leonel Brizola e José Serra.

Alguns artistas, políticos e estudantes ficaram e enfrentaram a ditadura e sofreram perseguições e violências de toda ordem, algumas mais leves outras pesadíssimas.

O cantor Geraldo Vandré desafiou a ditadura com a música "para não dizer que não falei das flores", aquela que todo mundo conhece e que tem uma parte da letra que diz "caminhando e cantando e seguindo a canção" "há soldados, armados, amados ou não, quase todos perdidos de arma na mão, nos quarteis lhes ensinam uma antiga lição, de morrer pela pátria e viver sem razão". Resultado: estava fazendo uma apresentação, foi preso, torturado e castrado.

Uma jovem estudante de Minas Gerais chamada Dilma Rousseff com 19 anos, e tantos outros estudantes da época não se conformaram em ver a liberdade de expressão não permitida, os direitos políticos cassados, o massacre contra os sindicatos etc e etc e foram à luta. Todos colocando a vida em risco.

Dilma Rousseff e alguns companheiros optaram pela guerrilha a exemplo do que tinha acontecido em outros países da América Latina, contra a ditadura militar destes. Imaginem o que é um grupo pequeno de pessoas tentando enfrentar um exército treinado , mas a luta pela liberdade falava mais alto e foram a luta. Resultado: Vários deles desapareceram, ela em particular, foi presa por quase três anos e torturada de toda a espécie que o internauta possa imaginar que se faça a uma jovem de vinte e poucos anos.

Os anos passaram e o 31 de março para mim, que na época de ginásio era comemoração. Atualmente é um total desprezo de minha parte. Estou no mundo universitário e atualmente convivo com a democracia, aquela conquistada a duras penas com a dor e a coragem de muita gente que ousou lutar.

Recomendo que você internauta, principalmente quem tem menos de 30 anos, assista o vídeo no dia em um dos filhotes da ditaduta Senador Agripino Maia do DEM (antigo PFL), num momento de grande infelicidade fez uma pergunta a Ministra Dilma Rousseff e recebeu uma resposta que levantou aplausos de todo o plenário e serviu de chacota pelo apresentador.

http://www.youtube.com/watch?v=ydzxMpYAKZE

3 comentários:

  1. Bom em texto. Bem lembrado o vídeo do ferro no Agripino. Esse país ainda é muito jovem e precisa formar uma nação de verdade, mas antes, precisamos nos livrar de todos os escravocratas que ainda pensam que o Brasil é uma feudo...

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  2. Muito boa esta matéria, vivemos num país onde não conhecemos a fundo a própria história, onde o ensino não a mostra como deveria, onde os meios de comunicação em massa só mostram o que lhe são convenientes, e assim, não sendo possível enraizar uma cultura critica nos cidadãos, uma cultura capaz de mudar a forma de ver da sociedade.

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  3. sou salomão academico do 3° ano de economia da fecilcam e achei muito boa materia, pois sao coisas assim que nos leva a pensar bem na hora de decidirmos quem vai ser nossos governantes, e faser de tudo para que coisas como essas nao voltem a acontecer.

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