O Blog do Maybuk publica hoje um texto da professora
e escritora Cleusa Piovesan retratando a polêmica da proibição dos aparelhos
celulares na Escola.
A POLÊMICA DO CELULAR NA ESCOLA
Não
posso me abster de falar sobre esse assunto porque interfere diretamente na
qualidade da Educação, e o celular em sala de aula, se não usado para fins
pedagógicos é uma distração que afeta a atenção dos estudantes na aquisição do
conhecimento. Talvez se o celular fosse menos importante do que adquirir
conteúdos científicos e para a vida esse problema seria sanado!
O
grande problema no Brasil é a falta de interpretação! E a Lei nº 15.100/2025,
aprovada tardiamente, na minha opinião, está sendo mal interpretada. Pela
revolta dos adolescentes, divulgada amplamente nas redes sociais, tenho a
impressão de que privá-los do uso do celular por algumas horas ao dia é como se
estivessem lhes submetendo a uma lobotomia, e logo nem precisará de cirurgia
para tal procedimento, porque o uso inapropriado das tecnologias, fomentado nas
redes sociais, fará o processo com eficácia.
Na
escola em que trabalho desde 2007, o celular nunca foi permitido em sala de
aula, a não ser quando o professor solicitasse para alguma atividade pedagógica
e, mesmo assim, havia alunos que o usavam, afrontando o que fora estabelecido
no Regimento Escolar, aprovado em assembleia todo início do ano pelos pais e/ou
responsáveis pelos estudantes. Há uma caixa para cada turma, e os alunos
depositam o celular nela e o acessam se houver necessidade, assim, o trabalho
em sala de aula pode ser realizado sem que eles fiquem olhando o celular a cada
notificação. Parece simples, não? Não é.
O
grande problema da geração Millenium é que está há milênios de ter a atenção
despertada por algo que não seja tecnológico. O prazer da descoberta não existe
mais, a um clique os adolescentes têm a sua disposição todo tipo de informação,
útil ou não, e o Chat GPT e outras plataformas de Inteligência Artificial estão
tirando deles a capacidade de pensar. Não é mais preciso; tudo está disponível
a qualquer momento. Aí, eu pergunto: que futuro os aguarda se a capacidade de
raciocínio é o que distingue o ser humano das espécies animais?
MAQUINUMANO
O homem-máquina, o homem-robô
Submete-se aos caprichos da tecnologia.
Homem-depressão, insatisfeito.
Vida-vazia, sentimentos ocos.
Dependência total de máquinas e
De objetos abjetos que se tornam obsoletos,
Absolutamente necessários,
Em sua superflualidade.
Homem-consumo, com seus sonhos roubados.
Ganância, poder, corrupção.
Existência vazia, vida fútil, coração-pedra.
Homem, maquinalmente, manipulado!
Esse
poema foi escrito em 2015, e publicado em meu livro “Não diga que a poesia está
perdida”, e retrata exatamente o que estamos vivenciando no momento. Minha
percepção sobre o mundo, é fruto do conhecimento que adquiri com as leituras
que realizo, constantemente, e permitem que eu observe os fatos sociais e as
situações do cotidiano com o distanciamento das paixões, e tento fugir da
alienação que a sociedade moderna impõe a todo momento.
A
tecnologia é a melhor invenção do momento, mas saber usá-la é crucial para que
a alienação programada não conclua o backup! Com certeza, a Educação
precisa da tecnologia, mas a tecnologia não pode banir a qualidade a verdadeira
Educação! Pensem nisso antes de condenar a proibição do uso do celular na
escola!
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