quinta-feira, 11 de junho de 2015

ALGUNS EFEITOS DA GREVE DA EDUCAÇÃO FRENTE AOS DESMANDOS DO GOVERNADOR

Um excelente texto escrito pelas professoras Adriana Beloti e Marileuza Ascencio Miquelante do Colegiado de Letras da Unespar campus de Campo Mourão. Sobre alguns efeitos da greve da educação frente aos desmandos do Governador do Paraná Beto Richa.

A GREVE dos trabalhadores da Educação do Estado do Paraná CONTINUA! E agora? O que isto causa? Quais são os impactos mais ou menos diretos, a curto e a longo prazo? É preciso, constantemente, retomarmos os motivos que levam à sua continuidade e refletir sobre a situação, neste momento e futuramente. Os prejuízos são causados pelas ações do Governador Beto Richa, que força a mobilização de uma categoria que está mais bem preparada e demonstrando união para o enfrentamento que em momentos anteriores.

Assim, o Governador poderia ser considerado, também, o ESTICADOR DO TEMPO: o ano de 2014 ainda não terminou em algumas instituições – o governo não repassou todos os valores de custeio aprovados e ficaram dívidas de 2014 para 2015; 2015 só terminará em 2016. Consequentemente, 2016 só acabará em 2017... e, se esse quadro permanecer, é muito provável que  a tarefa de colocar o Paraná em ordem fique para o próximo governo. 

Este período de greve já completa mais de 20 dias, desde sua continuidade, após o prosseguimento das atividades e manutenção do estado de greve, em meados de março. Naquele momento, os trabalhadores da educação voltaram às suas atividades por acreditarem nos compromissos assumidos pelo governo do estado. Depois, diante da ameaça de perder direitos conquistados há anos, com muita luta, pelo fato de não ter havido amplo debate sobre o Paraná Previdência conforme acordo entre as partes, a greve foi retomada. O marco é o lamentável dia 29 de abril, com o MASSACRE contra os servidores. 

Ao todo, até hoje, em torno de 50 dias de greve, é óbvio que este processo causa efeitos no futuro dos trabalhadores e dos estudantes. Não é apenas o ano de 2015 que está comprometido. Mas 2016 e 2017, inclusive. Recuperar calendário letivo não é o principal impacto. Este é de curto prazo, embora envolva mais um ou dois anos. Em uma avaliação maior, o processo de formação dos estudantes sofre e sofrerá os impactos desta greve. Por exemplo: 1) atrasa-se o período de conclusão do curso e, consequentemente, o tempo para iniciar a carreira profissional, visto que muitos dependem do curso superior para conquistar condições mais dignas de sobrevivência, melhores condições de vida; 2) com a suspensão dos vestibulares das Universidades públicas, é considerada a situação das IEs, que não têm meios para organizar os processos por estarem em greve, e dos estudantes das escolas públicas, que estão sem aula e não teriam condições iguais para concorrer às vagas. Por outro lado, e os estudantes das escolas particulares? Estariam sendo prejudicados?

Sofreriam atrasos em suas vidas? Ah! Outra parcela da sociedade, agora, será que vai preocupar-se com a greve? Com quais interesses? A tese seria, então: a escola básica pública não tem qualidade. Mas a universidade pública serve para a formação superior e ampliação das possibilidades de vida, principalmente, daqueles que desacreditam e menosprezam a escola básica pública. 

O meio de LUTA dos trabalhadores da educação, agora, é a GREVE. Educamos, também, na greve: compreender o momento faz parte da formação do sujeito, do cidadão que reflete ou deveria refletir sobre as questões sociais. Essa medida visa ao não empobrecimento da classe trabalhadora.

Circulam muitas opiniões, de senso comum, de uma única fonte de informação, de preocupação com as causas próprias. Contudo, nós, educadores, mais que professores, precisamos sair de nossas posições, talvez, cômodas e contribuirmos com a formação de todos os estudantes e da comunidade. 

Refletir acerca do desrespeito com os servidores e de todas as ações vergonhosas por parte do governo, considerar os efeitos deste momento para a sociedade e entender as reais causas da greve, que vão muito além de reajuste salarial (que é direito previsto na Lei n. 15512/2007 e não capricho dos servidores), pois envolvem condições básicas não só de trabalho, mas de estudo e formação dos alunos, deveria ser pauta constante de todos os cidadãos paranaenses. Não é mais possível pensar: “não sou afetado pela greve da educação”.  

O prejuízo que causa o Governador não está apenas em tudo o que foi colocado anteriormente, mas, em especial, na imagem que tenta imputar aos professores, aos trabalhadores da educação, junto à população, junto aos jovens que pretendem ser educadores, que sonham ser professores. Continuamos na LUTA!

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