Na hora do almoço, meu filho Giordano Bruno que está passando as férias comigo e Eu, saímos do prédio em que moro na Capitão Índio Bandeira e entramos no carrão de meu amigo (não vou revelar a identidade para preservá-lo) e seguimos rumo a um restaurante que fica na mesma avenida.
No caminho disse a ele que os carros estão cada vez mais evoluídos e que alguns tem até piloto automático. Diante do meu comentário, imediatamente, cheio de orgulho afirmou: --- Meu carro tem piloto automático.
Quando estávamos próximos do restaurante, o dilema era encontrar lugar para estacionar, pois em Campo Mourão é mais difícil do que achar dinheiro na rua. Eis que a solução parecia, eu disse parecia solucionada.
Na nossa frente, transitava uma charrete de um catador de papel que estava acompanhado de uma criança e do alto do seu carrão, meu amigo ligou a seta e preparou-se para estacionar numa vaga que estava no meio entre as duas pistas da avenida. Eis que do nada, a charrete sem obviamente ligar a seta, pois não possui, enveredou-se em direção daquele espaço.
Li o pensamento do meu amigo: Eu com meus impostos em dia, ainda tenho que esperar o cidadão atravessar do outro lado da pista, por dentro do estacionamento. Mas o pior ainda estava por vir, pois o charreteiro estacionou na vaga e meu amigo teve que andar mais um pouco, fazer o contorno e estacionar bem longe do restaurante. De lá , Eu, meu filho e meu amigo observamos o charreteiro calmamente descer da charrete, dirigir-se até um latão de lixo, pegar alguns papelões, subir de volta e ir embora. Afinal de contas, ele também paga impostos e tem o direito de lutar pela sobrevivência e transitar pela Capitão Indio Bandeira.
Tem muitas coisas que nos fazem rir, mas ver a cara desenxabida do meu amigo diante do acontecido me fez rir sozinho, várias vezes durante o dia.
Muito bom, professor!... O contraste social visto com bom humor, porém sem titubear no que tange ao “sagrado” direito de ir e vir de todo cidadão. Isso me faz lembrar aquela frase de um certo “guerrilheiro revolucionário” que virou estampa de camiseta mundo afora: “Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás.”
ResponderExcluirAbraço!
Transformar nossas vivências do cotidiano em sublimes aprendizados é um Dom que vc esbanja em seu blog. Quanto ao ocorrido... nem sempre saber dirigir um carrão significa ter poder! Abraços.
ResponderExcluirEsta foi otima professor...apesar das desigualdades sociais, todos tem o direito de ir e vir independente de seu meio de transporte.
ResponderExcluirLegal da parte de seu amigo apenas observar que a vaga estava ocupada e seguir em frente procurando outra, pois conforme o senhor menciona ele estava com um "carrão", e enquanto vocês estavam apenas procurando uma vaga ele estava trabalhando, tenho certeza que a maioria das pessoas no lugar de seu amigo ou até mesmo no seu lugar de carona não pensaria duas vezes e já iria iniciar uma discussão verbal com o carroceiro sem perceber que ambos tem o mesmo direito da tal vaga, basta quem chegar primeiro.
ResponderExcluirSua história me fez lembrar de uma frase que as vezes encontramos escrito em carrinhos de coletores de materiais recicláveis, carroças e em alguns carros bem velhos que mal conseguem circular pelas avenidas movimentadas de Campo Mourão.
" Ta com pressa? Acorda Mais Cedo"
Jonathan Backes - 2ºA.