quinta-feira, 24 de novembro de 2011

CONTRAPONTO AO VÍDEO DA GLOBO SOBRE A USINA BELO MONTE

Artistas da globo gravaram um vídeo chamado gota d'água CLIQUE AQUI manifestando-se totalmente contra a construção da Usina Belo Monte. Eu que sempre fico com um pé atrás quando a globo entra numa campanha, fiquei pensando sobre alguém contrapor as palavras dos artistas em questão.

Meu Blog é democrático e gostaria que todos assistam primeiro ao vídeo e depois leiam parte do texto original (que era muito longo) de alguém que tem argumentos bem diferentes. Penso que é importante que todos analisemos os dois lados da questão para depois emitirmos opinião, principalmente nós sulistas que moramos numa região muito mais desenvolvida que a região onde vai ser construída a usina.

Abaixo parte do texto original de Davis Sena Filho –Blog Palavra Livre/JB

Nunca vi tanta comédia e tanto comediante em um vídeo só…

Acabo de ver a propaganda, um vídeo de atores da TV Globo contra a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Percebo, porém, a total falta de senso crítico dessas pessoas urbanas e que pensam que o mundo se resume em Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque, Paris, Miami e Londres. Os argumentos contrários e negativos contra Belo Monte chegam a ser ridículos, se não fosse a manipulação e a desinformação, que deixam claro que por trás … existem ONGs estrangeiras a serviço dos interesses de seus países e a Globo, porta-voz contumaz e tradicional dos grandes capitalistas, sendo que ela própria é um deles.



Não posso pensar de outra forma, bem como não me eximirei de dizer que a peça publicitária desinforma a população, principalmente a parte dela mais exposta a factóides, que é a classe média de perfil conservador e que acredita em Papai Noel, porque pobres e ricos realmente não creem no homem que se veste de vermelho e usa barba branca a anunciar os presentes para aqueles que se comportaram direito o ano todo. Acontece que quem está a se comportar mal são os atores da Globo e seus patrões, que se associaram a movimentos ambientalistas do exterior que querem interferir no processo de desenvolvimento brasileiro, sem, no entanto, se preocupar com o combate às desigualdades sociais e regionais. O Brasil luta contra a miséria e quer, por intermédio dos governos trabalhistas de Lula e de Dilma retirar milhões de cidadãos da linha de pobreza.



Todavia, retornemos à hidrelétrica de Belo Monte. Grupos privados midiáticos notadamente a TV Globo, a Folha de S. Paulo e a Veja, associaram-se a ONGs estrangeiras para sabotar o plano estratégico e de desenvolvimento do Brasil ora em curso pelo governo trabalhista da presidenta Dilma Rousseff. É um plano de reestruturação do País que não é mostrado, de forma alguma, pela imprensa e pelas televisões comerciais, como, por exemplo, a mega obra da transposição do Rio São Francisco, que é uma pá de cal no domínio dos coronéis nordestinos como o cearense e candidato derrotado a senador Tasso Jereissati.



Contudo, os homens e as mulheres da imprensa não tem voto e também, para o desgosto deles, não tem mais a primazia do controle total da informação como tinham em outros tempos. Por isso, eles combatem a disseminação da banda larga pelas mãos do Governo Federal. Então, viva a internet e as redes sociais! Ministro Paulo Bernardo: cadê a banda larga e o marco regulatório para as mídias? Cadê a Confecom 2? Por onde anda o projeto do Franklin Martins? Vossa Excelência o engavetou? Com a palavra, o ministro das Comunicações, aquele que tem medo da TV Globo.



É assim que funciona o sistema midiático associado aos interesses do capital internacional. E parte da classe média que passou 40 anos a ver a Globo e a ler publicações como a Veja compartilha dessas “ideias”. Mas o que me chama a atenção mesmo é a hipocrisia dos atores da Globo. Eles dizem que Belo Monte é o diabo encarnado em um vídeo que lembra o teatro comercial que eles há anos fazem e ainda o chamam de arte. Não é possível que por questões ideológicas, políticas ou apenas implicância que a TV Globo e alguns de seus atores participem de um vídeo que tem por objetivo travar e boicotar o desenvolvimento do povo brasileiro, principalmente o que mora na região norte.



A luta e até mesmo a guerra entre os países tem como fundo de pano o controle das diferentes energias. Vide Iraque, Líbia e Afeganistão. O Brasil que é um País abençoado com milhares de rios, riachos e igarapés tem acesso e facilidade para se beneficiar com a energia proveniente das águas, que é considerada limpa e segura, contanto que sejam respeitados os relatórios e os cálculos dos engenheiros, geólogos, geógrafos, ambientalistas e outros profissionais que participam do esforço da construção de Belo Monte, um projeto de quase 40 anos que enfim está a sair do papel.



O Governo que há anos tem enfrentado batalhas jurídicas e as vencido, agora tem de, finalmente, começar a importantíssima obra do PAC, que vai gerar 80 mil empregos e vai ofertar luz e energia para os brasileiros do norte, que poderão ter mais uma oportunidade para desenvolver suas cidades e seus estados. Enquanto nossos artistas “globais” manipulam a informação para confundir a sociedade brasileira, os moradores nortistas querem a obra, porque sabem que através do acesso à energia poder-se-á ter indústrias, modernização da lavoura, surgimento de comércio, como padarias, supermercados, frigoríficos, construção civil, hospitais, escolas e todo tipo de segmento econômico e social. Sem energia não há desenvolvimento. Esta é a verdade.



Obviamente que eu também prezo pelo controle e fiscalização para que os impactos ambientais não sejam maiores dos que os previstos. E é o que está a ser feito. O resto é conversa dissimulada de gente que não conhece esse assunto e vai participar de vídeo que beira ao ridículo. O que esses atores pensam que o cidadão brasileiro é? Um idiota? Que não sabem como a banda toca em suas vidas, suas realidades e dificuldades? Será que eles pensam que os brasileiros nortistas não querem o que os do Sudeste tem, que é o desenvolvimento, apesar das contradições e paradoxos sociais?



Quem eles pensam que são para combater uma obra que vai conduzir o Brasil para sua independência no que concerne à geração de energia? O sonho de todo país e qualquer povo ou nação. Itaipu, Tucuruí, Chesf e outras hidrelétricas são exemplos disso. Imaginem o Brasil sem a hidrelétrica de Itaipu? Imaginaram? O que eles querem? Em nome de quem eles falam? Quem está por trás dessa novela de péssimo acabamento, que é o vídeo? Será que eles pensam que estão a fazer uma novela e repetem frases de seus scripts … ? Qual é a intenção? Eles tem de dizer pelo menos que o vídeo, para variar, é uma imitação de outro vídeo dirigido pelo diretor de cinema Spielberg para que os estadunidenses saíssem de suas casas para votar. Pelo menos informar isso. Dizer que nem para fazer o vídeo houve originalidade.



É o fim da picada! Os mauricinhos e as patricinhas noveleiros falar de um assunto que não tem conhecimento técnico. E por quê? E para quem? E por quais motivos e intenções? Já não basta o Brasil ter de enfrentar países poderosos para conquistar sua autonomia ainda tem que se deparar com gente completamente despolitizada e que pensa, soberbamente, que é formadora de opinião... Esse pessoal não se enxerga.



Então, Belo Monte vai acabar com o Pará e quiçá com o País, que serão inundados e ficarão sob a destruição de uma hecatombe ambiental. Vamos lá, pois: o Brasil tem quase 200 milhões de habitantes, um PIB de R$ 3,25 trilhões, um mercado interno poderoso que impediu o País de sofrer problemas econômicos graves advindos da crise internacional de 2008, além de ser a sexta economia do mundo, a superar países como a Inglaterra, a Itália e a Espanha, bem como exerce liderança reconhecida em fóruns como os Brics, o G-20 e o Mercosul, sem esquecer de citar que o poderoso País sulamericano de língua portuguesa, basta dar tempo ao tempo e ter paciência, vai ainda assumir uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU.



Para finalizar, quero informar que os artistas … sugeriram que o Brasil opte pela energia eólica e solar. Os parques eólicos demandam vento e geralmente são instalados em litorais e ocupam enormes espaços. Como, por exemplo, fazer isso em nosso litoral, que é fortemente turístico, setor da economia que gera muita renda e emprego, ainda mais que o brasileiro está a viajar com muito mais freqüência do que antes, por causa do quase pleno emprego e do aumento salarial, além do aumento visível de turistas estrangeiros que aportam neste País tropical.



E a energia solar. Outra sugestão dos nossos artistas especialistas completamente urbanos que não tem a mínima ideia da área que é necessária para produzir 100 megawatts dessa modalidade de energia. A hidrelétrica de Belo Monte vai produzir inicialmente 11 mil megawatts. É energia suficiente para dar um impulso de desenvolvimento à região Norte e a um estado, o do Pará, que é demograficamente quase vazio. As terras que vão ser alagadas pelo lago comportam uma área de 516 quilômetros quadrados. O Estado do Pará possui uma área de 1.247.689,515 quilômetros quadrados. Ou seja, o lago a ser formado vai ocupar área equivalente a 1/2400 da área do estado marajoara, que tem apenas sete milhões de habitantes, sendo que dois milhões moram na capital Belém.



E aí o Brasil e o cidadão brasileiro tem de agüentar alardes infundados, oposição baseada em má-fé e especialistas que não entendem patavinas de energia via hidrelétrica, como a de Belo Monte, que vai ser a terceira maior do mundo e que vai dar fôlego, sobremaneira, ao desenvolvimento da região Norte que precisa, sim, ser ocupada pelo nosso povo e não por estrangeiros e suas ONGs. Então, para lembrar. Belo Monte vai alagar 1/2400, ou seja, quase nada por cento das terras do Pará e esses artistas, a mando de não sei quem (mas sei) consideram Belo Monte um atentado à natureza, sem sequer ter conhecimento do planejamento e do plano da obra.



Tem uma mocinha no vídeo que fala, quase escandalizada: “Vai custar R$ 24 bilhões! É muito dinheiro!”. Como se investir no Brasil e no seu povo fosse questão meramente contábil, de passivo, como se fosse débito ou prejuízo. É ter a cabeça muito pequena. É pensar pouco porque se recusa a usar o cérebro. Agora, a outra pergunta que não quer calar: “Mocinha, você sabe qual é o PIB brasileiro?” Eu já o citei neste mesmo artigo. O nosso PIB é de R$ 3,25 trilhões e a obra, segundo o Governo, custará R$ 24 bilhões. Você sabe o que é isso? Então, pare para pensar e vai estudar teatro, que por sinal requer talento, disciplina e conhecimento sobre a condição humana para representar com qualidade e excelência.



Entretanto, apesar de existir pessoas que não acreditam no Brasil e que querem, mediocremente, que este País se comporte como pequeno, não vai dar para atendê-las. Infelizmente, para elas. Portanto, faço mais uma pergunta que não quer calar: como o Brasil, que tem um mercado interno poderoso e importante vai atender suas demandas sem energia, porque a TV Globo e a imprensa comercial privada, ONGs financiadas por banqueiros e parcela conservadora da sociedade brasileira querem porque querem que a hidrelétrica não seja construída. Pense bem. Imagina um coisa insensata dessa? Afirmo e repito: a imprensa privada não tem compromisso com o Brasil, porque ela é alienígena e faz parte da estrutura do sistema de poder dos mercados nacionais e internacionais. Belo Monte tem de ser construída e depois inaugurada. É uma questão de estratégia e de sobrevivência e independência do Brasil. É isso aí.

3 comentários:

  1. Maybuk, não tenho um conhecimento profundo do projeto, aliás, ninguém tem. Mas o que mais me preocupa é que, pelo que vi nos noticiários, há índios vivendo na região e eles teriam de ser acomodados em outro local para viabilizar a construção. Pelo pouco que conheço da cultura dos índios eu imagino que eles perderiam um pouco da identidade já tão maculada ao longo da história pelo "Homem Branco".

    Quanto aos impactos ambientais, eu até acredito que não haveria uma imensa perda na diversidade de espécies existentes na região, é claro, se houver uma supervisão imparcial e confiável, o que é realmente difícil no Brasil...

    Enfim, eu sempre me questionei por quê os políticos nunca se interessaram em equiparar o nível de desenvolvimento do norte/nordeste do nosso país com a região sul/sudeste. Apesar de ser difícil de acreditar que as perdas serão mínimas na construção dessa usina, é um caso a se pensar... agora de uma coisa eu tenho certeza: esclarecimentos precisam ser feitos e esse projeto precisaria ser apresentado de forma bastante didática ao povo brasileiro para que pudéssemos emitir uma opinião com base em projeções e informações mais completas.

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  2. Fabio da Silva Smoliak24 de novembro de 2011 às 13:25

    O capitalismo nos leva a destruir, se não levar não é capitalismo, vem a minha memória um autor chamado Simon Kuznets, onde descreve uma curva para destruição do meio ambiente, e o mais interessante é que ela tem a tendência de se estabilizar e apos começa a cair, um "U" invertido, ora se todas as nações ricas já passaram por isso, e ainda sobrou muito e estão de bem com a vida, porque na hora que do Brasil destruir um pouquinho o mundo o questiona, temos que fingir que testes atômicos não acontecem que remédios não são testados no povo africano para sua posterior comercialização, ora como se o mundo somente questionasse o Brasil por destruir, agora não vejo o povo brasileiro se perguntando dos incontáveis centros de pesquisas estrangeiros na floresta, descobrindo e patenteando o que se tem apenas no Brasil, deve ser por isso a turbulência que se enfrente em querer fazer o país crescer. Reparem bem as nacionalidades das ONG’S, a maioria esta em países superdesenvolvidos que já fizeram de tudo, agora querem dar uma de marajá e dizer que estamos errados? Brincadeira. Quanto ao povo indígena, devemos respeita-los muito, agora se pararmos e pensarmos, estes a mais de 500 anos perderam sua identidade folclórica, cultural, artística e social, o que resta e ampara-los e deixa-los crescer, tenho amigos descendentes que são advogados, médicos, e não querem mais fazer balaios, arcos, e andar nus, o mundo em que vivemos o governo tem a responsabilidade única de dar chances iguais a todos e diga-se de passagem que esta um caos. E como um jornalista costuma dizer: “ISTO É UMA VERGONHAAAAAAAAAA” (Boris Casoy)

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  3. Eu vejo como um ponto muito positivo o vídeo com os atores da Globo, porque até então pouco se falava sobre Belo Monte. Depois do vídeo espalhado, sobretudo, no Facebook, temos uma infinidade de pessoas falando sobre a hidrelétrica. E até os especialistas ganharam voz, especialistas com diferentes pontos de vistas. Posicionar-se a favor ou contra Belo Monte requer cuidados. A construção ou não da usina nos mostra o quanto estamos distante de um mundo sustentável. Como aliar tecnologia com o meio ambiente? Eu era contra Belo Monte, mas agora, depois de conversar com um amigo que é formado em engenharia elétrica, não sei...São dois lados importantes. Tanto o meio ambiente e os índios quanto a tecnologia e o desenvolvimento daquela região. O bacana é que agora há discussão sobre o tema.

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