domingo, 30 de agosto de 2009

UMA BRASILEIRA NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Na última quinta-feira (27/08/2009) recebi de manhã na FECILCAM a visita de três pessoas, ou seja, minha orientanda de monografia Maria Isabel Barbosa, sua irmã e ex-aluna de economia nossa, Cristina Barbosa Kaminski e o esposo o americano Michael J. Kaminski.

A Cristina deixou o curso de economia da FECILCAM quando estava no segundo ano em 1998 e foi para o Estados Unidos da América para trabalhar. De passagem por esses dias aqui em Campo Mourão, a convidei para uma breve entrevista, mas não esperava um resultado tão interessante. Conversei com ela e o esposo por quase duas horas (conversa gravada) e quando eu estava me despedindo, fechando a entrevista, disse que conversa tinha sido tão boa que meus alunos iriam gostar, para minha surpresa o americano Michael aceitou e os levei para o segundo e quarto anos respectivamente à noite.

A parte gravada ficou muito interessante e quem quiser posso repassar, mas não dá para ser por email. Falamos de tudo um pouco, principalmente economia e a cultura americana.

Vou citar algumas afirmações da Cristina e do Michael para vocês:

- Quando fui para os EUA, nos primeiros quatro anos, eu trabalhava em três lugares durante o dia e noite e dormia só quatro horas por dia (Cristina)

- No Brasil se vive, nos EUA se trabalha. O horário de almoço não chega a trinta minutos. (Cristina)

- É grande o número de suicídios principalmente de jovens nos EUA (Michael).

- Até antes da crise qualquer brasileiro que quisesse poderia comprar imediatamente casa e carro nos EUA, não pediam entrada e nenhuma garantia. (Cristina)

- Brasileiro é muito bem aceito nas empresas americanas pela fama de ser bom trabalhador, mas ganha a metade de um americano. (Cristina)

- Eu sou a favor de Busch (pai) pela guerra contra o Iraque, quando este iúltimo nvadiu o Kuwait porque os americanos não podiam aceitar um país amigo indefeso ser atacado (Michael).

- Eu sou a favor da Busch (filho) porque defendia a democracia no Iraque (Michael).

- O Brasil é encantador principalmente pelas mulheres (Michael).

- Na crise imobiliária muitos perderam suas casas. Teve americano que perdeu 300 mil dólares do dia para noite. Americanos com mais de 60 anos tiveram que começar a trabalhar novamente para complementar a aposentadoria. Muitos suicídios aconteceram, um deles: empresário assassinou a mulher, os dois filhos pequenos e suicidou-se. (Cristina).

- Todo americano tem uma bandeira na casa e é muito comum a mesma estar estendida pelo lado de fora para que todos vejam. (Cristina).

- Os cachorros nos EUA têm até tratamento dentário e seguro saúde. (Cristina)

- Eu sou republicano mas votei no Obama, porém por causa das mudanças em favor dos menos favorecidos, temos medo que vire socialismo e isso nos lembra a velha União Soviética. (Michael).

- Nos EUA nada fecha nem aos domingos nem nos poucos feriados. Todo mundo trabalha por horas e tem que pagar seguro de tudo. (Cristina).

- Férias de uma semana só depois de três anos de trabalho. Depois de alguns anos poderá chegar a duas ou três semanas. (Cristina).

- Um parto normal nos EUA custa U$ 10.000 . (Cristina).

- Os pais da aviação são os irmãos Wright (Michael). Isso é um absurdo o pai da aviação é Santos Dumont (Cristina).

- Não há ensino público nos EUA. ( Cristina).

- Se alguém for pego com bebida alcoólica num carro é preso na hora. (Cristina)

- As empresas americanas as vezes têm tamanho de cinco quarteirões. (Cristina)

- Fui para os EUA sem saber falar inglês, trabalhei carregando caixas com televisão de 29 polegadas, entreguei jornal, apesar de não saber dirigir no Brasil, fui a primeira mulher numa empresa de 700 funcionários a dirigir um carrinho tipo elevador, dentro dos dépositos para erguer caixas. Hoje sou do chefe do recursos humanos de uma empresa de 300 funcionários e auxilio na tradução do espanhól para o inglês dentro da empresa. (Cristina).

- Os EUA reconheceram os dois anos de curso que fiz na FECILCAM (Cristina)

10 comentários:

  1. Analisando as respostas do americano, podemos concluir que o ensino nos Estados Unidos é extremamente “pobre”, pensar que a guerra provocada pelo seu governo, foi um ato de heroísmo...convenhamos!!!

    “No Brasil se vive”, de fato, boa parte da sua população vive em situação de extrema, em nossa região por exemplo vários municípios, entre eles Altamira do Paraná e Corumbataí do Sul, mais de 40% da população sobrevivem com ½ salário mínimo e garanto que trabalham mais de 8 horas por dia.
    Essa é a diferença!!!

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  2. Mto legal a matéria e as informações q eles nos passaram em sala de aula, tinhamos assuntos pra perguntar por horas, é muito interessante saber sobre a cultura, economia e política dos EUA.
    Mto interessante mesmo, parabéns prof Maybok!
    Com certeza atraiu a atenção dos alunos a aula toda!

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  3. sou o estudante de economia do segundo ano da FECILCAM, e achei muito proveitosa a conversa descontraida que tivemos em sala com a Maria, sua irmã e seu marido. foi muito importante vermos a perspectiva pelo lado americano da crise, ao responderem nossas perguntas. precisamos ter esperiencias como esta mais frequentemente, pois é de suma importancia para nossa formaçao.
    abraços de: Salomão Jorge Prudente.

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  4. Parabens, Maybuk, por aproveitar essa bela oportunidade e oferecer aos alunos uma "aula".
    Em relacao as opinioes do Michael, o que chamou minha atencao foi a eficiencia da comunicacao dos Bush, que o convenceu do que, para mim, eh inconvencivel: que as intervencoes dos EUA no oriente medio foram legitimas.

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  5. Maybuk
    A aula foi muito proveitosa para sanar algumas curiosidades nossas em relação ao que de fato acontece nos EUA com o que nos é projetado pelos meios de comunicação, além de modificar a metodologia de aula e ainda assim ficar no contexto de economia politica.
    Em relação ao conteúdo repassado pelos convidados durante a aula, tenho a seguinte opinião:
    - O modo de vida (cultura) dos americanos são de alto padrão de consumo/qualidade, conhecido como o "Sonho Americano", que é muito difundido em todo o mundo por meio da mídia (principalmente o cinema). Contudo, esse modo de vida que, segundo o Michael "é conquistado através de muito suor", nao é aproveitado, afinal, trabalhar para ter qualidade de vida para simplesmente trabalhar, não é comum a cultura das pessoas do Brasil, que no geral, prezam pelo lazer. No entanto, não podemos julgar outra cultura, apenas compreendê-la.
    Assim, minha opinião é que o Brasil é melhor de viver que nos EUA, pois me importo mais em aproveitar melhor o tempo em detrimento de um salário maior.

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  6. Dear Aurea:
    Concerning your finding that the teachings of the United States are “poor” based on one of my statements, I echo this thought: “I do not agree with what you have to say, but I’ll defend to the death your right to say it.” [quotation attributed to Voltaire]

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  7. Cristina Barbosa Kaminski3 de setembro de 2009 às 17:50

    Cara Aurea,

    Me desculpe se meu comentário "No Brasil se vive e aqui nos Estados Unidos se trabalha" nao foi bem explicado. Somente quem tem a experiência de morar nos dois paises pode entender o sentido desta frase. A razão na qual ai no Brasil se vive, é porque a maioria das empresas fecham aos Sábados ao meio-dia, não trabalham nos Domingos e ainda dão 30 dias de férias aos funcionários, isso fazem com que as pessoas têem tempo de visitarem familiares, jogar um futebol, fazer um passeio com amigos. A diferença daqui dos Estados Unidos é que a grande maioria das empresas e comércio abrem os sete dias da semana, trabalham em tres turnos diferentes (algumas companias nunca fecham) com apenas 30 minutes de almoço para o empregado, uma semana de férias, e no máximo tres semanas dependendo do tempo de serviço naquela empresa que varia de sete a oito anos de trabalho, as vezes uma hora de almoço se ele tem uma posiçao alta dentro da compania. Como a maioria das pessoas que aqui vivem estão distante da família, e o amigos trabalhando em horários diferentes as pessoas tendem a trabalhar mais para preencher o tempo que poderiam passar com a família se eles estivem aqui. A maioria dos brasileiros que estão aqui, tem o sonho de trabalhar muito, juntar um dinheiro e voltar para o Brasil e tentar viver uma vida melhor sem ter que depender de um salário mínimo.
    Referente ao estudo, jamais diria que os estudos da América é "pobre", eu me formei na Faculdade Middlesex Community College daqui com muito esforço e dedicação garantindo uma media "A" que corresponde a 100%. Por os Estados Unidos não ter uma Faculdade/Universidade gratuita, isso fazem com que os alunos se dediquem mais por estarem pagando pelo seu estudo. Além disso a maioria das empresas pagam mais quando o candidado tem um diploma de Faculdade/Universidade em mãos.
    Sobre a pobreza no Brasil, aqui também se tem. E acho que a situação é pior que a do Brasil, devido a baixa temperatura que predomina nesta região, as pessoas sem teto dormim na rua e as vezes até morrem de frio.

    Por favor desculpe os meus erros, já se fazem muito tempo que não escrevo em Português.

    Gostariamos de agradecer ao Professor Maybuk e todos vocês que nos receberam em suas classes, Boa Sorte nos estudos, estamos torcendo pelos sucesso de vocês.

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  8. Parabéns Maybuk.

    Fantástica essa entrevista, agradeço a oportunidade de ter estado participando,pois aprendi muito. Foi uma experiência muito legal. Isso tudo mostra que quando as pessoas tem garra e determinação e correm atrás daquilo que querem elas conseguem. Minha irmã é uma pessoa muito batalhadora e eu a admiro muito.

    Abraços!!!

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  9. Rafael Pereira do Vale - 4º ano de Economia4 de setembro de 2009 às 10:24

    Muito interessante o conhecimento que recebemos com essa aula. Principalmente quando se falou sobre a crise financeira, passando para nós detalhes que ainda não tinhamos conhecimento.

    Sobre as informações da cultura dos Estados Unidos não chegou me impressionar, porque todos os países tem suas vantagens e desvantagens, é apenas outra cultura.

    Quando a cristina comentou "No Brasil se vive e aqui nos Estados Unidos se trabalha", ela usou uma desvantagem dos Estados Unidos e comparou com uma Vantagem do Brasil. Essa frase entrou em contradição com outra que ela falou em sala "Nos Estados Unidos se trabalha muito, mas também se vive bem". Portanto, na minha forma de ver é que nos Estados Unidos realmente se trabalha muito, mas tem suas recompensas por isso.

    Abraços!

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  10. Cristina Barbosa Kaminski5 de setembro de 2009 às 18:42

    Rafael,

    Sim, se vive bem no sentido financeiro, quanto mais você trabalha mais você ganha! Tenho muitos amigos e colegas brasileiros que ficaram aqui por mais ou menos 5 anos e foram embora para o Brazil, já tive depoimentos deles que nao conseguem mais se adaptar com a vida ai no Brasil. Acostumados a ganhar seu salário por semana, eles acharam muito dificil a re-adptação e muitos deles acabaram voltando. Ai também tem aquelas pessoas que estão aqui com a família inteira, essas pessoas nao pensam em voltar para o Brazil nunca, eles gostam da vida aqui e além do mais eles não tem nenhum laço familiar que os prende ai.

    Vou ver se consigo que alguns amigos meus, dão um depoimentos também, cada um tem uma visão diferente entre a América e o Brasil.

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