terça-feira, 24 de junho de 2014

UMA INTERESSANTE EXPERIÊNCIA COM OS SEPARADORES DE MATERIAL RECICLÁVEL DA COOPERESIDUOS

Estou desenvolvendo meu projeto de TIDE - Tempo Integral de Dedicação Exclusiva  intitulado "A análise da eficiência das políticas públicas voltadas para os empreendimentos de economia solidária no município de Campo Mourão-Pr" pela Unespar campus de Campo Mourão-Pr.

No decorrer da pesquisa, constatou-se que dentro dos empreendimentos apoiados pelo município de Campo Mourão-Pr, o que mais se identifica com meu trabalho é a COOPERESÍDUOS. 

Hoje, 24 de junho de 2014, durante toda a manhã, tive o prazer de entrevistar todos os cooperados da COOPERESIDUOS  (12 mulheres e 1 homem), um de cada vez, durante o horário de trabalho deles no barracão, cheio de materiais recicláveis e eles/elas ali, enfrentando aquele trabalho digno, porém dificil, de separar por categorias o que serve e o que serve para a venda de parte do lixo/resíduo que nós mourãoenses produzimos. 

Foi muito interessante saber as particularidades de cada um/uma, os problemas que enfrentam no trabalho dia a dia, as dificuldades especialmente para as mulheres em carregar peso, por falta ainda, de equipamentos que já existem no mercado, mas que ainda não tiveram acesso. O que possuem de equipamentos é tudo fruto da luta incansável da Presidente Lidia Mizote (voluntária) com os vários parceiros. Brevemente chegarão equipamentos doados por um dos Rotary de Campo Mourão-Pr.

Não tabulei a pesquisa ainda, mas descobri coisas boas e coisas ruins no processo de pesquisa, tanto em outros momentos em que estive com eles/elas e especialmente hoje.

Algumas coisas ruins:

Diminuição do material reciclável nos últimos meses (fruto provavelmente de problemas da coleta seletiva ou aumentos dos catadores de rua a pé ou motorizados). É um problema a ser resolvido, porque já deve existir em Campo Mourão vários depósitos a céu aberto que podem inclusive ser foco de dengue.

Dificuldade em trabalhar com o material molhado. O barracão é baixo e o caminhão não entra nele, aí quando chove, eles/elas têm que trabalhar na chuva, além de correrem o risco de ficarem doentes, ainda perdem parte do material que poderia gerar renda.

A falta de um veículo para buscar materiais. Perdem de aumentar  renda por isso.

Falta de água potável no ambiente de trabalho. Não há ligação de água da sanepar no barracão e a água do Poço Artesiano causa problemas intestinais em alguns. Precisam trazer água de casa.    
Outra coisa ruim é o que os separadores já encontraram no trabalho (animais mortos, ratos etc) .

Algumas pessoas ainda analfabetas.

Algumas coisas boas:

Fiquei sabendo que muitos parceiros ajudam. Eles/Elas recebem vacinas de graça. Receberam tratamento dentário gratuito (quem quis fez até tratamento de canal). Fizeram vários cursos de formação.

Todos/todas os entrevistados/as afirmaram que estão bem mais felizes agora do que antes de entrarem para a cooperativa, porque não precisam mais ser mandados por outras pessoas, se sentem mais livres.

Eles/elas  têm horário para tomar café, almoçar, descansar e são muito alegres. São todos muito divertidos, riem com facilidade, brincam uns com os outros, não há baixo astral naquele ambiente, que para qualquer um de nós, que muitas vezes temos uma vida bem melhor, ainda não está bom.      

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