O Blog do Maybuk
desde 2008 tem como um de seus objetivos, eternizar momentos felizes e
importantes da região em especial Campo Mourão e dentre eles estão os lançamentos
de livros, os quais são ao mesmo tempo, nascimento, batizado, ritual de
iniciação e fundamentalmente inspiração para outros/as escritores/as. Escrever
é abrir-se para o mundo que pode admirar, odiar, julgar, invejar, copiar,
ressaltar, divulgar o texto produzido.
A obra da
presente publicação é intitulada “As mulheres que eu vi: poesia de flor e de
força” do autor Jefferson Nery Correia, membro da AME – Associação Mourãoense
de Escritores, lançado no dia 07 de novembro de 2025 as 19h30 na 4ª Festa Literária de
Campo Mourão, no Auditório da Biblioteca Municipal Prof. Egydio Martello.
O editor do Blog,
professor Sérgio Luiz Maybuk não pode participar do lançamento, embora esteja
curioso para ler a obra. Já havia feito a promessa ao autor, lá no Sesc,
ocasião do lançamento do livro da Giselta Veiga que faria uma matéria sobre o
lançamento. E aqui com fotos e vídeos fornecidos pela amiga e associada da AME
Dalva Helena de Medeiros e também fotos e comentários externos obtidos junto
ao próprio autor, o professor Maybuk fará as observações do evento.
A escritora
Giselta Veiga, sempre simpática e autêntica, fez a leitura da biografia do
escritor Jefferson Nery Correia e dentre várias colocações importantes,
destacou que ele é filho de imigrantes mineiros que vieram para o Paraná (o
autor confidenciou para o Blog que os pais vieram para cá na década de 1950,
pela “febre do café” e a promessa de ficarem ricos).
Ela destacou que
ele é membro da AME – Associação Mourãoense de Escritores, nascido em Campo
Mourão em 21 de fevereiro de 1978. Ressaltou que ele é casado com Simone e pai de
dois filhos, Gabriel e Maria Clara.
Afirmou que ele
passou a infância na cidade de Iretama-PR onde despertou o gosto pela
literatura citando ali vários autores importantes, começou a ler os livros aos
8 anos de idade, com incentivo de professoras de português, aos 12 anos já
começou a produzir os primeiros versos e com tempo passou a receber prêmios da região.
Admirador das letras de Renato Russo e Caetano Veloso (com um gosto assim só podia
enveredar para a poesia) e encontrou na música outra fonte de inspiração
poética. Posteriormente, cursou enfermagem na Unioeste de Cascavel e integrou
turma de teatro (outra fonte inesgotável de sensibilidade para a escrita e a
poesia).
Em outro momento
a escritora Dalva Helena de Medeiros, com sua característica de sempre, para
quem a conhece há anos, alternando seriedade com aquele sorriso e praticamente
interpretando o prefácio que foi escrito pela Ana Paula, melhor amiga (31 anos
de amizade) do escritor Jefferson.
Também brilhou
no evento, a escritora Aline Ambrósio, com uma bela desenvoltura. Foi incumbida
de ler uma poesia e antes da incumbência, demonstrou felicidade em relembrar
que reencontrou o Jefferson no início do ano, na Associação Mourãoense de
Escritores e especialmente, em saber que ela também serviu de inspiração ao
escritor. Leu brilhantemente a poesia “A flor e a força de Angela”, a alma do
livro segundo o autor.
O próprio autor
da obra fez o papel de cerimonialista e dentre outras falas e leituras, leu a
poesia “As framboesas de Maria” que é uma homenagem a filha Maria Clara. Leu
também posfácio do livro escrito pelo seu filho Gabriel. Na sequência, segue a
publicação na íntegra do texto que o autor produziu e leu no evento:
Boa noite a
todos — e, especialmente, a todas as lindas e incríveis mulheres aqui
presentes. Sim, pois em um lançamento de livro que fala do universo feminino,
considero essencial que as mulheres recebam a devida saudação.
Em primeiro
lugar, agradeço a Deus pelo dom da vida.
Agradeço também
à minha família: à minha amada Simone e à minha filha-princesa Maria Clara, que
são as principais inspirações deste livro; e ao meu filho primogênito, Gabriel,
motivo de tanto orgulho para mim.
Gostaria de
começar com uma fala de uma mulher que me fez refletir sobre o sentido deste
livro: minha querida amiga e escritora Giselta Veiga. Tive o privilégio de
prestigiar o lançamento de seu livro no ultimo dia 24 de outubro deste ano, e,
em sua fala, ela se apresentou como “uma mulher feminista e feminina”.
Essa definição
resume a alma da minha obra — poesias que falam de mulheres que podem e devem
ser feministas, sem deixar de serem femininas. É nesse contexto que nasce o
subtítulo do livro: poesia de flor e de força.
O projeto deste
livro surgiu em um momento da minha vida em que viver havia se tornado um caos
existencial. Foi então que, ao olhar pela janela, vi uma flor e uma força — a
minha esposa, Simone.
Percebi, naquele
instante, a importância imensa que ela tem na minha vida. E que eu tinha
dezenas de poesias escritas para ela ou inspiradas nela. Simone é uma mulher
singular — foi o anjo que trouxe de volta o sentido da minha existência. É
bondosa, carinhosa, humilde e dona de uma força descomunal.
É uma mulher de
fé, e foi por essa fé que escolheu seu caminho: servir para a Igreja Católica,
não em busca de bens materiais, mas para levar o amor de Jesus e de Nossa
Senhora aos que mais necessitam.
Minha amada é
uma mãe-leoa. Cuidou — e cuida — de nossos filhos com amor e dedicação desde a
gestação: amamentando, nutrindo e protegendo.
Para mim, ela é
a mão que nunca, em hipótese alguma, soltou a minha — nem nos dias de
escuridão, nem sob o sol de um lindo passeio à beira-mar.
Eu te amo.
Foi então que
decidi: este seria um livro somente sobre mulheres.
O livro “As
mulheres que eu vi” é fruto da minha experiência com o feminino — presença
constante em minha vida.
Nasci cercado
por mulheres: elas orbitavam a casa, os ambientes, as conversas, os livros, as
novelas, os filmes.
Por razões que a
vida nem sempre explica, não tive meu pai por perto. Em contrapartida, nasci de
uma mulher e fui criado por uma mulher: minha mãe, dona Ivone Nery, que ocupava
tudo.
Dona Ivone era
um tipo singular de mulher. Na minha meninice, eu a via como “a Zorro”: fazia
tudo o que podia — e o que não podia — para criar os filhos. Era linda, pintava
as unhas de vermelho rebu, usava batom vermelho, era perfumada e sempre
bem-vestida. Vaidosa, sim — mas também forte.
Andava a cavalo,
tocava o gado no sítio, enterrava palanques na terra, dava ordens aos
empregados. Gostava da política: acompanhava semanalmente as reuniões da Câmara
de Vereadores, que tinha apenas uma mulher entre seus membros — sua amiga. Iam
juntas para fiscalizar, reclamar, reivindicar e exigir.
Ela já se foi,
mas a força da mulher que ela era está tatuada na minha memória.
Além de minha
mãe, havia minhas tias, minha avó, a babá, as colaboradoras da loja de roupas
de que minha mãe era dona, as funcionárias da casa, as amigas de minha mãe e as
professoras que eu tanto admirava.
Mais tarde
vieram as amigas e colegas — uma longa caminhada desde a infância e
adolescência. Aqui eu falo da minha amiga-irmã Ana Paula, que gentilmente fez o
prefácio do meu livro, uma mulher que escolheu tudo que seria e viveria
intensamente, nunca aceitou ser padrão social feminino, eu e ela 31 anos de
amizade e admiração.
Na faculdade de
Enfermagem, eu era o único homem entre 39 mulheres. Depois de formado,
trabalhei sempre em locais onde as mulheres representavam 90% das pessoas.
Escrevi também
uma poesia-lamento para uma mulher de enorme bondade e humanidade, de fé
soberana e carinho de mãe de todos — a querida tia-avó da minha esposa, Tia
Léo.
E, claro, há as
mulheres dos livros — escritoras e poetisas que me inspiraram: Helena Kolody,
Cecília Meireles, Cora Coralina, Clarice Lispector, Adélia Prado, Conceição
Evaristo.
E por que não
citar também Sílvia Fernandes, Ana Ceola, Cleire Arcaim, Dalva Medeiros, Zilma
Assad, Aline Ambrósio e todas as colegas e amigas da Associação Mourãense de
Escritores (AME), da qual tenho orgulho de ser membro.
Mas, afinal, quem
são as mulheres que eu vi?
Além de todas
essas, vi também as que nasceram do meu imaginário — arquétipos das mulheres
que cruzamos em todos os espaços e tempos.
Mulheres que se apaixonam
que lutam que são frágeis, livres, às vezes tristes.
Mulheres reais.
Mulheres que eu
amei e amo.
As mulheres
precisam e devem ocupar todos os espaços possíveis. Elas são poderosas,
inteligentes, competentes — e absolutamente necessárias para um mundo melhor.
Para encerrar,
gostaria de ler a contribuição do meu filho Gabriel Morás Correia, que escreveu
o posfácio do livro:
“Este livro é
uma coletânea de poesias que homenageia, com delicadeza e intensidade, as
muitas mulheres que passam por nossas vidas”.
Cada poema é
dedicado a uma figura feminina marcante — amante, amigas, musas efêmeras ou
eternas — todas vistas com um olhar que mistura admiração, amor, saudade e
respeito.
Cada mulher que
passa por nossa vida deixa rastros — às vezes suaves como a brisa, outras
profundas como raízes.
Este livro é um
gesto de memória e afeto.
Não se trata de
retratar as mulheres como musas intocáveis ou figuras idealizadas, mas como
presenças reais: luz e silêncio, presença e ausência, doçura e força.
As poesias que
compõem este livro não têm a pretensão de dizer tudo, tampouco de resolver o
que ficou suspenso no tempo.
São fragmentos
sinceros de encontros que, mesmo breves, carregam densidade.
É possível que o
leitor reconheça nelas algo seu — um olhar, uma lembrança, um nome que não se
diz em voz alta.
O autor não
escreve para exaltar, julgar ou explicar.
Escreve porque
sente — e porque, ao escrever, transforma memórias em palavras que não se
perdem.
“Há aqui uma
forma delicada de gratidão: a poesia como moldura para aquilo que viveu e ainda
vive dentro dele.”
Muito obrigado!
Só de ler esse
belo texto do autor para o lançamento do seu livro já dá para ter uma ideia da
sensibilidade poética dele.
Se você apreciar
sua trajetória na biografia como descreveu a escritora Gilselta no início da
publicação, vai aguçar sua curiosidade.
Se você
acompanhar por um dos vídeos aqui, o prefácio escrito pela amiga Ana Paula e interpretado
pela escritora Dalva, vai ter vontade de conhecer o autor.
Ou assistir
outro vídeo aqui da publicação com a poesia“A flor e a força de Angela”
interpretada pela escritora Aline, vai se encantar com o mundo poético do autor.
E ainda se tiver
o privilégio de ler a poesia “As framboesas de Maria” que ele leu no lançamento
e você leitor/a só terá o prazer se adquir o libro rsrs, (eu a recebi por
mensagem), você vai até ter uma inveja boa da sensibilidade do olhar do autor e
quem sabe até para tentar escrever uma poesia também.
Eu não conhecia
o autor, talvez tivesse o encontrado em algum local aqui por Campo Mourão, mas
quando começou a participar das reuniões da AME, percebi de cara que era uma
pessoa intensa tanto nas colocações quando em alguns textos que leu para nós.
Depois o assisti, interpretando uma linda poesia selecionada no “Varal de
Poesias” da Unespar em Campo Mourão, parecia um ator e hoje descobri que participou
de peças de teatro.
Hoje me contou
uma passagem triste, vou guardar para mim apenas. E contou uma passagem
interessante “Meus pais são migrantes mineiros que vieram para o Paraná ...
famílias de cidades vizinhas em Minas que não se conheciam mas compraram terras
em Iretama... assim se conheceram e se
casaram aos 16 anos, mas só foram ter filhos depois de minha mãe fazer 35 anos
(ninguém explica nem ela).
Fiquei pensando
com meus botões, com essa demora da mãe, quase que não teríamos o prazer em conhecer o Jefferson e sua bela obra.
Destaco que
pelas fotos é possível perceber várias associadas da AME que marcaram presença
no evento.
Recomendo a
leitura do livro dele e que acompanhe o autor no instagram @jeffersonnerycorreia
para acompanhar quando ele declama poesias.



















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