quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

ARTIGO DE AUTORIA MARCELO CRESPO SOBRE NOVAS REGRAS PARA AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS SOBRE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, DEEP FAKE E LIVES

 O Blog do Maybuk publica na íntegra artigo de Marcelo Crespo:


Artigo: Novas regras para as eleições municipais sobre inteligência artificial, deep fake e lives não resolvem

Marcelo Crespo

A recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação às regras para as eleições de 2024 representa um marco significativo na intersecção entre direito, tecnologia e o processo eleitoral no Brasil. A proibição do uso de inteligência artificial (IA) e deep fake sem comunicação expressa nas peças de campanha, além da consideração das transmissões ao vivo (lives) como atos de campanha, reflete uma abordagem cautelosa e responsável diante dos avanços tecnológicos e seu potencial impacto na integridade eleitoral. Ou seja, não houve uma proibição integral, mas o uso indistinto e sem indicação de sua aplicação.

Ao exigir uma comunicação "explícita e destacada" para o uso de IA, o TSE visa garantir que os eleitores estejam plenamente informados sobre a natureza das mensagens que recebem, protegendo-os contra manipulações e garantindo uma tomada de decisão consciente. A proibição específica contra o uso de deep fake para criar conteúdo falso ou difamatório reconhece o potencial destrutivo dessa tecnologia em disseminar desinformação e minar a confiança pública nas instituições democráticas.

A classificação das transmissões ao vivo pelas redes sociais como atos de campanha sujeitos à legislação eleitoral é uma resposta necessária à evolução das campanhas digitais. Essa medida assegura que as lives, uma ferramenta poderosa de engajamento direto com o eleitorado, sejam realizadas de maneira transparente e justa, respeitando os princípios eleitorais de igualdade de condições entre os candidatos.

Isso não resolve, de uma só vez, os desafios de regulação e governança de IA no Brasil, mas é um importante passo para que as eleições sejam mais transparentes. Vale lembrar que há o PL 2338/23 do Senado que trata da IA e que tem sido tratado como um projeto que deve ser votado ainda neste semestre. O fato é que, ainda que não seja, é uma pauta que será posta em votação hora mais, hora menos.

Marcelo Crespo é professor e coordenador do curso de Direito da ESPM e especialista em Direito Digital e Penal. Doutor e mestre em Direito Penal pela USP.

 

INFORMAÇÕES PARA IMPRENSA

William Lara | william.lara@novapr.com.br | 11 94973-8477

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

MERCOSUL AHK - CÂMARA BRASIL-ALEMANHA PUBLICA INTERESSANTE ARTIGO SOBRE ECONOMIA CIRCULAR

 O Blog do Maybuk publica na íntegra artigo de Mercosul AHK - Câmara Brasil-Alemanha:

Economia circular inspira empresas pela redução de emissão de gases e preservação de recursos naturais

Em Curitiba, cidade mais sustentável da América Latina, companhias como a Tecnotam e a Elis, associadas à AHK Paraná, promovem o consumo consciente em prol do meio ambiente

Curitiba é a cidade mais sustentável da América Latina, conforme o ranking Cidades Sustentáveis, e várias das empreas com sede na capital paranaense e região se destacam por suas ações inspiradoras no campo da preservação ambiental. Elas contribuem, ainda, com a manutenção do Paraná na liderança no índice de sustentabilidade entre todos os estados do Brasil.

Entre as prioridades dos modelos de negócios estão a preocupação, por exemplo, com os cuidados contra o desperdício de água, descarte adequado de resíduos e emissão de CO2, temas em vasta discussão pelo mundo. “Neste ano de 2024, as ações de sustentabilidade devem ganhar ainda mais destaque”, avalia o Carlos Polakowski, superintendente de Planta da Elis, empresa de gestão e higienização de têxteis associada à Câmara de Comércio Brasil-Alemanha (AHK Paraná).

A empresa é francesa e está presente em 29 países da Europa e América Latina, incluindo 20 estados do Brasil. A planta de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, conta com 200 colaboradores e atende a 700 clientes. A Elis realiza a higienização e desinfecção de têxteis, como uniformes profissionais, toalhas, tapetes, lençóis, guardanapos, entre outros, para hospitais, hoteis, salões de beleza, frigoríficos e demais indústrias de comércio e serviço, com aposta na economia circular, explica Polakowski.

“Por conta de todo o processo de economia circular no qual estamos inseridos, lavamos os uniformes, os têxteis, de forma racional no nosso processo de higienização. É um ponto de preocupação há muito tempo, assim como a geração de energia térmica e o reuso dos têxteis no final da vida útil”, afirma o superintendente.

Segundo ele, a segurança do processo garante e estende a sustentabilidade ao cliente. “Nosso processo consome menos da metade da água que em um processo doméstico. Então, imagine uma indústria com 100 pessoas, que levam uniformes para lavar em casa? A redução de consumo de água é gigante”, revela.

Outro ponto a destacar, conta Polakowski, é o uso da toalha contínua, instalada nos lavatórios, para enxugar as mãos, na comparação com o consumo de papel toalha descartável. “Ela reduz a emissão de CO2 em até 29%. E, em 2023, com um fornecedor parceiro, iniciamos um projeto de destinação de têxteis ao final da vida útil. Transformamos esse material em cobertores ‘corta febre’. Esses são alguns exemplos de sustentabilidade com efeito direto no meio ambiente e que são baseados na economia circular”.

Referência em sustentabilidade

Em Balsa Nova, também na região de Curitiba, a empresa de fabricação, recuperação e disposição de embalagens e peças Tecnotam, associada à AHK Paraná, se tornou uma referência em sustentabilidade ao receber o Selo Clima Paraná. A certificação é concedida a empresas e instituições que demonstram comprometimento e excelência em práticas ambientais sustentáveis, contribuindo para a preservação dos recursos naturais e para a construção de um futuro mais sustentável.

“Nos destacamos como uma referência não apenas em nosso setor, mas também como um exemplo inspirador de como as empresas podem desempenhar um papel fundamental na construção de um mundo mais sustentável”, afirma o especialista em sustentabilidade da Tecnotam, Jefferson Straub Duarte. 

O executivo explica que todos os pontos de geração de emissões atmosféricas da Tecnotam são monitorados por laboratórios homologados pelo órgão ambiental IAT – Instituto Água e Terra e na frequência estipulada pela legislação. Os resultados, diz ele, são inseridos no sistema de Declarações de Emissões Atmosféricas (DEA) do IAT.

Com a certificação de seu Sistema de Gestão Ambiental, conforme a norma internacional ISO 14001 versão 2015, a Tecnotam vem melhorando continuamente os processos produtivos, para aumentar a produtividade e economizar os recursos naturais, como água, energia elétrica, GLP, lenha etc., pontua Duarte. “Cada ponto de consumo no processo produtivo é monitorado diariamente, gerando indicadores de desempenho e metas para o gestor da área responsável”.

A Tecnotam participa do programa desde 2016, apresentando voluntariamente a Declaração de Emissões de gases de efeito estufa para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest).

Sobre a AHK Paraná – Estimular a economia de mercado por meio da promoção do intercâmbio de investimentos, comércio e serviços entre a Alemanha e o Brasil, além de promover a cooperação regional e global entre os blocos econômicos. Esta é a missão da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná), entidade atualmente dirigida pelo Conselheiro de Administração e Cônsul Honorário da Alemanha em Curitiba, Andreas F. H. Hoffrichter.


quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

BANCAS DE TCC - PROFESSOR SÉRGIO LUIZ MAYBUK 2023






Na semana de fevereiro de 2024 aconteceram as bancas de trabalhos de conclusão de curso do Curso de Ciências Econômicas - Unespar campus de Campo Mourão-PR.

Na sequência trabalhos relacionados ao Editor do Blog do Maybuk professor Sérgio Luiz Maybuk de acordo com a Coordenadora de Monografias professora Tatiana Diair Lourenzi Rosa. 

Bruna Alvez de Ávila - A importância da logística reversa e sua aplicabilidade na gestão ambiental - Orientador: Sérgio Luiz Maybuk - Presidente da banca: Bruno Hybner - Membro da banca: Jesus Crepaldi.

Francieli de Carvalho - Análise econômica do mercado creditício no Paraná e Brasil: uma perspectiva da pandemia nas variáveis macroeconômicas - Orientadora: Aline de Queiroz Assis Andreotti Pancera - Presidente da banca: Jesus Crepaldi - Membro da banca: Sérgio Luiz Maybuk.

Jaqueline Renata de Oliveira Silva - Perspectivas da classe meia-idade no Paraná e Campo Mourão: uma análise do mercado de trabalho de 2011 a 2021 - Orientadora: Aline de Queiroz Assis Andreotti Pancera - Presidente da banca: Bruno Hybner - Membro da banca: Sérgio Luiz Maybuk.

Luis Felipe Rigon Brun - Capital humano e crescimento econômico: uma avaliação espaço temporal do modelo MRW - Orientador: Rodrigo Monteiro da Silva - Presidente da banca: Sérgio Luiz Maybuk - Membro da banca: Luciana Aparecida Bastos.

Marcelo Gonçalves Pereira - Participação do estado do Paraná na exportação de produtos do agronegócio brasileiro: uma análise do período entre 2000, 2010 e 2020 - Orientador: André Ricardo Bechlin - Presidente da banca: Luciana Aparecida Bastos - Membro da banca: Sérgio Luiz Maybuk.

Robson Dovorak dos Santos - A importância do cooperativismo para o agronegócio paranaense - Orientadora: Aline de Queiroz Assis Andreotti Pancera - Presidente da banca: Sérgio Luiz Maybuk - Membro da banca: Luciana Aparecida Bastos

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

SAIBA O QUE É REDUFLAÇÃO E COMO ELA AFETA O BOLSO ESCRITO POR THIAGO MARTELLO


 Blog do Maybuk recebeu por email o importante artigo "Saiba o que é reduflação  e como ela afeta o bolso" escrito por César Piorski. 

Por ser um tema novo mas que afeta praticamente todos e todas consumidores/as,  publica-se na íntegra:

Saiba o que é reduflação e como ela afeta o bolso

Educador financeiro Thiago Martello explica a prática e alerta que consumidores precisam ficar atentos ao fazer compras

A palavra “reduflação” pode parecer estranha a muita gente, mas certamente qualquer um já a conferiu na prática. Ela se refere à redução de peso, medida ou unidades em itens da cesta básica, papel higiênico, pasta de dente, sucos e vários outros produtos e é uma tática do mercado para evitar o aumento de preços.

De acordo com Thiago Martello, fundador da Martello EF, empresa que abocanhou investidores no programa Shark Tank Brasil ao oferecer uma metodologia própria, empresas de todo o mundo praticam reduflação em diversos momentos, especialmente quando o poder de compra da população está menor.

“Quando a inflação está alta e o poder de compra diminui, uma alternativa para a empresa não aumentar o preço de um chocolate, por exemplo, é diminuir seu peso. Dessa forma, o consumidor paga o mesmo, só que por um produto menor”, explica. 

Legalmente, a medida é aceita, desde que a redução de tamanho, peso ou quantidade esteja clara na embalagem do produto. O consumidor, porém, precisa estar atento para que esse tipo de prática não afete seu bolso.

“Normalmente, consumidores tendem a observar mais um aumento de preços do que uma diminuição de tamanho, mas se a quantidade diminui, pode ser que aquele mesmo produto não seja suficiente para o consumo da família, que tende a realizar uma nova compra, onerando as contas. Nestes casos, é importante avaliar se não é mais vantajoso mudar de marca em alguns casos”, orienta Thiago. 

O especialista também avalia que uma vez reduzidos os tamanhos, é normal que, mesmo que a inflação diminua e o poder de compra aumente, as marcas permaneçam com os produtos em versão “reduzida” nas prateleiras e com o mesmo valor. “O que elas fazem, neste caso, é lançar uma nova versão maior, com um novo preço”, diz. “Ou seja, mesmo com menos inflação, o preço do produto antigo não cai e entra um produto novo mais caro. É importante que o consumidor esteja atento a essas artimanhas e sempre compare os preços ao comprar”, alerta. 

 

Sobre a Martello Educação Financeira  

Criada em 2015, a Martello Educação Financeira é uma fintech e edtech que oferece planejamento financeiro com uma metodologia própria e inovadora, por meio de cursos, mentorias e diagnósticos para melhorar o relacionamento com dinheiro. Já realizou mais de mil atendimentos e possui mais de 500 alunos. Acesse o site

Sobre Thiago Martello 

Educador Financeiro, fundador da Martello Educação Financeira, agente autônomo de Investimentos pela CVM, e em Investimentos ANBIMA, corretor de Vida e Previdência pela Susep. Embaixador da APOEF (Associação de Profissionais, Orientadores e Educadores em Finanças). Thiago começou a lidar com educação financeira na prática aos nove anos de idade, ao iniciar seu primeiro empreendimento vendendo balas em semáforos da zona leste de São Paulo. De lá para cá, venceu uma série de desafios. Ele se tornou bacharel em Administração e pós-graduado em Gestão Financeira pela FGV,  passou a empreender através da Martello Educação Financeira, atendeu mais de 1.000 pessoas com base na metodologia DESPLANILHE-SE, e se tornou autor do livro que leva o mesmo nome. Thiago Martello também participou da versão brasileira do Shark Tank Brasil, o maior programa de empreendedorismo do mundo. Atualmente, ele fala semanalmente, como especialista, para vários veículos da imprensa, entre eles: O Globo, Estadão, Folha de São Paulo, Jovem PAN, CNN e outros. Para saber mais, acesse o site.

A RECENTE CONCENTRAÇÃO DE RENDA NO BRASIL ESCRITO POR CÉSAR PIORSKI


O Blog do Maybuk recebeu por email o importante artigo "A recente concentração de renda no Brasil" escrito por César Piorski. 

Por ser um tema da maior importância, considerando que o Brasil possui uma brutal concentração de renda de riqueza,  publica-se na íntegra:

A recente concentração de renda no Brasil


Recentemente, o IBRE/FGV publicou um profundo e inédito - dado o grau de detalhamento - estudo sobre a concentração de renda no Brasil. Na ocasião, os autores apontam para o preocupante aumento da concentração de renda no topo da pirâmide, isto é, apenas 0.01% da população acumula renda em ritmo três vezes superior à média da população brasileira.

Esse problema resulta de um processo histórico, cujo aspecto mais dramático foi gestado ao longo dos últimos quarenta anos, a partir de um conjunto de políticas macroeconômicas inconsistentes, cujas consequências aprofundam o problema que tentam solucionar.

A crise do petróleo no final da década de 1970 ocasionou a subida da taxa de juros internacional impulsionando a explosão da dívida externa brasileira que, por sua vez, acelerou o esgotamento da estratégia de crescimento levada a cabo nos anos dourados do milagre econômico brasileiro. Desde então, precisamente a partir da década de 1980, a forçada tentativa de recuperação deste elo perdido assim como o desprezo pela leitura do quadro econômico internacional deixou como legado: uma queda persistente da nossa produtividade, a vivência do fenômeno hiperinflacionário, o aprofundamento da dependência de recursos externos, a desindustrialização e uma pauta de exportação baseada em produtos primários (grãos e minérios). Essa estrutura produtiva explica a medíocre taxa de crescimento do PIB e a baixa capacidade de geração de emprego e renda para as camadas mais próximas a base da pirâmide ao longo de todo esse período.  

Mesmo vivenciando uma conjuntura otimista, do efetivo de aproximadamente 18 milhões de pessoas economicamente ativas, pelo menos 1,5 milhões jamais serão absorvidas pelo sistema econômico, ainda que a economia registre elevadas taxas de crescimento. Decorrente da institucionalidade criada a fim de dar conta dos problemas que se apresentaram e se acumularam ao longo do tempo, nossa taxa básica de juros (SELIC) apresentar-se-á sempre em nível maior do que de fato poderia ser, o mesmo ocorre com a taxa de câmbio, a qual por questões de gerenciamento macroeconômico, permanece em nível incompatível com a nossa baixa produtividade.

Por sua vez, esse problema não afeta a camada pertencente ao topo da pirâmide, muito pelo contrário, em grande medida até os favorecem, dado que para estes, a lógica do investimento assume o caráter financeiro, caracterizado por alto retorno e baixo período de recuperação do investimento. Essa lógica, base da acumulação de capital contemporânea está em voga, nos países centrais, desde os anos 1990 e ainda assim não foi bem trabalhada em nossas políticas macroeconômicas.

A interação entre o avanço da financeirização e o esgarçamento do nosso tecido produtivo têm levado as famílias à construção de um macabro arranjo de sobrevivência, qual seja, utilizar o crédito como complemento de renda, fato este que contribui indubitavelmente para a aceleração da concentração de renda.

O desarme desta armadilha apesar de não ser tarefa trivial, passa obviamente pela elaboração de políticas macroeconômicas que revertam esta perversa institucionalidade. Do contrário, continuaremos a assistir ao aprofundamento desta concentração e sua inevitável contrapartida, qual seja, o aumento da tensão social. A polarização vivenciada nas últimas eleições presidenciais são sinais inequívocos deste grave problema.

*César Piorski é Doutor, Mestre e Bacharel em economia com especializações em Economia de Empresas, Engenharia Financeira e Macrocenários. Atua como estrategista da Volk Capital, empresa que fundou em 2022