quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

ANÁLISE DO lIVRO CAMPO MOURÃO - DA SAGA DOS PEREIRA AO ELDORADO PARANÁ (1897 - 1963)


 Encontrei um tempo e terminei de ler, o livro CAMPO MOURÃO - DA SAGA DOS PEREIRA AO ELDORADO PARANÁ (1897 - 1963) de autoria do escritor Silvestre Duarte.
Já havia lido vários livros sobre Campo Mourão, mas esse tem um diferencial, a coragem do autor em fazer algumas denúncias sérias.
O livro é bem escrito e rico em detalhes e faz referência a outros importantes escritores de Campo Mourão.
Um amigo do colegiado de história da Unespar campus de Campo Mourão, já havia recomendado a leitura.
Tem o prefácio do historiador Aimoré Índio do Brasil Arantes.
Na primeira parte , A SAGA DOS PEREIRA, retrata a coragem de uma família em enfrentar muitas dificuldades, rumo ao desconhecido. Só lendo mesmo e se imaginando no lugar da família, para tentar entender o quanto sofreram.
Na segunda parte - OS AMIGOS DE CAMPO MOURÃO, há o destaque da grande contribuição de Edmundo Alberto Mercer e Coelho Júnior, especialmente do primeiro que fez defesa corajosa em artigos de jornal, denunciando empresários trapaceiros que tentavam se apossar de terras que pertenciam a posseiros. Também há uma importante visão de integração do Estado do Paraná que infelizmente nunca se concretizou.
Na terceira parte, uma das mais importantes, porque normalmente  acaba sendo negligenciado, para se dar dstaque ao progresso, como se fosse algo tão harmônico. Retrata momentos sangretos de revoluções entre descontentes e legalistas. O massacre e o quase desaparecimento dos indígenas que existiam em grande quantidade no Paraná. E finalmente os golpes de terras unindo governador de Estado, funcionários públicos corruptos, empresários corruptos, possivelmente cartorários e a grande sustentação de pistoleiros, matadores de gente inocentes.
Há uma parte do livro que identifica nomes de jagunços pistoleiros que prestavam "serviços" para fazendeiros e empresas de colonização.
E na parte O ELDORADO PARANÁ para quem lida com economia como é o meu caso, trata das diversas atividades econômicas e várias contradições existentes nelas.
Quando leio uma obra, acabo sendo detalhista, defeito de professor. Em duas passagens, verifiquei talvez pequeno equívoco e/ou falta.
Na página 157, por coincidência de eu estar na cidade de Roncador-PR com meus pais curtindo o natal, verifiquei que há uma citação de um proprietário de moinho de trigo na cidade, chamado Casemiro Mainbruk, mas meu pai acredita que seja o primeiro comerciante da cidade, seu tio Casemiro Maibuk.
E na parte final do livro quando trata da Estação Cerrado e cita dois professores pesquisadores, não se informa que pertence à Unespar campus de Campo Mourão, universidade a que pertenço.
No geral, é uma importantíssima obra, tanto para conhecer Campo Mourão como o próprio Estado do Paraná e para se refletir que alguns herois que emprestam o nome para cidades, ruas, praças etc, talvez não merecessem ser homenageados, porque causaram mais malefícios que benefícios.

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