segunda-feira, 2 de outubro de 2017

BATE - PAPO COM ESCRITORES EM CAMPO MOURÃO-PR E BOLO COMEMORATIVO











Sou uma pessoa apaixonada por livros, leio intensamente desde a adolescência e os motivos sempre foram o prazer da leitura e o combate à minha timidez. Todo tímido sabe as artimanhas que precisa inventar para se colocar no mundo sempre tão agitado.

Sou professor universitário há 22 anos. Já participei de dezenas de lançamentos de livros e eventos relacionados, mas evento igual ao que participei no último sábado 30/09/2017 foi para mim um dos mais significativos, importantes e gostosos.

Foi a comemoração dos 60 anos da Biblioteca Municipal professor Egydio Martello (ver foto do bolo) e um dos eventos comemorativos, do qual participei, denominaram bate-papo com escritores e reuniram três importantes escritores que residem em Campo Mourão-PR. Ele e elas  toparam falar sobre suas trajetórias e responder questionamentos e no final da matéria comentarei sobre cada um deles.

Tinha adultos muitos especias e de muita qualidade na luta literária naquela sala e com certeza alguns e algumas jovens que se fizeram presentes, certamente pela riqueza do encontro, também serão muito importantes na área literária no futuro.

A comandante do evento, era a guerreira Mara Cristina Oliveira Santos que recentemente ganhou a Comenda Vida e Liberdade da AML - Academia Mourãoense de Letras e que com um discurso para lá de empolgante ganhou muitos admiradores e um deles sou eu. Ela no sábado, recebeu a cada um e cada uma dos/as participantes desconhecidos, especialmente os jovens, como um pastor de igreja recebe um novo fiel, sorrindo e encantada, porque sabe que cada olhinho vidrado nos escritores e escritoras presentes poderia ser uma bela semente de futuro.

Estavam presentes das pessoas que conheço (outras nomes mais podem ser incluídos nos comentários) :
O escritor Max Moreno que escreveu o livro intrigante "A outra sombra" o qual li em poucas pegadas.
A escritora e imortal Cristina Schreiner Mota, professora querida a qual aprendi a gostar há muito tempo.
A escritora e imortal Ester de Abreu Piacentini, atual presidente AML e minha conhecida de longa data, até estudamos juntos e sempre que nos encontramos ela vem me cumprimentar com muita simpatia.
A escritora e imortal  Cida Freitas que já foi presidente da AML, conhecida antiga minha e que no sábado, na condição de professora de português, estava explicando aos jovens que é preciso fazer amizade com as palavras para não errar na escrita. Adorei a dica.
A escritora, imortal e grande amiga de longa data professora Dirce Bortotti Salvadori que contribuiu para o debate questionando um dos escritores. No final na hora do bolo, conversamos um bom tempo o momento catastrófico que o Brasil está vivendo.
A escritora, imortal e grande amiga professora Dalva Helena de Medeiros.
A escritora, imortal e encantadora Benedita Cristófoli, autora de vários livros, elétrica no seu jeito de ser, contou um pouco da sua forma de escrever, de sua pesquisa recente feita em Porto Alegre-RS e etc e etc.
A escritora e querida Ana Aparecida Ceola Ribeiro, a nossa tesoureira da AME. 
A escritora e presidente da AME - Associação Mourãoense de escritores, minha amiga e que no evento declamou uma de suas poesias Fátima Saraiva.
A escritora e vice-presidente da AME querida Fátima Braga.
O escritor e imortal João Lara, também companheiro de bailes nos clubes em Campo Mourão-Pr.
A escritora e imortal Silvânia Maria Costa Carvalho
A escritora Sonia Ubelina de Oliveira Silveira
A Aracelis Aragão
O seu Francisco Otmar Soares leitor assíduo da biblioteca.
Mauricio e Doroty e sua linda filha Izabele.
Mariana, Leandro e Mateus.
O garoto Renan, aluno da professora  Maria Pasquini
Nicolas, nosso fotógrafo, neto da Giselta.

Luciana Demetek de Oliveira Coordenadora da Biblioteca.
O faz tudo, vereador, ator, professor, declamador e outros tantos "dor" Cícero de Souza, que na sua intervenção, testemunhou que pessoas de outras cidades ficam impressionadas  de saber da grande quantidade de escritores e escritoras que temos na nossa cidade.
A professora Maria Soares Sampaio Pasquini do Colégio Estadual Dr. Osvaldo Cruz - CEDOC, que está desenvolvendo um projeto maravilhoso sobre leitura. Ela está trabalhando com alunos de quintas a sétimas séries, em que os alunos e alunas escolhem um livro de autoria de residentes em Campo Mourão-Pr, e após leitura da obra e escrevem uma carta para o/a autor/autora que se comprometeram a responder, porque segundo a professora, na cabeça dos alunos livro na biblioteca é só de gente que já morreu. Imaginem o impacto de um projeto assim.   

E após apresentar as pessoas que eu conheço que estavam lá, vou comentar um pouco sobre os três escritores que conheço, um pouco menos que os demais citados.

O primeiro que falou é graduado em Letras e História pela Unespar campus de Campo Mourão-Pr e escritor imortal Gilson Mendes de Góes, tímido como ele próprio ressaltou, deixou muita gente emocionado, quando relatou que veio de uma cidade pequena aqui da região, ainda pequeno e se considera hoje um mourãoense. Afirmou que se apaixonou pela escrita ao ser aos poucos sendo elogiado pelas suas redações, que deve muito à Biblioteca Municipal de Campo Mourão-Pr, que tem livros prontos já escritos na sua cabeça e que por ser hiperativo não consegue ficar muito tempo digitando e espera publicá-los um dia e com aquele sorriso, fez uma declaração muito interessante. 

Disse que escreve um livro na espera de que ao menos uma pessoa leia e  goste, pois ele precisa de um elogio e deixou ao público a percepção de que não é uma questão de vaidade, mas sim de necessidade que quem escreve tem, ou seja,  que um comentário para um escritor é tão importante quanto o aplauso para um artista.

Na sequência quem falou foi  a escritora e imortal Giselta Veiga. Eu a conhecia pouco, tinha conversado uma vez numa reunião da AME, mas confesso que fiquei admirado com a história de vida dela e o caminho para a literatura. Disse que se casou aos 17 anos, ficou grávida e foi morar na fazenda. Naquela época segundo ela, a mulher que não se casasse logo ficaria mal falada (eu amenizei a fala dela aqui rsrs), quase do tipo "bela, recata e do lar". Pois bem, a Giselta fez tudo direitinho como era de ser. 

Não ficou mal falada e depois dos filhos grandes, resolveu fazer faculdade em Cascavel, fez jornalismo, é terapeuta, "se deu" como ela mesmo afirmou,  uma viagem para a Europa  de onde voltou impregnada de cultura e se embrenhou no mundo da literatura e já escreveu algumas obras e uma delas em homenagem aos professores do seu curso. E contou que encontrou uma professora de português na volta da Europa e falando de sua intenção de escrever, a referida professora se ofereceu para corrigir o texto e dali por diante corrigiu os demais.

E finalmente a última a falar foi uma nova recém  mourãoense, que já havia morado por aqui durante seis anos em outra época, a escritora Silvia Novaes Fernandes que tem um blog chamado "prosapoemapastél", muito interessante (no lado direito do meu blog você pode acessar). Ela é mineira de nascimento, muito falante que acabou indo morar em Curitiba-PR. Perguntei a ela na sexta-feira na câmara de vereadores como se acostumou com o povo curitibano que é conhecido por ser "muito frio" e ela apenas sorriu. Pelo jeito tirou de letra.

Ela se diz uma privilegiada porque seu pai era professor de línguas e  sua mãe professora de música. Cresceu rodeada de livros e música. É apaixonada pelo Monteiro Lobato sua grande inspiração, inclusive vencendo um prêmio em Brasília-DF sobre o tema. Até citou um bela frase dele "Quem escreve um livro cria um castelo, quem o lê mora nele. Nos abrilhantou com uma crônica "a mãe que virou lobo" (encontrei no google e está no blog dela de 2014) e ainda declamou um lindo verso da poesia "mineira" (encontrei no google e está no blog dela de 2013) mas também no livro de sua autoria "Um pouco de mim".          

É fácil detectar, que são bem diferentes as características dos convidados para o evento, provando que para se apaixonar pela leitura e pela escrita não há distinção de classes, embora num Brasil, um dos mais desiguais do mundo, possa existir mais facilidade para uns que para outros. O importante é primeiro se apaixonar pela leitura, que consequentemente se enveredará para a escrita. É só dar tempo ao tempo.

E como a vida as vezes é dura, nada como terminar o evento com um delicioso bolo e foi o que fizemos na sequência, conforme as fotos atestam.          

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