No dia 06 de dezembro
de 2017, a Unespar – campus de Campo Mourão realizou o I Fórum
de Desenvolvimento Regional: A Microrregião de Campo Mourão em Debate. Eu tive
prazer em participar e foi um grande aprendizado a todos.
O Fórum teve como
objetivo debater com a comunidade as possibilidades para o desenvolvimento
regional e apresentar o programa de extensão denominado: Diagnóstico de
potencialidade local na Microrregião de Campo Mourão. A referida
Microrregião é composta pelos municípios de: Araruna, Barbosa Ferraz, Campo
Mourão, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Fênix, Iretama, Luiziana,
Mamborê, Peabiru, Quinta do Sol, Roncador e Terra Boa.
A realização do
programa de extensão se justificou em virtude da necessidade de potencializar
ações direcionadas para o desenvolvimento, a partir da interdisciplinaridade. O
programa envolve professores dos cursos da Administração, Ciências Econômicas,
Geografia (licenciatura e bacharelado), Engenharia de Produção Agroindustrial,
Turismo e Meio Ambiente e o Programa de Pós-Graduação Sociedade e
Desenvolvimento (Mestrado). Fazem parte os professores FÁBIO RODRIGUES DA COSTA – Coordenador, ADALBERTO DIAS DE SOUZA, ANA PAULA COLAVITE, CLAUDIA CHIES,
EDSON NORIYUKI YOKOO, JOÃO MARCOS BORGES AVELAR, JULIANA CAROLINA
TEIXEIRA, MARCOS CLAIR BOVO, NAIR GLÓRIA MASSOQUIM, PAULO ROBERTO SANTANA
BORGES, RONY PETERSON DA ROCHA e SANDRA TEREZINHA MALYSZ.
A mesa diretiva foi composta pelo diretor do campus professor João Marcos Borges
Avelar, pelos diretores de centro professores Adalberto Dias de Souza e Amauri
Jersi Ceolim, pelo chefe de divisão de extensão e cultura professor Walmir Ruis
Salinas e o coordenador do projeto professor Fábio Rodrigues da Costa.
O diretor do campus
fez uma fala iniciando que o fórum teve o total apoio da reitoria na pessoa do
reitor professor Antonio Carlos Aleixo e citou o professor Sérgio Luiz Maybuk,
representando a reitoria na condição de controlador da Unespar. Relembrou que
no ano de 2000 o campus já havia
feito um diagnóstico parecido, realizado por ele, pelo controlador citado e o
professor Adalberto citado anteriormente, mas que infelizmente nem todos os prefeitos
se utilizaram do trabalho e que agora é importante que após a realização do
diagnóstico o processo seja continuado.
O professor Adalberto fez uma palestra apontando os
principais problemas que já se conhece na nossa região, como sendo aumento de
idosos e diminuição de jovens, aumento da violência nas escolas públicas,
dificuldades para a gestão dos resíduos sólidos, má distribuição de renda,
estimativa de redução de população para os próximos anos em 23 dos 25 municípios,
até 2040, estimativa de se perder quase
60 mil habitantes, esvaziamento das cidades provocando queda de transferências
do fundo de participação dos municípios.
O coordenador do projeto professor Fábio fez todo
um detalhamento do projeto e apresentou a qualificação de cada participante com
suas dissertações de mestrado e teses de doutorado.
Com a abertura do debate, a professora Maria
Dolores Barrionuevo Alves (LOLE), na ocasião representando o INSS do qual é
técnica concursada, destacou que teremos
um agravante com a reforma da previdência para o futuro pois muitos municípios têm
em grande parte da movimentação de dinheiro, as aposentadorias e no presente os cortes de benefícios. Somente
agora, de 21.000 pessoas que recebiam
auxílio doença somente 5.000 permaneceram. Ela não afirmou isso, mas eu
questiono se realmente todo esse pessoal merecia perder o benefício.
Mário Jacob da Loja Maçônica Verdade e Justiça, questionou se a criação da região
metropolitana de Campo Mourão terá impacto no futuro e a professora Ana Paula
Colevati estudiosa na área, afirmou que
embora a lei tenha sido aprovada na realidade tecnicamente não pode ser
considerada como tal.
Eduardo Akira Azuma da secretaria de
desenvolvimento econômico de Campo Mourão, questionou se não seria melhor só
trabalhar um município até o final como piloto, Campo Mourão por exemplo e
depois estender para os demais. O coordenador do projeto respondeu afirmando
que a idéia é trabalhar em conjunto todos os municípios e que nada impede de
que se houver interesse, alguém faça simultaneamente um trabalho em um município
em específico.
Cintia Zanini dos Santos, representando o Senac, destacou
que sua entidade faz diversos cursos de qualificação nos municípios da região, parte
pagos com preços acessíveis e parte gratuitos. Destacou que muitas vezes a
troca de prefeitos interrompe a sequência de trabalhos o que é muito ruim para
os munícipes e região.
Juliana Carolina Teixeira coordenadora do curso de
turismo e meio ambiente do campus, afirmou que embora com poucos professores
efetivos, o curso tem condições técnicas para fazer inventários turísticos e
que já desenvolveram vários projetos em Campo Mourão e região.
Marlene Fiorese representando o Observatório Social,
por ser funcionária aposentada do Banco do Brasil, afirmou que este tem um
banco de dados interessante em virtude dos projetos de DRS – Desenvolvimento Regional Sustentável e
destacou alguns realizados em Araruna e Barbosa Ferraz.
Paulo Roberto Santana Borges do colegiado de
ciências econômicas afirmou que quando foi fazer sua tese de doutorado,
detectou que muitos presidentes de associações comerciais não conhecem seus
próprios municípios e que infelizmente em algumas prefeituras falta capacidade
técnica para execução de bons projetos, o que muitas vezes inviabiliza aprovações
em órgãos governamentais. E fez uma autocrítica afirmando que muitas vezes a
universidade por meio dos professores gera dissertações e teses importantes,
mas que ficam escondidas e não aplicam na comunidade.
Tania Backschat assistente social concursada na
prefeitura de Campo Mourão e coordenadora do Curso de Serviço Social da
Unicampo, deu um depoimento triste e importante para que a sociedade compreenda
o momento em que estamos vivendo. Afirmou que nos últimos dois anos, já há
crianças e adolescentes desmaiando na escola, porque não têm comida em casa.
Afirmou que é preciso estudar o cadastro único do governo federal para atestar
o aumento da pobreza, do trabalho infantil na região e o corte de benefício dos
idosos. Alertou para a saída de jovens dos municípios e informou que fez uma
pesquisa sobre a política de saúde entre professores de Campo Mourão e atestou
que 32% têm problemas de saúde sérios.
Ela não afirmou, mas eu afirmo que boa parte do que
relatou é reflexo da ação brutal do atual governo federal.
Roberval Rosseto do Observatório Social de Campo
Mourão, falou da importância da criação do CODECAM – Conselho de
Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão, semelhante o que há em Maringá e que
a idéia é pensar a cidade para mais de 20 anos, descolando-se de planejamento
de cada gestão municipal, ou seja, trabalhar para ter política de Estado e não
de governo. Disse que será instituída em Campo Mourão a cooperativa de mini e pequenos
produtores rurais, pois estes têm dificuldade em comercializar seus produtos na
atual condição. Afirmou também que ficou surpreso com várias informações que
recebeu durante o fórum.
Arléto Rocha diretor de cultura da prefeitura de
Peabiru (recém premiado pela assembléia legislativa do Paraná com o prêmio
gestor público) destacou o Projeto Caminhos de Peabiru e que já tem 7 prefeituras
envolvidas e será ampliada para 10 e que isso tudo pode auxiliar também no projeto
do campus de Campo Mourão.
Estavam presentes no evento também a vice prefeita
de Peabiru Maria José do Nascimento, Eliana Feitoza Ficagna (que fez contatos
com o diretor do campus) representando
a prefeita de Roncador Marília Perotta Bento Gonçalves, o secretário municipal
Carlos Alberto Facco representando o prefeito Tauillo Tezelli e o assessor
parlamentar Ivo Bossak representando o deputado federal Zeca Dirceu.
O campus de Campo Mourão felizmente ganha um aspecto bem interessante com ações da nova gestão, tal como essa.
O campus de Campo Mourão felizmente ganha um aspecto bem interessante com ações da nova gestão, tal como essa.
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