domingo, 22 de novembro de 2015

O BAILE DO HAWAI DA ARCAM E A "CRISE"

A motivação do texto se deu a partir de um comentário da Sueli Peron que admirada com aquela grande quantidade de pessoas no Baile me disse: ---- Mas e a crise? Dentre outras coisas, eu disse a ela que um comerciante ou prestador de serviços jamais deveria pronunciar a palavra crise em seus locais de trabalho. Explico no decorrer do texto.  

Ontem, mais uma vez eu pude desfrutar de uma das mais belas festas de Campo Mourão-Pr, que é o tradicional "Baile do Hawaai da ARCAM" o qual recebe pessoas inclusive de outros países. Na noite de ontem foi anunciado pelo locutor, em português e em inglês, visitantes de três grandes e desenvolvidos países confraternizando com os brasileiros. 

Infelizmente não pude encontrar o amigo e afilhado de casamento e grande divulgador da ARCAM o jornalista Ilivaldo Duarte​. Mas encontrei e cumprimentei duas pessoas que tenho a maior consideração, ambos antigos de COAMO, (já trabalhei lá por 8 anos) que são Antonio Cesar Marini (RH) e o Dr. Ricardo Accioly Calderari (Diretor Secretário - 3º na hierarquia), que foi paraninfo da minha turma de economia em 1994 e mesmo com a importância que tem e conhecendo pessoas importantíssimas no Brasil e fora dele, sempre que me encontra, abre aquele sorriso e me chama pelo nome. Dizem que tem um memória extraordinária, parece que sim.

Meus colegas de mesa, Leda, Sueli , Rosefran, Andreia, Junior, Ana Caroline,  Fran, Marcos, ajudaram a  proporcionar momentos agradáveis. A banda, a decoração, os fogos, as fotos, a canja de galinha  as 3 da manhã, os conhecidos que encontrei, tudo isso foi muito bom e o evento deve ser recomendado sempre.

Na condição de professor de economia, mesmo me divertindo, nunca me desligo da minha formação acadêmica e quando a amiga me perguntou: --- e a crise? Foi a deixa que eu precisava, pensei, amanhã vou escrever um texto sobre isso.

No sábado de manhã eu tinha ido ao comércio de Campo Mourão-Pr comprar uma camisa para o evento e a lojas estavam cheias de gente. Na sexta à tarde fui ao supermercado e enfrentei fila em alguns setores e no caixa como de costume. As lanchonetes e restaurantes sempre estão cheios. Se eu vou à Avenida Capitão Indio Bandeira no sábado à noite ou no domingo à noite a infinidade de gente, especialmente jovens bebendo e se divertindo é enorme. Os eventos que se promovem na minha cidade quase sempre estão sempre lotados. E os meios de comunicação, especialmente a manipuladora rede globo só apresentam crise econômica e desgraça. O jornalista mais ácido e irônico do país, Paulo Henrique Amorim diz: desligue a televisão e o Brasil cresce.

No baile do Hawai de ontem, tinha um mar de gente.  Sendo morador de Campo Mourão há 20 anos, conheço muitas pessoas. Posso testemunhar que naquele ambiente tinha muita gente "do dinheiro", mas tinha uma infinidade de pessoas com renda mediana, muito estudante, muitos estagiários e estavam todos lá. O valor do ingresso embora compatível com a grandeza do evento não era baixo. Cada pessoa lá comprou ao menos uma peça de roupa nova, muitos certamente estrearam um conjunto de vestimenta inteiramente novo. E o gasto nos salões de beleza que não foi pouca coisa? E o combustível dos automóveis para chegar até lá? (tinha gente da região inteira) e a compra de bebida lá dentro, sem parar? É impressionante o quanto se bebe, sem contar as pessoas contratadas para trabalharem no evento. Tudo isso é a roda da economia.

Não sou hipócrita e admito que   estamos vivendo um momento econômico difícil, inflação em alta, desemprego em alta e economia com capacidade instalada ociosa. Um política monetária suicida de alta de juros que absolutamente não tem eficácia, só alimenta os bancos e ainda encarece tudo na   economia real. Não tem eficácia, especialmente pelos tais preços administrados do governo federal, que tem origem nos contratos feitos nas privatizações irresponsáveis do passado (quem quiser entender didaticamente isso, é só assistir as recentes entrevistas do Ciro Gomes que não tem papas na língua e já foi Ministro da Fazenda).

No Brasil da economia real, porem,  as coisas estão longe de serem sombrias como os meios de comunicação apontam diariamente. Até o ex-presidente americano Bill Clinton afirmou isso em palestra no Brasil recentemente. Se a coisa é tão ruim porque todo dia há novos investimentos diretos de empresas estrangeiras por aqui em todas as áreas, na indústria, no comércio, na prestação de serviços, na agricultura? Não acredito que a COAMO maior cooperativa da América Latina esteja em crise, DUVIDO. Tem alguma coisa que não bate entre o que a grande imprensa diz todos os dias e o Brasil real.

Quem assiste o jornal da globo perde o sono e alguns tem vontade de se matar e quem assiste o Bom dia Brasil começa o dia desiludido. A grande imprensa além de irresponsável, quando esconde as coisas positivas,  está cavando o próprio buraco. A editora abril está falindo e as organizações globo, folha de São Paulo e o jornal Estado de São Paulo estão demitindo um monte e não é só porque estão perdendo a credibilidade por serem desmascarados pela internet a cada nova manipulação, mas porque estimulam o caos e perdem patrocinadores. Qual o empresário que é louco em patrocinar meios de comunicação que só apresentam as desgraças?

Quando afirmei à minha amiga Sueli Peron, que comerciantes e prestadores de serviços jamais devem pronunciar a palavra crise nos seus locais de trabalho, é porque isso é retroalimentar algo que às vezes nem é verdadeiro.

O ex-ministro da fazenda e professor aposentado da USP Delfim Netto outro dia utilizou uma frase perfeita: a economia vive de expectativa. O caráter psicológico no meio da sociedade influencia para o positivo e para o negativo. Acreditar que a dinâmica da economia está boa não é garantia de sucesso, mas pode ser um ingrediente importante. Imagine cada consumidor dizendo que a crise é grave e que  não vai consumir, o empresário ouvindo diz não vou investir. Não investindo não se gera emprego e inclusive desemprega.  Não gerando emprego e não havendo crescimento da economia o governo não arrecada e não arrecadando os serviços à população ficam ainda mais ruins. Imagine o próprio empresário falando isso, é o mesmo que tomar veneno e desejar saúde.

Certo dia assisti uma palestra em que o palestrante apresentou um slide com a palavra CRISE.No slide seguinte como num passe de mágica sumiu com a letra "ésse" e ficou a palavra CRIE. Há vários exemplos de empresas bem sucedidas hoje que nasceram nas crises. Em economia há uma frase simples que diz: enquanto um chora, outro vende lenço. 

Até o próximo baile do Hawai da Arcam.

Um comentário:

  1. Olá, Sérgio. Curto e recomendo textos e perspectivas político-econômicas como esta. É, exatamente, essa articulação mediática (pra não dizer "globesca") de "crise" que, na contramão da emancipação e do pensamento autônomo, vem infantilizando à população brasileira.

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